“Vir à frente de uma bateria dá um frio na barriga. Não é medo. É paixão”, diz Sabrina Sato


Apresentadora brilhará à frente dos ritmistas em dose dupla. No domingo, desfila na Gaviões da Fiel, em São Paulo. Na segunda, risca a Sapucaí pela Vila Isabel

Sabrina Sato já figura no ranking das mais poderosas rainhas de bateria do Carnaval carioca. No microcosmos da Sapucaí, a “japa” mais amada do Brasil consagra-se no hall da famosa Avenida, no qual ficaram eternizadas Monique Evans, Luiza Brunet, Luma de Oliveira, Juliana Paes. Não se fala em desfiles de escolas de samba sem se lembrar dessa constelação de beldades.

Sabrina Sato: autenticidade e amor pelo Carnaval (Foto: Eduardo Rezende)

Na próxima segunda-feira, Sabrina completará nove anos à frente dos ritmistas da Vila Isabel, destacando que, a cada ano, sente-se como se fosse estrear na folia. “Sinto frio na barriga, tremo, tenho sudorese, coisas que só vive quem, de fato, ama Carnaval e reconhece a responsabilidade de vir à frente de uma bateria. Não é medo. É paixão”, diz a apresentadora.

Mãe da pequena Zoe, de apenas três meses, Sabrina bem que pensou em desistir de riscar a Avenida neste 2019. Mas voltou atrás diante do clamor público por sua participação. Sendo uma das personagens mais intensas e alegres do Carnaval, cedeu à pressão. E vai brincar em dose dupla. No domingo desfila na Gaviões da Fiel e, na segunda, chega ao Rio para arrasar na escola de Noel.

Foto: Eduardo Rezende

Diante da complexidade logística contará com o apoio do marido, Duda Nagle, e dos pais. Sob os devidos cuidados, Zoe a acompanhará nesta ponte-aérea São Paulo-Rio. A família ficará hospedada no Copacabana Palace, onde, logo após o Carnaval, Sabrina irá fotografar as campanhas de sua nova coleção de biquínis e de uma linha fitness by Altogiro.

“Eu não consigo ficar longe do Carnaval. Essa é a grande verdade. Até a Zoe entrou nessa. Eu engravidei num sábado das Campeãs. Estava totalmente envolvida com os compromissos do período carnavalesco. Quando eu e Duda nos encontramos com calma não deu outra: namoramos muito. A Zoe é uma foliã, é do babado”, conta às gargalhadas.

Foto: Eduardo Rezende

Aos 38 anos, Sabrina Sato é uma das artistas mais empreendedoras do mercado. Renovou contrato com a Record por mais três anos para o seu “Programa da Sabrina”, licencia o nome para uma infinidade de produtos, que passam por linhas de perfume, de maquiagem, peças moda-praia e fitness. E também é embaixadora de uma marca especializada em produtos para bebês, crianças e adolescentes.

É uma vencedora num mercado pautado por vaidades e preconceitos. Ex-BBB e assistente de palco do extinto e polêmico “Pânico na TV”, conquistou seu lugar ao sol com muito respeito. “Eu não tenho predicados estéticos tão favoráveis. Tenho ascendência japonesa, uma verruga na testa e um nariz de libanês. Mas sou autêntica e me entrego aos trabalhos com absoluta verdade. Eu não vivo personagens. Sou a mesma pessoa dentro e fora da TV. A maior prova é que irei para a Avenida de “mãe”, com peito grande porque estou amamentando, quadril mais largo, um pouco rechonchuda. Neste momento, estou assim. Não permito que a estética se sobreponha à maternidade”, enfatiza.

Foto: Eduardo Rezende

Na atual conjuntura em que se discute temas como misoginia e igualdade de gêneros, Sabrina, considerada símbolo por adolescentes e adultos de Norte a Sul do país, destaca que não se orienta pelas críticas que também recebe. Faz o que quer, veste o que deseja, sensualiza ou não quando lhe apraz. E, por incrível que pareça, garante que não sofre assédio no cotidiano ou enfrenta outras situações constrangedoras e desrespeitosas.

“Os homens me veem como “brother”, não me importunam. Eu sou uma moleca e isso faz com que eles se identifiquem. Há ainda um outro fator interessante: muitos me pedem para tirar fotos porque a mulher ou a namorada é minha fã. É como se dissessem “olha, desculpa, é para a minha mulher”, comenta ela, cujo perfil de seguidores no Instagram é composto, majoritariamente, pelo público feminino na ordem de 75%. “A minha percepção é de que os homens tornam-se fãs por causa das mulheres. E essa história de sex symbol talvez continue a me acompanhar por um tempo. Mas o mulherio me vê assim também. A verdade é que não vou mudar, mesmo agora sendo mãe”, afirma.

Foto: Eduardo Rezende