Acabou a protelação. Nome forte e incensado entre a geração de modelos que brilharam nas catwalks nos anos 2000, Talytha Pugliesi vai estrear como atriz. E na sétima arte. A paulista, que já fez campanhas para grifes como Dior, Valentino, Chanel, é a protagonista de “Get High On Rock’n’roll”, dirigido por Doug Clayton. HT, esperto que é, assim que soube da novidade, tratou de chamar a loura e saber mais detalhes da empreitada. Para começo de conversa, ela nos contou que e o preconceito contra modelos que resolvem labutar na dramaturgia afastou a vontade dela por textos decorados. “Toda a minha restrição no começo em estudar atuação é porque eu tinha muito medo desse preconceito. Eu acho que até eu de certa forma tinha. E isso, com certeza, me deixou mais travada de como as pessoas me receberiam e como me tratariam”, disse. Exemplo do que está ela diz pode ser retirado da histórias das igualmente belas Alessandra Ambrósio e Fernanda Lima, que receberam (um mar de) críticas quanto às atuações em “Verdades Secretas” e “Bang Bang”, respectivamente. Para garantir o sucesso nos papéis, Talytha vem se preparando há mais de um ano com cursos de atuação e interpretação. “Não quero ser mais uma modelo que virou atriz”.
Percalços à parte, o importante é que Talytha Pugliesi agora é atriz e estreia em julho, na 7ª Edição do La Jolla International Fashion Film Festival, considerado o “Cannes” dos Fashion Films que acontece nos dias 29 e 30 de julho. A personagem da loira é Annik, uma mulher com problemas de drogas em função da vibe do rock’n roll. Segundo a top, o convite veio do próprio diretor Doug Clayton, com quem ela já havia trabalhado. “Por coincidência, eu já estava estudando quando ele me ligou em outubro (do ano passado)”. No entanto, Talytha contou que, mesmo sem saber disso, Clayton já havia escolhido a modelo para o papel. As gravações foram realizadas na semana passada, no Rio de Janeiro, e permeiam esse texto. A top ainda acrescentou que quer experimentar todos os ramos da atuação. “Eu tenho vontade de fazer novela e teatro.”
Depois de já ter enfrentado tantas passarelas e ter desfilados para os maiores nomes da moda mundial, Talytha disse que o frio na barriga ainda existe – mesmo que em outra seara profissional. “Eu sinto frio na barriga até hoje dependendo do desfile, da roupa e do sapato, principalmente. Só que hoje (nos sets), o frio na barriga e a adrenalina são diferentes dependendo do que você vai fazer”. Mas Pugliesi, bom citar, já teve outras experiências à frente das câmeras. A modelo já foi apresentadora do programa de viagens e gastronomia Guiados pelo Sabor e do SPFW 2013/2014 para o canal Glitz – quando também desfilou para a Neon e Lino Villaventura. “Foi corrido, mas nada o que eu já não tenha feito antes. Então, tranquilo”. Como contou ao HT, Talytha sempre teve muita intimidade com as câmeras pelo trabalho de modelo. E, pelo fato dela se considerar muito comunicativa e curiosa, essas experiências foram encaradas com “muito naturalidade”.
De volta ao Brasil depois de morar tanto tempo “nos países de Primeiro Mundo” – Talytha saiu de casa aos 16 anos por causa da carreira de modelo – ela contou que percebe as diferenças em relação ao acesso à educação, saúde e segurança e que isso é algo que a incomoda. “É complicado. Eu acho que a situação de agora é muito desesperadora. Eu não sei te dizer como vai ser depois. O que eu gostaria mesmo é que o Brasil mudasse, que todos os corruptos fossem presos e a gente aprendesse uma lição”. Não só você, guapa.
As engrenagens da moda
É tácito: ser modelo não é fácil. Talytha Pugliesi que o diga. A loura já passou por poucas e boas na carreira. Comidas diferentes, idiomas desconhecidos e a saudade da família foram alguns dos perrengues que a modelo já viveu. Mas valeu super a pena. “A minha geração (de tops) foi muito marcante. Nós éramos várias e trabalhando muito. Depois da gente tiveram algumas meninas que trabalharam lá fora, tiveram uma super carreira e fizeram um monte de coisas legais. Mas não foram em grupo que nem a gente. Foram algumas meninas que se destacaram no meio da multidão. Foram tantas viagens. Eu amei ter ido para a Nova Zelândia, Austrália, Tahiti, para algumas ilhas como as Maldivas”, lembra. E a gata, com a pele e o corpo que tem, já fala de aposentadoria, acreditam?. “Eu já me sinto meio aposentada. Mas ao mesmo tempo, eu estou fazendo uma transição de carreira”.
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