Quem vê Helga Nemeczyk no palco em “Mulheres à beira de um ataque de nervos” corre o risco de não reconhecê-la. Além, é claro, das perucas e adereços, a atriz que interpreta Candela no clássico de Pedro Almodóvar emagreceu 20kg para dar vida à mulher intensa e passional que se relaciona com um terrorista. A perda de peso teve um motivo especial: foi um pedido de Miguel Falabella, diretor da história e amigo de Helga. “Foi um processo que só fez bem a mim. O Miguel me convidou e disse que só faria a peça se emagrecesse. E, caso eu não emagrecesse metade do necessário até o começo dos ensaios, estaria fora”, contou, com risadas, o que, é claro, desperta a curiosidade de mulheres ao redor de todo o mundo – sempre à beira de um ataque de nervos quando se trata de dieta. “Foi com o método Ravenna”, revelou.
O papel valeu o esforço: sua Candela foi sucesso de crítica e público na temporada paulista e chega ao Rio hoje, sábado, dia 5, com a expectativa altíssima. “Fiquei muito feliz com a crítica de São Paulo. A personagem é muito carismática e tem um número musical muito forte, que exige fôlego. A personagem é burrinha, ingênua, conquista o público, tem piadas boas e chama atenção. Ela ajuda muito”, disse. O emagrecimento teve motivo: Helga aparece de calcinha e sutiã em cena. “A gente sempre quer emagrecer, mas eu dei uma relaxada, porque saí da televisão e fazia ‘As noviças rebeldes’, o musical do Wolf Maya, no teatro, no qual interpretava uma freira. Então, ficava toda coberta. Eu meio que chutei o balde, relaxei mesmo. Mas eu sabia que uma hora tinha que parar e emagrecer e o momento foi esse. Eu tinha que ficar de calcinha e sutiã no palco”, contou uma Helga cheia de autoestima e vestida de longo laranja assinado pelo estilista paulista Ozanir Ancelmo.
A personagem, uma modelo, não pertence ao universo da atriz, mas ela encara o desafio com garra. “Tudo bem que nunca vou ter corpo de modelo, porque sou grande, tenho bunda, coxa e tudo o mais. Mas não dava para por uma aspirante a modelo gordinha. A máquina Ravenna disse que meu peso ideal é 72kg. Até 68kg era o máximo da magreza para a minha estrutura. Agora, eu fiquei com 70kg para a peça, que está ótimo. Estou superfeliz, faço manutenção com aeróbica todo dia. Antes, com a dieta de 800 calorias, não dava. Uma vez, eu até desmaiei no ensaio”, revelou ela, que prepara o fôlego para encarar três meses de “Mulheres à beira de um ataque de nervos” pela frente e já tem planos em seguida. “Existe possibilidade de emendar com outra peça da mesma produtora. Recebi dois convites. Um deles é para uma produção argentina e outro é inédito”, adiantou. Enquanto isso, ela colhe os louros do sucesso e se dedica – sem pausa – à Candela. “Tem peças que o dinheiro acaba e fica um mês em cartaz. A nossa ficou quase quatro em São Paulo e temos mais três no Rio. Isso é um privilégio”, ressaltou.
Não para menos: o espetáculo, que se passa nos anos 80, aborda a complexidade dos relacionamentos, problemas amorosos e vida feminina, temas que são comuns a todas as mulheres. Para Helga, aliás, tudo continua igual há mais de 30 anos. “As mulheres dos anos 80 representam, sim, as de hoje em dia. Mulher é mulher em qualquer época e fase da vida. Até as feministas, dentro delas, acho que têm esse sentimentalismo bobo, ingênuo e louco. Toda mulher possui. É parte da essência feminina. Existem as que mostram e as que escondem. E acho que mesmo se uma feminista assistir vai se divertir”, analisou.
E Helga ainda tem tempo para se dedicar a uma outra estreia! Ela se prepara para subir ao palco do Teatro Fashion Mall, na terça-feira, dia 8, para o show Jazzi’n de Blues. “Serão as quatro terças-feiras de março e eu pretendo continuar com o projeto em paralelo, porque já é um plano antigo. No show, eu participo com meu noivo, Vinícius Pereira, integrante da banda, e quero investir um pouco nesse lado cantora, que eu neguei muito a vida toda. Achava que cantava no teatro e estava ótimo. Mas, por que não cantar mais? Como saí do Zorra, da Globo, achei que era hora de investir em outra verve”, explicou ela, adiantando um pouco do que vem pela frente: “É uma pegada jazz e blues, de clássicos com a minha releitura. Tem Nina Simone, Diana Krall, Sarah Vaughan, Amy Winehouse, que não podia deixar de cantar. São 13 músicas, mais um bis. Uma que eu adoro é um blues de 1927 chamado “After you gone”, todo instrumental, que eu fiz uma letra em português, algo que eu aprendi com a experiência em musicais. A gente importa muito. Então acaba entendendo um pouco de métrica, rimas. Enfim, é um show animadíssimo e super bacana”, contou. Nós, de HT, somos presença garantida!
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