SENAI CETIQT: vem saber tudo sobre o potencial da biologia sintética para a bioeconomia brasileira


Quais os conceitos e aplicações da biologia sintética no Brasil? SENAI CETIQT e International Genetically Engineered Machine (IGEM), organização sem fins lucrativos que promove a biologia sintética como uma ferramenta para a solução de problemas globais, dividiram experiências em prol do país e com reflexo internacional. Fundada em 2003 no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, a organização tornou-se a maior promotora de competições na área. O encontro abordou temas como inovações de longo prazo em grandes empresas, a conexão e empoderamento da nova geração de bioengenheiros brasileiros, além de apresentar a competição IGEM Design League e uma das equipes participantes, a OSIRIS da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Abordamos aqui no site recentemente que todos os holofotes estão voltados para a Biologia Sintética estratégica ferramenta que colabora com diversas áreas de pesquisa para construir novos sistemas biológicos. A partir do entendimento e estudos do funcionamento da natureza, é possível otimizar rotas metabólicas e propor sistemas mais eficientes e sustentáveis. Desta forma, uma Bioeconomia baseada na biodiversidade local e construída com a aplicação de Biologia Sintética pode contribuir para o cenário que o Brasil vem desenhando internacionalmente. E o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, integrante do SENAI CETIQT e referência nacional em PD&I para a indústria e atuando na identificação e no desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis, a partir de recursos renováveis e não renováveis, em parceria com o IGEM (International Genetically Engineered Machine) recebeu um grupo para um mergulho profundo sobre o tema e que a instituição também divide com você, leitor.

INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO EM BIOSSINTÉTICOS (ISI)

O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras é referência nacional em PD&I para a indústria e atua na identificação e no desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis, a partir de recursos renováveis e não renováveis. O Instituto integra o SENAI CETIQT e desenvolve processos de identificação de oportunidades e soluções para empresas por meio de análises tecnológicas, mercadológicas e de sustentabilidade, contribuindo para a tomada de decisão e a integração do ecossistema de inovação. Além disso, desenvolve projetos de alto valor agregado, alinhados às tendências tecnológicas da indústria de processos químicos e bioquímicos, tendo como diferencial a intensificação de processos e a biologia sintética, de acordo com as demandas atuais e perspectivas futuras.

Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras

O CONCEITO

Dando início ao evento, Caroline Salvati, membro da equipe de divulgação do IGEM Design League, realizou uma introdução ao conceito de biologia sintética. Embora muitas vezes confundida com engenharia genética e engenharia metabólica, a biologia sintética colabora com diversas áreas de pesquisa, como química, biologia, física e engenharia, por exemplo. Seu objetivo é a construção de novos componentes biológicos, bem como o redesenho de sistemas biológicos naturais. Segundo Caroline, para o Brasil, a biologia sintética pode ser considerada estratégica graças à biodiversidade do país. “O Brasil tem 20% da biodiversidade mundial, ou seja, temos diversos recursos genéticos. Somos o país que ocupa a 14ª posição entre os países de maior produtividade científica. Além disso, temos institutos de pesquisa de referência como a Fiocruz, por exemplo. Temos fomento público e investidores interessados em apoiar toda essa jornada”, afirma.

O Brasil tem 20% da biodiversidade mundial, ou seja, temos diversos recursos genéticos. Somos o país que ocupa a 14ª posição entre os países de maior produtividade científica – Caroline Salvati

Este slideshow necessita de JavaScript.

O IGEM DESIGN LEAGUE FOMENTANDO CONHECIMENTO

Diante dessa realidade, o IGEM Design League surge como uma oportunidade para os interessados em explorar a área de biologia sintética. Cristiane Toledo, chefe de divulgação do IGEM Design League, apresentou a competição aos participantes do evento. Destinada a estudantes do ensino médio e de graduação, a disputa é desenhada para ser o primeiro passo da carreira dos alunos dentro do campo da biologia sintética, não exigindo conhecimento prévio sobre o assunto para participar. Através do IGEM Academy, os participantes podem ter acesso a palestras com especialistas no assunto e aulas teóricas sobre biologia molecular, como fazer desenho genético das partes biológicas, entre outros tópicos.

Durante a competição, os participantes disputam por medalhas, prêmios especiais, Track Awards, que são os prêmios de categoria, e o Grande Prêmio, que é concedido ao primeiro colocado da competição. “O primeiro colocado ganha uma parceria com a Ginkgo Bioworks, uma das maiores empresas de biologia sintética do mundo. A empresa oferece três benefícios significativos aos vencedores: mentoria, auxiliando a equipe a transformar o projeto em algo viável para a indústria; síntese de DNA, fornecendo suporte para a realização dos experimentos; além disso, os vencedores também ganham uma viagem para Boston, onde podem conhecer o ecossistema de biologia sintética da região”, declarou Cristiane.

As inscrições para a competição estão abertas até o dia 7 de junho, e o custo de participação para uma equipe de 15 alunos é de US$1.600.

Para compartilhar a experiência no IGEM Design League, Juliano Rodrigues, representante da OSIRIS da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre a participação da sua equipe nos anos anteriores. “Conseguimos conquistar a medalha de prata por dois anos consecutivos. Além disso, fomos finalistas tanto do Grand Prize quanto no prêmio de melhor projeto empreendedor”, declarou Juliano.

Atualmente, a equipe está trabalhando no DiagSyn, um Dispositivo Multi-diagnóstico direcionado a arboviroses como, Dengue, Zika e Chikungunya. Tenho a felicidade de anunciar que nosso projeto deu certo, e estamos buscando apoiadores para escalonar a nossa proteína – Juliano Rodrigues

O CASE AMBEV

Dando continuidade ao evento, Nathália Bretas, Engenheira Química da Ambev, apresentou um case desenvolvido por sua equipe Disruptive Technologies, o On My Beats. Fruto de uma parceria com uma startup dos Estados Unidos, a barrinha promete reduzir aproximadamente 20% da absorção de álcool no corpo por caloria ingerida.

A gente realizou testes clínicos no Canadá e na Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. O piloto foi lançado no carnaval e ele faz parte do nosso portfólio – Nathália Bretas

A CONEXÃO VITAL

Giovanna Maklouf, co-fundadora da Associação Brasileira de Biologia Sintética (SynBioBR), compartilhou sobre o surgimento da ideia para a criação da Associação. “Nós percebemos que a comunidade apresenta peculiaridades, uma vez que possui diferentes nichos que nem sempre se comunicam de forma adequada. Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Biologia Sintética surgiu com o propósito de conectar esses pontos e promover a colaboração entre especialidades e regiões distintas, aproveitando a interdisciplinaridade. Consideramos que a Associação é um ecossistema dedicado a conectar e fortalecer a nova geração de bioengenheiros brasileiros”, destaca Giovanna.

Um ecossistema feito para conectar e fortalecer a nova geração de bioengenheiros/as/es no Brasil. Para desenvolver tecnologias e recursos brasileiros na fronteira do conhecimento e na intersecção entre bio e tecnologia

Para alcançar essa meta, o grupo tem realizado ações como a organização do Simpósio Brasileiro de Biologia Sintética, que contou com a participação de mais de 1500 inscritos e a presença expressiva de participantes de diversos estados do país. Além disso, a Associação promove palestras quinzenais sobre biologia sintética, visando divulgar a ciência e estabelecer conexões entre pesquisadores de diferentes regiões do Brasil, estimulando a troca de experiências e a colaboração.

Consideramos que a Associação Brasileira de Biologia Sintética (SynBioBR) é um ecossistema dedicado a conectar e fortalecer a nova geração de bioengenheiros brasileiros – Giovanna Maklouf

Este slideshow necessita de JavaScript.

Por fim, Ana Carolina Costa, Coordenadora de Biotecnologia do ISI Biossintéticos e Fibras, fez uma apresentação do histórico da competência e possibilidades de parceria do Instituto com foco na coordenação de Biotecnologia. Em seguida, Lucas Cespedes, Pesquisador da Coordenação de Biotecnologia, fez um apanhado da infraestrutura e dos principais projetos relacionados ao tema de biologia sintética e bioeconomia que foram desenvolvidos no Instituto.