Suzana Pires lança livro e fala sobre BBB: “Torcendo para ter uma mulher ou um homem trans na casa”


A atriz, roteirista e escritora, fundadora do Instituto Dona de Si, revela com exclusividade que vai compartilhar o método que tem alavancado a vida de muitas mulheres através do livro ‘Dona de Si’. “Vai fazer a mulher que deseja empreender parar de ‘patinar’ no mesmo lugar. Isso é um problema recorrente na trajetória feminina. É uma obra que aplaca três dores: a sobrecarga, a opressão diária que vivemos e a solidão. Então, vai fazer as mulheres voarem”. Suzana também esclarece sua opinião, polemizada num tweet, sobre o episódio entre Tiago Leifert e Ícaro Silva. “Essa relação de poder, de que você precisa baixar a cabeça para quem paga o seu salário, é uma relação coronelista”. Revela ainda que fala com franqueza sobre posicionamento artístico e comenta sobre o BBB, do qual é espectadora: “A misoginia e a transfobia seriam grandes temas nessa edição”

Suzana Pires lança livro e fala sobre BBB: "Torcendo para ter uma mulher ou um homem trans na casa"
Suzana Pires posa com exclusividade para fotos da divulgação do seu livro (Foto: Edu Rodrigues)

Suzana Pires em foto exclusiva para o seu novo livro (Foto: Edu Rodrigues)

*Por Brunna Condini

Suzana Pires começa 2022 tocando novos planos e reafirmando propósitos. Nesta entrevista, ela mostra que todo o girl power que a trouxe até aqui está ainda mais potente. E não só por ela, mas por todas. Para a atriz, roteirista e escritora, o Instituto Dona de Si – que empodera e alavanca talentos femininos – do qual é idealizadora e fundadora, transformou sua vida. E por isso deseja dividir toda essa experiência através do livro ‘Dona de Si‘. “Não é biográfico, é a explanação do método aplicado na aceleração de mulheres do instituto para que cada uma se torne empreendedora da própria vida. E, a cada etapa, uso passagens da minha vida profissional como exemplo”, detalha com exclusividade sobre a obra, lançada providencialmente em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. “Hoje os holofotes não são só para mim: carrego todas as mulheres comigo. A união feminina é uma ação real dentro da minha vida”.

Ela fala de grandes desafios profissionais que tem pela frente, opina sobre o papel do artista, e destaca não abrir mão de se posicionar abertamente sobre qualquer assunto. Tanto que, recentemente, teve seu nome envolvido na polêmica das mensagens trocadas entre Ícaro Silva e Tiago Leifert. Através seu perfil do Twitter, Suzana mostrou contrariedade à postura de Leifert na hora de defender seu trabalho no Big Brother Brasil, programa criticado por Ícaro. “Respeita quem paga seu salário’ é o último grito do desespero pelo controle que os coronézins ainda lançam mão. Colonial. Cafona. Arrogante. Elite Falida”, opinou no tweet.

Aqui, ela esclarece: “Quero deixar claro que nem conheço os dois pessoalmente. Raras vezes estive com o Tiago na Globo. Não conheço o Ícaro pessoalmente. A minha colocação não teve um tom pessoal. Ninguém é meu amigo, mas acho que diante do ponto de vista do Ícaro e da colocação do Tiago, faltou entender sobre relações de poder, na resposta do Tiago, entendeu?”.

Ela vai lançar o livro 'Dona de Si', dividindo o método que alavanca os talentos femininos no instituto que fundou (Foto: Edu Rodrigues)

Ela vai lançar o livro ‘Dona de Si’, dividindo o método que alavanca os talentos femininos no instituto que fundou (Foto: Edu Rodrigues)

“Essa relação de poder, de que você precisa baixar a cabeça para quem paga o seu salário, é uma relação coronelista. Não falei nenhuma inverdade. É uma relação arrogante, sim. Foi para isso que quis chamar atenção. Não entrei no mérito do Big Brother. Não quero saber se é a Globo, qual a empresa é. Falei sobre aquela frase do Tiago, isso que suscitei no meu tweet e acho que temos que parar para pensar. Hoje, as lideranças querem ser horizontais, as empresas estão mudando sua governança. Então, como um cara tão esclarecido ainda se coloca desta forma? Não estou questionando valor de ninguém, artístico, profissional, caráter. Estou questionando uma crença, que é a da relação de poder de cima para baixo, de patrão com empregado. Quer dizer que empregado não pode ter opinião por que ele recebe um salário? Acho que não, né? Isso é coronelismo. Reforça o Brasil em um lugar colonial e atrasado”.

"Os colegas artistas que estão calados, isentos sobre o estado de coisas que estamos vivendo, estão perdendo a oportunidade de colocar sua fama a serviço de algo maior do que si mesmo” (Foto: Edu Rodrigues)

“Os colegas artistas que estão calados, isentos sobre o estado de coisas que estamos vivendo, estão perdendo a oportunidade de colocar sua fama a serviço de algo maior do que si mesmo” (Foto: Edu Rodrigues)

O que acha dos artistas que têm visibilidade e optam por não se posicionar publicamente sobre temas relevantes? “Até antes da pandemia eu não me importava com os colegas, os artistas que não se colocavam diante dos fatos. Mas acho que a pandemia mudou isso. Trouxe uma noção de coletivo, de impacto. Uma noção de que uma ação descuidada de um mandante impacta em milhões de vidas, então hoje acho realmente que os colegas artistas que estão calados, isentos sobre o estado de coisas que estamos vivendo, estão perdendo a oportunidade de colocar sua fama a serviço de algo maior do que si mesmo”.

Novos rumos

Profissionalmente, Suzana celebra o livro sobre o Instituto Dona de Si, que existe há quatro anos, contabilizando 1500 mulheres formadas, com impactos diretos em 500 mil, e indiretos em 1 milhão de talentos femininos: “Esse livro vai fazer a mulher que deseja empreender parar de ‘patinar’ no mesmo lugar. Isso é um problema recorrente na trajetória feminina. É uma obra que aplaca três dores: a sobrecarga, a opressão diária que vivemos e a solidão. Então, vai fazer as mulheres voarem”.

Ela também comemora os rumos da carreira. “O mercado audiovisual, por incrível que pareça, cresceu. Porque as empresas de streaming realmente vieram produzir no Brasil. Acho que hoje começamos a ter mercado, não tem mais só uma emissora para trabalhar. Continuo na Globo como atriz, mas como autora eu já sai”, revela. “Como autora estou neste mercado, fechando um contrato grande que ainda não dá para falar (risos). Como atriz, depois que terminar o meu contrato com a Globo, vamos ter uma conversa e aí vou ver como será no futuro. Posso dizer que estou bem empolgada com o mercado. Tem muita coisa pela frente. Os planos do primeiro trimestre são instituto e lançar o livro. Em abril, começa uma nova etapa”, faz mistério.

“Como autora estou neste mercado, fechando um contrato grande que ainda não dá para falar (risos)" (Foto: Edu Rodrigues)

“Como autora estou neste mercado, fechando um contrato grande que ainda não dá para falar (risos)” (Foto: Edu Rodrigues)

Vem aí a versão espectadora/comentarista

Falando da próxima edição do Big Brother Brasil que começa dia 17, Suzana comenta sobre sua versão espectadora/ comentarista. Nas últimas edições, a atriz expôs seus pontos de vista sobre vários assuntos colocados na roda na atração. E faz suas apostas: “Olha, continuo acreditando que o racismo será novamente tema. A misoginia e a transfobia seriam grandes temas nesta próxima edição também. Estou torcendo muito para o Boninho ter escolhido uma mulher ou um homem trans para estarem na casa. Seria incrível”.

Participaria do reality? “Não, porque acho que ficaria muito perturbada de ficar presa em um lugar, mais por isso. Não ia aguentar, daria problema (risos). Sou muito cigana, até mesmo com a minha própria casa. Então, seria impossível ficar trancada em um lugar durante meses. Mas acho que o programa fez uma curva. Hoje é interessante socialmente, está discutindo temas atuais, relevantes. De uns quatro anos pra cá, tenho assistido sempre”.

"O BBB se tornou interessante socialmente, está discutindo temas atuais, relevantes. De uns quatro anos pra cá, tenho assistido sempre” (foto: Edu Rodrigues )

“O BBB se tornou interessante socialmente, está discutindo temas atuais, relevantes. De uns quatro anos pra cá, tenho assistido sempre” (foto: Edu Rodrigues )