Sochi 2014: na patinação artística, os dotes de atletas como o brasileiro Florent Amodio vão além da técnica!


Uma fornada de atletas sensuais esquenta o gelo, dos orientais com cara de mangá ao franco-brazuca que finge que é blasê, mas não é!

A patinação artística no gelo está em alta. Pelo menos é o que tem se constatado nos últimos dias, com o burburinho por conta da competição na XXII Olimpíada de Inverno em Sochi, na Rússia. Entretanto, mais do que os torneios das modalidades que compõem esse esporte, a visibilidade nos últimos dias tem se dado não apenas pela graciosidade da sua prática, mas pelo fato de haver um brasileiro de nascença competindo nesse esporte que, pela conjuntura climática do Brasil tropical, não é exatamente tão popular por aqui: Florent Amodio. O rapaz de 1,65m, apesar ter nascido em Sobral, no Ceará – com o nome de Francisco Tiago dos Santos –, foi adotado por pais franceses quando tinha apenas um ano e meio de idade, e chama atenção entre os novos talentos que, além da boa capacidade técnica, esbanjam expressividade artística na hora de executar suas coreografias no gelo. Defendendo a bandeira da França, na competição que foi televisionada nesta madrugada (no Brasil), Amodio ficou em 14º lugar e já tem lugar garantido para a próxima rodada nos jogos. E, apesar de deixar claro que se considera francês, não nega sua proximidade com a América Latina na hora de se apresentar. Esguio, moreno, com bocão e cabelo de Menudo, estilo Robby Rosa, tascou logo uma versão do emblemático tango “La Cumparsita” para se exibir no rinque, em mixagem onde também compareceu outra pérola da música argentina, “Por una Cabeza”, de Carlos Gardel. Okay, o rapaz vem com o papinho de que não se sente brasileiro, que passou a vida inteira dele na França que o acolheu, mas, na hora de competir, apela para a latinidad. Óbvio que isso deve fazer sucesso entre a mulherada lá na Europa.

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Novos atletas têm se destacado em Sochi, sobretudo em meio à notícia de que o estelar Eugeni Plushenko, que seria o sétimo a se apresentar na noite passada, havia abandonado a carreira e se aposentado, após sentir fortes dores. O russo, uma referência mundial na patinação artística, já fez doze cirurgias e ontem, após um salto mal feito, concluiu que seria hora de aposentar os patins. Portanto, já se especula quem será o novo ás do esporte a assumir sua vaga. Mas, à parte dos seus espetaculares dotes, Plushenko nunca foi exatamente aquilo que se poderia chamar de símbolo sexual. De nariz grande, penteado com corte cafona, tipo Chororó, e ar desengonçado fora do gelo, ele está longe de ser um sex symbol, apesar de um enorme séquito de fãs mundo afora. E, ao que parece, pululam tipos mais atraentes que ele nesta fornada que agora compete no balneário russo.

Eugeni Plushenki: carreira genial, trajetória memorável, mas falta-lhe o sex appeal (Foto: Reprodução)

Eugeni Plushenko: carreira genial, trajetória memorável, mas falta-lhe o sex appeal (Foto: Reprodução)

Talvez quem mais tenha chances de ocupar o espaço de sexy star dos patins seja o francês Brian Joubert, com jeito de top e aquele corpo de modelo de publicação masculina. Com traços bem feitos, ar sensual e torso rasgado, o bonitão nascido em Poitiers tem 29 anos e já havia dado o que falar na edição anterior dos jogos de inverno, em Vancouver, em 2010. Foi campeão mundial em 2007, três vezes campeão europeu e oito vezes vencedor do campeonato francês, um verdadeiro garanhão das baixas temperaturas, colecionando medalhas como quem guarda, na estante, garrafinhas promocionais da Coca Cola, daquelas distribuídas aos milhões em época de confraternização esportiva mundial. Parece quase o irmão mais velho do porn star Brent Corrigan, 27 anos. Viril e capaz de saltos com impressionante altura, execução e fluidez, ficou em sétimo lugar no ranking nesta noite passada, mas corre o risco de passar por um upgrade na pontuação, caso seja avaliado, mano a mano, não apenas pelos seus dotes atléticos, mas pelo sexy appeal.

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E, entre tantas presenças de porte masculino e atributos atléticos inquestionáveis, os orientais têm dado o que falar em Sochi. Além de esplêndida performance repleta de dramaticidade, vários deles têm shapes capazes de despertar a libido  das menininhas e, também, naquela turma que Wladimir Putin se esforça para manter na berlinda, à parte do globalizado mundo da diversidade sexual. O campeão de ontem à noite, o japonês Yuzuru Hanyu – que conseguiu a façanha de ser o primeiro patinador do mundo a superar a nota final de 100, o recorde de 101,45 –, tem 19 anos, 1,71m, 53 quilos, cara de garoto, pele de pêssego e carinha imberbe. É praticamente um frangote, mas, elegante e ágil no gelo, deixa todo mundo babando. E, dos seus olhos, praticamente saem chispas quando está em ação, tipo Pokémon. Ainda vai ar muito que falar, pela capacidade ímpar e pela sensualidade que lhe confere o estereótipo de protagonista de mangá – os famosos quadrinhos japoneses, com alta carga erótica subliminar. Bom, ele não é o único: existem outros atletas que assumem, ainda que involuntariamente aquele ar de hentai, os desenhos animados nipônicos com conotação erótica. Tem Daisuke Takahashi, o gostosão que parece personagem de Dragon Ball Z, com cabelo espetado e aquela tensão no rosto que o faz parecer que vai suar muito, mesmo estando em uma gelada. Ele ficou em quarto lugar no programa curto individual masculino, se exibindo com uma sonata para violino de Chopin. Após sua apresentação, o rinque de gelo ficou coberto de flores, de tantos buquês que lhe eram atirados da plateia. Sim, deve ser uma boa ser dono de floricultura do lado de fora dessas arenas.

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Mas Hanuy e Takahashi não são os únicos orientais a deixar a garotada ouriçada por bem mais do que suas habilidades artísticas. Um terceiro japonês, Tatsuki Machida, desponta no aspecto interpretativo, amparado por seu alto teor técnico. Apesar de ter ficado em 11º lugar ontem, sua silhueta longilínea lhe permite executar as coreografias com elegância e precisão, com se uma gazela se fundisse com um fauno em resultado de estilo impecável. Tem a mesma plasticidade que um bailarino clássico, seus triple axels são de chorar de tão bonitos e o danado ainda tem bom gosto musical. Nesta madrugada, soube até causar comoção através da acertada escolha da trilha do filme “Vidas Amargas” (East of Eden, com James Dean, música composta por Leonard Rosenman, 1955) para sublinhar sua apresentação.

Machida: espevitado feito pimenta, é capaz de levar à loucura, com ou sem patins  (Foto: Reprodução)

Machida: espevitado feito pimenta, é capaz de levar à loucura, com ou sem patins (Foto: Reprodução)

E, deixando a terra dos samurais de lado, é impossível não mencionar Denis Yuryevich Ten, do Cazaquistão. Valorizando elementos técnicos à exaustão, com maestria nas piruetas e linha corporal maravilhosa, faz o gênero enfant terrible em cena, se contorce e serpenteia com uma naja e ainda tem jeitinho de pitéu. Ficou em 9º lugar, o que comprova que, mais do que nunca, a competição está acirrada.

Denis Ten: enfant terrible com linha corporal maravilhosa e talento ímpar (Foto: Reprodução)

Denis Ten: enfant terrible com linha corporal maravilhosa e talento ímpar (Foto: Reprodução)