Tombadoras! Evento #soudessas reune mulheres empoderadas na Casa Ipanema: “Meu black é lindo sim, minha pele nem se fala”


Evento na Casa Ipanema reuniu mulheres “tombadoras” para espalhar o empoderamento feminino

tomba

Com o intuito de reunir mulheres poderosas e espalhar suas histórias de vida, a Ipanema Oficial se juntou ao NOIX e leva à Casa Ipanema durante quatro terças-feiras, cada uma com um tema, mulheres dos quatro cantos do Rio de Janeiro que dão um show de empoderamento. O primeiro dia de evento (15/03) apresentou mulheres que colocam a mão na massa através de trabalhos autorais, e nessa terça-feira (22) a Casa Ipanema foi tomada por muito estilo e atitude.

"Aceite-se, seja fiel a você mesma", disse Luiza Brasil no evento #soudessas

“Aceite-se, seja fiel a você mesma”, disse Luiza Brasil no evento #soudessas

Luiza Brasil, nascida em Niterói, foi quem começou o bate papo. A jornalista especializada em moda trabalha com Costanza Pascolato e é dona do Mequetrefismos, um blog que reverencia a beleza negra e toda sua história. Luiza começou se apresentando de forma supermoderna, com um gif sobre quem é e o que faz, e falou sobre a “Geração Tombamento”, que explica ser algo que “transpõe a aparência, é uma questão política”. Com influência da música “Tombei”, de Karol Conka, evidencia a questão black e estimula a aceitação. “Meu black é lindo sim, minha pele nem se fala”, disse Luiza, que contou também sobre a influência do Festival Afropunk que acontece no Brooklyn, em Nova Iorque, reunindo estilo e atitude com perfume rocker e pegada africana, claro. “Leia mais sobre sua cultura, crie seu ponto de vista. Aceite-se como você é, seja fiel a si mesma e, acima de tudo, sororidade, manas”, finalizou, referindo-se ao apoio e união entre as mulheres.

Gabi falou sobre racismo: "Foi aí que entendi que meu corpo era político"

Gabi falou sobre racismo: “Foi aí que entendi que meu corpo era político”

A estilista e stylist Gabi Monteiro também mostrou que é tombadora por vocação. Nascida e criada no Chapéu Mangueira, ela sempre viveu entre asfalto e favela, tornando as diferenças um aprendizado. “Uma imagem vale mais que mil palavras? Como você pensou nessa roupa para vir até aqui hoje? A minha tem a ver com a minha origem, o Chapéu Mangueira”. Gabi, que trocou o curso de cinema pelo de design de moda na PUC-Rio, virou assunto nos jornais após relatar em sua página pessoal do Facebook que sofreu racismo na sala de aula por parte de uma professora. “Foi aí que entendi que meu corpo era político”, conta. Inspirada na miscigenia, Gabi criou uma coleção para sua marca, Exímia, para celebrar todos os corpos e etnias. “Sejam, independente de tombarem ou não”, disse.

Para fechar a noite, as meninas do coletivo Afrofunk Rio colocaram todo mundo para tombar, literalmente. Renata Batista, Sabrina Ginga e Taisa Machado dão aula de dança, focadas no empoderamento feminino e, principalmente, no poder da ancestralidade africana. “Acreditamos que o corpo é livre, da África ao funk”, contaram. “Nossos valores são outros, não somos liderados pelos nórdicos”, disse Taisa ao explicar que a cultura negra aponta para o chão (tem que rebolar), e a caucasiana, para cima (aos deuses), e por isso a dança dos negros, há muito tempo, foi proibida. “Não temos isso de pecado e sagrado, o corpo é livre! Quem aqui quer rebolar até o chão?”, perguntou, chamando todos para a dança. As aulas do Afrofunk acontecem toda sexta-feira às 21h, na Rua Mem de Sá, nº 35, na Lapa.

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“Gratidão! Esse foi o impulso final que eu precisava para cortar minhas madeixas do ‘Beleza Natural’”, comentou Gleyser Ferreira, após o evento #soudessas dessa terça-feira. Tombaram!