Yasmin Brunet praticamente cresceu no mundo da moda. Filha de Luiza Brunet, uma das maiores modelos e sex symbols brasileiras nos anos 1980, a moça criou sua própria carreira, cruzou passarelas importantes desde os 13 anos, saiu em capas de revistas e editoriais conceituados, se transformou em top competente e hoje, aos 26 anos, começa uma nova jornada: a de atriz, na novela “Verdades Secretas”, na faixa das 23h da Rede Globo.
A trama escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Mauro Mendonça Filho pretende mostrar o submundo da indústria fashion, tudo aquilo que acontece por baixo dos panos quando as luzes se apagam: o excesso das drogas, a troca do corpo por poder, a pressão da ‘silhueta perfeita’ e a concorrência muitas vezes desleal no meio. Yasmin, que está inserida nesse contexto há anos, viverá uma modelo que integra o ‘book rosa’ (destinado à prostituição) de Fanny (Marieta Severo) e rivaliza com a novata Angel, vivida por Camila Queiroz.
Em um bate-papo sem frescuras com HT, Yasmin Brunet falou sobre a nova empreitada de atriz e quais as dificuldades tem sentido nesse novo papel, as questões abordadas na novela que ela mesma já viveu na pele e como sobreviver intacta ao mundo da moda. Você lê tudo isso abaixo:
HT: Como tem sido essa nova fase como atriz e quais são os maiores desafios desse tipo de trabalho?
YB: Maravilhoso, estou apaixonada! É tudo tão divertido e eu nem sabia que seria assim. É muito diferente, e o maior desafio é atuar, porque nunca fiz isso antes. Eu não tenho problema com texto nem marcação, o negócio é sentir tudo aquilo que a personagem sente de uma forma verdadeira.
HT: Você acha que os problemas abordados em “Verdades Secretas” são reais no mundo da moda ou apenas ficção?
YB: São muito semelhantes. É a parte escura que ninguém gosta de falar e finge que não existe. Já vi situações de pessoas que se perderam nesse mundo, principalmente fora do Brasil, onde oferecem mais droga, sexo, dinheiro e tudo.
HT: O que você acha que leva essas pessoas a se venderem dessa forma?
YB: Você não precisa ser pobre de dinheiro, tem que ser pobre de alguma outra coisa. Carinho, amor, atenção dos pais… é algo que não se resume a dinheiro. A minha personagem, por exemplo, tem tudo. A mãe e o pai são ricos. Mas, não estão nem aí para ela.
HT: Qual atriz você admira e te inspirou nessa nova jornada?
YB: Marieta Severo! Vou falar dela, porque estou babando. Ela é o máximo!
HT: Normalmente, três tópicos são vistos como os maiores problemas na carreira de uma modelo: as drogas, a prostituição e os distúrbios alimentares. Com sua experiência no meio, qual você diria que atinge mais as meninas?
YB: Droga e transtorno alimentar. As pessoas falam muita coisa para você aceitar, como “Você vai trabalhar mais, vai ter mais energia, não vai engordar” etc. Acho que o que “ajuda” muito nisso é que as meninas são muito novas. Elas começam muito novas, com a personalidade ainda em formação e numa época quando você deveria estar com seus pais, em casa. Eles te jogam na boca do leão e ou você corre, ou é comida.
HT: Como você conseguiu se manter afastada de tudo isso e trilhar uma carreira tão próspera e respeitada?
YB: Eu tive que crescer muito rápido. Por um lado foi bom, mas eu passei por vários perrengues também lá fora, muita coisa séria. Fiquei mal, com depressão e não comia direito, até porque tinha que ficar magra. E, para mim, é um complicador, porque tenho um popozão, sou falsa magra (risos). Sempre foi muito difícil para mim, fiz dietas loucas que hoje eu nem acredito que fazia. É muito triste e sozinho, por um lado, você morar fora quando é nova. Você começa a surtar mesmo.
HT: O que manteve seus pés no chão durante esse período e como você não surtou?
YB: Acho que quando eu comecei a namorar sério e tinha uma pessoa comigo, para me dar apoio, amor, carinho e algo recíproco. O difícil é ficar sozinha: quando você fica sozinha, faz m$#@.
HT: Como foi voltar à SPFW sem ter que se preocupar em ser a Yasmin Brunet, mas sim uma personagem?
YB: Foi a coisa mais deliciosa do mundo, porque eu não estava nem aí com o que ia acontecer. Foi algo libertador, muito bom. Quando você desfila como você mesma, fica muito autoconsciente sobre a roupa, se vai pagar peitinho, como está andando… Fica todo mundo te olhando e isso me dá um pouco de pânico. E lá, no backstage, nós estávamos como os personagens – foi algo maravilhoso.
HT: A partir de agora, você pretende investir na carreira de atriz, voltar para a de modelo ou conciliar ambas?
YB: Pretendo sim investir na de atriz. Não sei ainda se vou parar totalmente, mas também não seria um choque tão grande, né? Não é a Gisele Bündchen abandonando as passarelas! (Risos). Devo diminuir aos poucos, mas abandonar de vez, não.
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