SENAI CETIQT: Setembro amarelo e a conscientização e prevenção quando se acende uma luz de alerta sobre o suicídio


Durante live, a psicóloga clínica e social Aline Gomes aponta que no Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. Desse total, 9 em cada 10 poderiam ser evitados através de apoio de profissionais e de familiares. No mundo todo, entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é uma das maiores causas de morte. É uma estatística muito grande e, a cada 40 segundos, uma pessoa tenta o suicídio; 79% ocorre em países de baixa e média renda. Há uma questão social e histórica associada. E os meios mais comuns são por ingestão de pesticida, enforcamento e arma de fogo. A pesquisa mostra ainda que 51% dos casos ocorrem dentro de casa e uma de cada três tentativas chega ao sistema de saúde

Conscientização e prevenção ao suicídio como tônica do Setembro Amarelo. E são atitudes e conversas que podem a mudar essa realidade que atinge milhões de pessoas. No Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos. Desse total, 9 em cada 10 poderiam ser evitados através de apoio de profissionais e de familiares. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a prevenção é a melhor forma de reduzir os índices. Em live apresentada pela integrante da Coordenação de Empregabilidade Discente do SENAI CETIQT, Raquel Gomes, e com a condução do coordenador da Gerência de Desenvolvimento Humano do SENAI CETIQT, Jimmy Ramos, a psicóloga clínica e social Aline Gomes fala sobre o mês de conscientização e prevenção ao suicídio e as questões que também acendem a luz vermelha em função do cenário da pandemia do novo coronavírus.

“O objetivo é trabalhar com a prevenção, levantar a bandeira da conscientização e que a gente consiga identificar alguns pontos para poder evitar que mortes por suicídio ocorram e que os índices cresçam cada vez mais. É fazer com que as pessoas tenham mais informação: onde pedir ajuda, quem procurar em um momento difícil e o que fazer para ter uma vida mais saudável. Antes de falarmos de suicídio ou de morte, temos que ressaltar que a vida vale a pena. E de como podemos auxiliar ao próximo na busca de maneiras de descobrir ou redescobrir graça no dia-a-dia, beleza e vida”, pontua a psicóloga, acrescentando, entretanto, que é notório o aumento de casos de suicídios.

Segundo ela, quando a notícia de morte por suicídio é divulgada, em geral a gente tende a se perguntar “por quê?”, “como aconteceu?”. São as indagações mais comuns. Buscamos um motivo para que aquilo tenha acontecido. Na verdade, é praticamente impossível encontrar um único motivo, pois o suicídio é multifatorial. “Há questões socioeconômicas, culturais, pessoais, ligadas à saúde mental. Outras dizem respeito a investimento político e situação financeira. Ele é multifatorial. Não tem como a gente atribuir uma única causa ou eleger um culpado”, diz Aline Gomes.

Durante a live, nós tivemos a chance de refletir sobre a frase da filósofa Viviane Mosé:  “Vivemos uma exaustão ambiental em consequência de um modo predatório de lidar com os recursos naturais, vivemos uma exaustão econômica, em função das imensas desigualdades sociais, do desemprego. E, por fim, enfrentamos a exaustão humana, ou melhor a exaustão do modelo de ser humano que criamos, vivemos o ódio à vida, em forma de depressão, suicídio, terrorismo, feminicídio, racismo”.

A psicóloga propõe, então, que analisemos a frase para poder entender o contexto que estamos vivendo e o motivo pelo qual o suicídio e a morte por violência estão inseridos. Um momento difícil de pandemia que abriu uma brecha para que questões relacionadas à vida e morte fossem levantadas. A Organização Mundial da Saúde demonstra que a maioria dos casos de morte por suicídio poderia ter sido evitada. É importante alertar que é possível reverter essa situação.

As estatísticas de suicídios no mundo e no Brasil

Dados de 2018 da Organização Pan-Americana da Saúde mostram que cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Para cada suicídio existem muito mais casos de pessoas que “tentam” se matar. Isso significa que pessoas que tentaram e não conseguiram estão propensas a agir com esta intensão novamente se não tiverem nenhum apoio de uma rede de proteção. A pesquisa mostra ainda que o índice de homens que cometem suicídios é maior do que em relação às mulheres. “Elas tentam o suicídio mais que os homens, mas eles são os que executam mais”, aponta a psicóloga.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é uma das maiores causas de morte. É uma estatística muito grande e, no mundo, a cada 40 segundos, uma pessoa tenta o suicídio; 79% ocorre em países de baixa e média renda. Há uma questão social e histórica associada. E os meios mais comuns são por ingestão de pesticida, enforcamento e arma de fogo. A pesquisa mostra ainda que 51% dos casos ocorrem dentro de casa e uma de cada três tentativas chega ao sistema de saúde.

No ranking absoluto de setembro de 2019, segundo a OMS, o Brasil ocupa a oitava posição com 12 mil suicídios registrados. “A gente pode entender que o Brasil está numa colocação bem preocupante”, afirma. E no ranking percentual de suicídios, a cada cem mil habitantes, a média das Américas é de 9,6 e a média do Brasil é de 6,3. “Quando pensamos em termos de média é nítido que o Brasil tem dados alarmantes com relação ao suicídio”.

Em 10 anos, o Brasil registrou 113.483 suicídios. E o número vem aumentando a cada ano. Entre 2007 e 2017,  aumento foi de 40,9%. Os estados do Rio Grande do Sul, Acre e Piauí são os três que têm uma colocação mais expressiva em termos de suicídio no Brasil.

Suicídio e pandemia do novo coronavírus

“Vimos o aumento da ansiedade, de problemas específicos relacionados à saúde mental. Podemos dizer que, nos três primeiros meses do isolamento social, houve uma adaptação a um novo estilo de vida. Muitos questionaram o caminho a seguir, como ficaria a questão do trabalho, uma enorme crise com demissões. Houve uma remodelação da forma de viver nesse período. Isso contribuiu para a agravante da ansiedade e de alguns sintomas específicos. E aí, claro que, quando se fala disso, de algo que toca na nossa saúde mental, há a possibilidade de uma pessoa cometer suicídio”, analisa a psicóloga.

É tácito que a pandemia despertou incertezas e que podem estar relacionadas ao suicídio. Os socorristas do SAMU chamam a atenção em todo o país para o número de chamadas desse tipo de ocorrência relacionada ao suicídio. Curiosamente, são casos detectados em maioria nas classes C e D. “A gente pode dizer que essas pessoas das classes C e D vivenciaram de maneira mais intensa o estresse econômico e pensaram: “Como eu vou manter a minha subsistência?” “Como eu vou sobreviver?” “O que eu posso fazer?”. E certamente tiveram dificuldade de acesso aos serviços de saúde mental. Daí, podemos relacionar os chamados do SAMU a essas situações”, comenta a psicóloga.

O que podemos levantar como fatores de risco que a pandemia trouxe e especificamente ligados ao suicídio?

A psicóloga aponta o isolamento social – muitas pessoas tiveram que ficar isoladas e ter relações remotas -; acesso diminuído ao apoio comunitário e religioso, o que aumentou a solidão e o distanciamento e suspensão de serviços de tratamento à saúde mental e o não acesso a medicamento. “Os resultados da ansiedade nacional mostram também que houve um aumento da taxa de suicídio de profissionais da saúde. Isso está muito relacionado tanto ao acesso aos meios, que são os medicamentos para se suicidar, quanto à questões como contaminação pelo vírus, jornadas excessivas de trabalho, indagações como “será que eu contaminei alguém da minha família?”, “será que eu estou trazendo a doença para alguém?”, “será que eu vou me infectar?”. Todas permearam o mundo dos profissionais de saúde”, explica Aline Gomes.

Uma notificação no estado do Pará: na cidade de Altamira até o dia 27 de abril, nenhuma pessoa tinha morrido contaminada por Covid-19. Mas, 15 pessoas cometeram suicídio. Esse aumento ocorreu entre pessoas de 11 a 19 anos e foi um alerta nacional.

“Problemas todo mundo tem e em graus diferentes. A gente tende a olhar para o problema do outro e julgar: “Ah, eu não faria assim”, “eu não estaria tão desesperado por causa dessa situação”, “acho que a pessoa exagerou”. Isso é você naquele problema. Mas temos que considerar como é o outro naquele problema. É a questão da empatia e de se colocar no lugar do outro. Muitas vezes, o que não é um fator de risco para você é para outra pessoa. Porém, existem fatores de risco e proteção que podemos colocar como uma média para a grande maioria das pessoas”, alerta Aline Gomes.

Portanto, os fatores de risco são os transtornos mentais – principalmente aqueles relacionados ao humor, o transtorno bipolar, a depressão -; o desamparo, a desesperança e o desespero. Ou seja: os três Ds. Há dados mostrando que a desesperança aumenta em 40 vezes o risco de um suicídio. “É como se a pessoa tivesse uma ‘visão de túnel’. Ela enxerga uma única solução para um problema e não está conseguindo visualizar a situação de uma maneira global ou com mais distanciamento. Quando se está muito desesperado há a tendência de fechar o leque de soluções”, explica.

Outros pontos são o uso prejudicial de substância psicoativa; o isolamento social; perdas significativas recentes: separação, morte, emprego. “É uma tempestade perfeita. Tudo isso ocorreu nesse período. Muitas pessoas se separaram; intensificaram o convívio familiar quando anteriormente só chegavam em casa para dormir como relatam; lidaram com incertezas, muitas vezes trabalhando o mesmo período de tempo com salários menores”, comenta Aline, acrescentando que o histórico de suicídio na família também é uma predisposição.

E temos ainda como fatores de risco os problemas financeiros – dificuldade de pagar dívidas, diminuição de salário, passagem para a aposentadoria -; a impulsividade; pessoas com doenças crônicas; o crescimento da violência doméstica durante a pandemia; baixa tolerância à frustração; aumento de uso de álcool e de outras substâncias psicoativas durante esse período.

“São buscas que as pessoas fazem para tentar minimizar a dor. A questão é que, infelizmente, poucas delas procuram o atendimento psicológico, psiquiátrico ou fontes de prazer reconhecidas como saudáveis (atividade física, meditação, o aprendizado de algo que nunca fez anteriormente como costurar, tocar um instrumento, dançar..). Tendem, no geral, infelizmente, agravar a situação. Por exemplo: se eu já tinha um problema relacionado a transtorno de humor, eu uso drogas e isso vai dificultar, escamotear a situação em si. Não vai me facilitar. Muitas pessoas consideram que a busca por ajuda é fraqueza. “Eu não sou fraco. Eu não quero ser fraco, não quero buscar ajuda”. É isso ou “eu não sou fraco”. Ou “Eu não sou maluco”. “Eu não quero ser tachado de maluco”. “Não quero ser fraco”. São as frases mais ouvidas. Estou falando de uma maneira bem senso comum e usando o vocabulário que escuto comumente”, exemplifica.

Por que a gente fala tanto da prevenção e da conscientização? “Porque é muito interessante que a pessoa consiga buscar caminhos saudáveis, procurar um psiquiatra, um psicólogo… é de grande valia. Não é nenhuma fraqueza. Infelizmente, nem todos pedem ajuda. Os que pedem, em geral, têm sucesso”, aponta Aline.

Sinais e frases de alerta para prevenção

As pessoas que buscam o suicídio, geralmente, deixam pistas. Elas falam algo, indicam para quem está perto que têm pensado sobre o tema. Em geral, elas demonstram alterações na alimentação e no sono. Passam o dia inteiro dormindo ou não pregam o olho. “São alterações que a gente tem que prestar atenção. Em mudança de humor com irritabilidade muito grande ou depressão; afastamento do convívio social  – você chama essa pessoa para sair e ela nunca pode, diz que não está disponível e, nos eventos de família, nunca mais está presente -; obsessão com a morte: música e postagem no mundo virtual. “Como a gente hoje divide a vida entre o que é real e o que é virtual, muitas vezes a pessoa coloca no mundo virtual aquilo que não está mostrando no mundo real. Ela começa a colocar uns status diferentes: umas fotos de caveiras, uma apologia à morte, um namoro com a morte. Ela começa a colocar isso nas redes sociais dela. “Preciso de ajuda”, “Não tenho ninguém”. São coisas interessantes de se prestar atenção na rede social, porque hoje é uma forma de se comunicar”, indica a psicóloga.

Uso de álcool e outras drogas num aumento progressivo, de uma maneira mais prejudicial, mais intensa e associado a um sofrimento; distribuição de bens de maneira repentina; busca por medicamentos indutores do sono e uso indiscriminado. “Muitas das vezes a pessoa que tenta se matar não está pensando, necessariamente, na morte. Ela quer diminuir a dor que sente. Ela vê a morte como um veículo para que isso aconteça. A pessoa não necessariamente fala que quer se matar. Às vezes, ela fala que quer “dormir o dia inteiro”. Porque é uma forma de você estar desligado da vida. Quando você está dormindo por muito tempo, você está desligado da vida. Você não está vivenciando nem os seus problemas nem as coisas positivas que a vida traz. Isso é um sinal de alerta também”, comenta Aline Gomes.

E vamos às frases:

– “Eu preferia estar morto”.

– “Eu não posso fazer nada”.

– “Eu não tenho saída”.

– “Eu não aguento mais isso que estou vivendo”.

-“Eu sou um peso para os outros”.

-“Eu sou um perdedor”.

– “A minha família (ou “os outros”) seria(m) melhor(es) sem mim. Viveriam muito melhor sem mim”.

Fato ou Fake sobre suicídio

As pessoas que ficam ameaçando suicídio não se matam

“Não é verdade. A maioria das pessoas que se mata deu avisos prévios de que iria fazer isso. Suicídio não é frescura nem é para chamar atenção. Se alguém está dizendo que vai se matar, isso pode ser um aviso. Quando alguém fala ‘ah, fulano está usando para me manipular, quer chamar minha atenção’, eu costumo retrucar: ‘Mas isso não é uma maneira muito estranha de chamar atenção. Já indica que tem algo errado. Porque se eu entendo que, para chamar a sua atenção, alguém tem que dizer que vai morrer é porque não está legal. Independentemente se isso vai ocorrer ou não, se ela está planejando ou não se matar, chamar sua atenção dessa forma já é estranho. Ainda que você entenda como manipulação ou blefe, é interessante encaminhar essa pessoa para ajuda, porque é uma maneira não muito indicada para chamar a sua atenção’.

Quem quer se matar… se mata mesmo

“Não é verdade. A maioria que pensa em se matar têm pensamentos ambivalentes. Existe uma dúvida muito grande. ‘Eu quero me matar, mas ao mesmo tempo, não quero’. ‘Eu quero eliminar essa dor, mas não sei se essa é a melhor maneira’. A pessoa não fica pensando o tempo todo em se matar e ela não vai executar, necessariamente, o fato. Aquilo pode aparecer e sumir da mente”.

Os suicídios ocorrem sem aviso

“É o contrário: em geral, a pessoa indica. Ela fala, demonstra. De alguma maneira, ela mostra a intenção. Ainda que não seja verbalmente, mas através de sinais como abordei anteriormente: está dormindo muito, perdendo ou ganhando peso, não está dormindo, anda muito irritada, diferente, isolada, se trancando no quarto, não participa das reuniões sociais. São sinais”.

Nem todo suicídio pode ser prevenido

“Não é verdade: a maioria dos suicídios pode ser prevenida”.

Uma vez suicida, sempre suicida

“Se você alguma vez tentou ou se teve uma ideia suicida em algum momento da sua vida, então, para sempre você vai tentar se matar por qualquer problema que acontecer na sua vida? Não. Os pensamentos suicidas podem retornar, mas não são permanentes. Em algumas pessoas, eles podem nunca mais voltar. Pode acontecer de, em algum período da vida, a pessoa estar vivendo um processo muito difícil e pensar em suicídio. Não quer dizer que fará parte de sua vida para sempre”.

Qual é a melhor maneira de se comunicar? O que fazer?

“Quando se fala sobre suicídio não é uma apologia. ‘Ah, se eu falar sobre isso eu vou estar incentivando alguém a se matar’. Não é verdade, depende da forma como você fala. Todos os assuntos-tabu têm que ser falados. Suicídio, uso e abuso de drogas, questões de sexualidade. Os assuntos têm que ser desmistificados. Mas de que forma você vai falar sobre isso? Você precisa entender, se conscientizar sobre o assunto para lidar com ele de uma maneira melhor”, aponta Aline.

Ouvir atentamente e com calma

“Você pode não saber a frase exata para falar, pode não saber o que falar. O ouvir é mais importante que o falar. É estar atento ao que o outro fala. Se você ouvir com empatia e realmente preocupado já tem um efeito ótimo. Se encaminhar aquela pessoa tem um efeito melhor do que se não ouvisse. Quando a gente fala de “ouvir atentamente” não é a pessoa estar falando e você estar olhando o celular, o relógio, saindo. Se você não tiver tempo para se dedicar àquele assunto, é melhor indicar outra pessoa. Porque isso pode ter um efeito pior. A pessoa fala: ‘Está vendo? Eu sou um peso para todo mundo. Até para quem estou pedindo ajuda eu sou um peso'”.

Expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa

Mostrar preocupação, cuidado e afeição

“Dialogar com respeito. Ficar atento aos sentimentos. Envolver outras pessoas se necessário:  se você ouve aquilo e sabe que outra pessoa pode ajudar – alguém da família, um amigo, alguém do trabalho – deve acionar, se necessário. Tem uma vida que está em risco e, talvez, você possa ajudar a salvar tendo outras pessoas colaborando também. O suicídio não é frescura. Não é falta de fé. Tem gente que diz: ‘Ah, é falta de fé!’. Não tem nada a ver com isso. E não está ligado necessariamente à loucura. É algo que a gente tem que alertar”.

O que não deve fazer?

Ficar muito chocado ou muito emocionado

Interromper a fala da pessoa frequentemente

“Você deve escutar e não perguntar ‘e se você fizer isso?’ ‘e isso?’ Evite. Ouve tudo primeiro e, depois, faça suas ponderações para tentar contornar essa situação. Dizer que está ocupado: “ah, meu Deus, agora eu não posso te ouvir”. A pessoa está falando para você que quer morrer, chorando, e você dizer: ‘Desculpa, agora eu não posso te ouvir’. Isso é absurdo”.

Fazer perguntas indiscretas

Falar sobre uma punição religiosa

Tratar a pessoa de maneira inferior, como se ela fosse infantilizada, ou como se tivesse um problema muito grave que só ela sente

Como agir em uma situação?

“É importante lembrar que a pessoa tem um plano definido, tem meios para fazê-lo e planeja executá-lo prontamente”.

Não deixe essa pessoa sozinha

Não deixe se trancar em um cômodo da casa

Remover remédios, facas, armas e veneno se estiverem próximos.

Se a pessoa tiver que tomar uma medicação, você deve administrar

Informar a família

Providenciar uma ambulância e encaminhar a pessoa para a emergência psiquiátrica ou uma clínica

Fatores de proteção

“Os fatores de proteção sempre têm que estar acima dos fatores de risco. Devemos incentivar que as pessoas tenham vínculos saudáveis familiares, com amigos, trabalho e instituições; modelos sociais que promovam a valorização da vida e da atividade física; autoestima elevada e manejo das variações de humor e da ansiedade”, afirma Aline Gomes, acrescentando a importância do atendimento psicológico ou psiquiátrico, de se ter projetos de vida com metas alcançáveis, fazer atividades de lazer, esportivas e sociais desvinculadas do uso de substâncias psicoativas. “Eu gosto muito dessa frase: ‘O suicídio não acaba com a possibilidade de a vida piorar. O suicídio elimina, na verdade, a possibilidade de ela algum dia melhorar’. Se você pensa que não tem uma chance de que a sua vida melhore, o suicídio não é a melhor saída, porque ele vai limar qualquer possibilidade de melhora”. conclui.