*por Vítor Antunes
O Camarote Allegria, localizado no Setor 11, bem de frente para o módulo de julgamento, contou com a presença magnética de Adriane Galisteu como rainha, esbanjando carisma. Em entrevista exclusiva, ela reforçou seu amor pelo carnaval, rebatendo também as críticas e memes que surgem durante essa época do ano. “Tem um monte de dedos apontados para as mulheres no Carnaval. ‘Ah, porque não sabe sambar.’ ‘Ah, porque é magra.’ ‘Ah, porque é gorda’. ‘Ah, porque isso.’ Gente, o Carnaval é festa de todo mundo! O carnaval não é só do samba no pé, o carnaval é do samba na alma, é do samba no coração. O Carnaval é da alegria, é de inclusão, é de liberdade. Então, não gosto desse momento atual – ainda que, repito, siga amando o carnaval. O problema são as pessoas”.
Com uma trajetória consolidada no samba, Adriane Galisteu tem uma relação profunda e autêntica com a festa. “Comecei a desfilar em 1996. Fui Rainha de Bateria da Portela, fui campeã do carnaval grávida na Unidos da Tijuca, desfilei no grupo de acesso, vivi o carnaval de todas as maneiras. Hoje sou musa da Portela e venho na frente da comissão de frente com muita honra, muito orgulho”.
Sou uma mulher do carnaval. Esse lugar me pertence do meu jeito, com meu samba – Adriane Galisteu

Adriane brilhou no Allegria (Foto: Divulgação)
Vivendo uma verdadeira maratona carnavalesca, Adriane dividiu sua agenda entre Salvador, Rio de Janeiro e, logo depois, Paris. “Sou Rainha do Camarote Allegria pelo terceiro ano. Depois do desfile da Portela, vou direto para a Paris Fashion Week. Vou embarcar na madrugada mesmo, já que a Portela é a última escola do último dia. Vou torcer para que a gente volte no sábado como campeã, já que a escola está homenageando Milton Nascimento e merece todas as honras”.

Adriane Galisteu foi musa da Portela, que homenageou Milton Nascimento (Foto: Agnews)
Menopausa: o tabu que precisa ser quebrado
Além de falar sobre o Carnaval, Adriane abordou um tema que ainda recebe pouca atenção, apesar de afetar milhões de mulheres: a menopausa. Com sua sinceridade característica, ela contou como essa fase a pegou de surpresa: “A menopausa me pegou de frente. Eu achava que, pelo meu estilo de vida, por ser uma pessoa que treina, que tem uma vida saudável o mais perto possível, nunca ia sofrer com isso. Mas ela passou em cima de mim como um trator. Foi muito difícil. Fiquei de mau humor, passava por aqueles calores horrorosos. Foi um período complicado.”

Adriane, Viviane Araújo e Patrícia Poeta são as musas do Allegria (Foto: Divulgação)
Adriane enfatiza que, apesar de sua experiência, percebeu o quanto o tema ainda é cercado de desinformação. “Hoje sou uma mulher que tem o prazer de falar sobre a menopausa para tentar ajudar as meninas que ainda estão distantes disso, para que não passem pelo que eu passei. No começo, eu não sabia nada sobre o assunto. A gente é mal informada. Tanto que fiquei um ano ‘catando cavaco'”. Na tentativa de compensar os efeitos da menopausa, Adriane chegou a intensificar os treinos, mas percebeu que isso não era a solução. “Nesse meio tempo, comecei a emagrecer porque dobrei a quantidade de esporte para ver se melhorava, se conseguia compensar, mas, não”.
O grande diferencial veio com o acompanhamento médico e a reposição hormonal. “Depois que comecei a reposição houve uma melhora e voltei de novo para a minha forma. Foi um divisor de águas”.
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