SENAI CETIQT: as tragédias provocadas pela crise climática e a jornada de descarbonização das empresas em prol da vida


A maior tragédia climática no estado do Rio Grande do Sul, os termômetros que ultrapassaram 53º no verão passado nos EUA, um inverno na China de -50º só fazem reverberar mais e mais os alertas sobre a premência da diminuição do aquecimento global provocado pela ação da humanidade com relação aos efeitos das emissões de gás carbono. O secretário-geral da ONU, António Guterres, já adotou até o termo “ebulição global”. Neste artigo, resgato uma palestra promovida pelo SENAI CETIQT com Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé, no Rio Grande do Sul, na qual ela analisa as ações primordiais que as empresas devem adotar para reduzir ou acabar com suas emissões de carbono. Um dos exemplos? “A tecnologia está presente na transição energética, na energia limpa e renovável. A gente sabe que o Brasil tem um grande potencial de ir para um novo patamar a partir da nossa energia, porque hoje o país é um dos que mais tem potencial de energia limpa e renovável”

A sirene vermelha toca em todo o mundo e nossas vidas estão em perigo e não teremos um segundo Planeta Terra como este que habitamos. A maior tragédia climática no estado do Rio Grande do Sul está nitidamente relacionada ao aquecimento global. Nós estamos passando por períodos de seca extrema, ondas de calor, com temperaturas muito acima da média e esses fenômenos são cada vez mais constantes. No ano passado, as temperaturas ultrapassaram os 53°C nos EUA e inundações atingiram a Coreia do Sul e a Índia. Na Itália, os termômetros registraram mais de 46ºC e a capital chinesa, Pequim, enfrentou 27 dias com mais de 35ºC e passou por um inverno de -50ºC. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência climática das Nações Unidas (ONU), apresentou relatório afirmando que 2023 foi o ano mais quente da história da humanidade, após uma sequência ininterrupta de nove anos com calor recorde, e apela para que sejam tomadas ações urgentes contra o aquecimento global e seus efeitos devastadores sobre o planeta. Em recente entrevista à Agência Brasil, o meteorologista Carlos Nobre pontou “que esses fenômenos que aconteciam uma vez a cada década, hoje ocorrem a cada dois anos ou até a cada ano, e batendo recordes. Não há a menor dúvida de que esses eventos, que já estão acontecendo, não têm volta. As emissões continuam aumentando. As soluções de adaptação não é mais um plano futuro, é um plano passado, que já devia estar ocorrendo no mundo inteiro, com muito mais rapidez e eficiência”.

Mergulhei em uma palestra realizada pelo SENAI CETIQT, membro ativo no ecossistema de inovação nacional, bem elucidativa sobre o que as empresas estão fazendo para reduzir ou acabar com suas emissões de carbono. Decidi compartilhar esta conversa importante com você, leitor. E a sinergia foi perfeita, porque pude ouvir Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé (RS), e mestre em engenharia de materiais pela USP e técnica têxtil pelo SENAI Matarazzo. E ela está fazendo uma pós em ESG e sustentabilidade pela FIA, para falar sobre a jornada de descarbonização das empresas. “Desenvolvimento sustentável é agora, o equilíbrio entre as necessidades humanas e a preservação desses recursos naturais tem que começar neste exato momento. O Pacto Global da ONU veio exatamente para reforçar isso. Ele foi uma iniciativa do ex-secretário da ONU, Kofi Annan, e tem como objetivo encorajar as empresas a adotarem processos industriais que sejam mais sustentáveis, que tenham uma responsabilidade social. Hoje a gente ouve falar tanto de diversidade, equidade, inclusão… Isso também está dentro da sustentabilidade. Igualdade de direitos, igualdade de acesso”, afirma Gabryella Cerri Mendonça.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, comentou que já não estamos no aquecimento global, mas na ebulição global  – Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé, no Rio Grande do Sul

Quando se fala desses assuntos, é impossível não englobar os três pilares da sustentabilidade, que são o meio ambiente, a sociedade e a economia (ESG, na sigla em inglês). Mas como materializar esse tripé da sustentabilidade? “Vamos pensar em uma indústria que envia seu resíduo para um aterro industrial. Esse envio já é algo prejudicial para o meio ambiente, e existem pessoas que moram próximo. Num dia de chuva, o primeiro local que vai alagar vai ser esse. E as comunidades serão as primeiras a serem afetadas. Quando falamos de sustentabilidade devemos pensar que todo impacto no meio ambiente também afeta a sociedade, as comunidades. O aterro, por sua vez, está ocupando um espaço que podia servir para a economia, ele podia servir para gerar alimento. Com um único impacto, gero impactos negativos para o ambiente, a sociedade e a economia”, explica.

Para cada impacto causado é preciso pensar nesse tripé. O Pacto Global da ONU tem as diretrizes para que as empresas sejam protagonistas do desenvolvimento sustentável, que está muito relacionado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (os 17 ODS), que têm metas a serem cumpridas até 2030 – a Agenda 2030, de que tanto ouvimos falar. Como metas, o Pacto Global tem acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente, garantir que as pessoas possam desfrutar de paz, prosperidade e igualdade. Independentemente de sexo, raça, etnia, orientação sexual.

 

Um dos ODS é voltado para ações que possam minimizar as mudanças climáticas e todos os impactos que já sentimos claramente: “Muitas empresas hoje fazem parte do Pacto Global da ONU. Ele surgiu mesmo para um comprometimento, para um compromisso para poder atingir essas metas no tripé da sustentabilidade. A gente sabe que a temperatura média do planeta está subindo e que, se esse aquecimento não for controlado, muito mais catástrofes vão ameaçar cada vez mais a biodiversidade e todos nós não iremos nos salvar”.

De acordo com os cientistas, o aquecimento global precisa ser mantido em até 1,5°C até o ano de 2100. E se nada for feito para a redução dessas mudanças climáticas e o efeito do aquecimento global, esse aquecimento pode ultrapassar 4°C. Se quando ultrapassa 0,1°C a gente já vê todos os impactos negativos que acontecem, imagina o quão devastador será se a gente atingir os 4°C de aquecimento – Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé, no Rio Grande do Sul

Quais são as formas de se conseguir abraçar a redução das emissões de gases de efeito estufa? Gabryella Cerri Mendonça explica: “Dentro do Pacto Global existem alguns movimentos. Entre eles, o Movimento Ambição NET Zero, para o alcance de uma meta: reduzir, até 2030, duas giga toneladas de dióxido de carbono nas emissões das empresas. É desafiador e, ao mesmo tempo, é uma meta baseada na ciência para a gente conseguir alcançar todas as outras metas do ODS 13 do Pacto Global”.

AS METAS ODS 13

. Integrar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) às políticas, estratégias e planejamentos nacionais.

. Ampliar a resiliência e a capacidade adaptativa a riscos e impactos resultantes da mudança do clima e a desastres naturais.

. Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos e alerta precoce.

. Estimular a ampliação da cooperação internacional em suas dimensões tecnológica e educacional objetivando fortalecer capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.

Há duas formas para se combater as mudanças climáticas, a mitigação e a adaptação. Quando falamos sobre mitigação, estamos falando do objetivo de reduzir as emissões de CO² e outros gases de efeito estufa. “Uma das ações neste sentido é a substituição da matriz energética. Quando andamos de bicicleta ao invés de carro, também estamos fazendo mitigação, assim como quando economizamos energia em casa ou na empresa”, afirma Gabryella.

Já as ações de adaptação estão associadas à redução dos eventos climáticos. Ou seja, são ações para antecipar os efeitos negativos das mudanças climáticas, como, por exemplo, ter cidades mais arborizadas, que tenham uma ventilação mais natural para se manterem mais frescas, usar as cores e os materiais de construção para refletir mais a luz solar e materiais que resistam a tempestades muito fortes:

Muitos estudos vêm apontando ultimamente que, a cada 1 dólar investido em ações de adaptação, o governo consegue evitar 5 dólares gastos depois por perdas futuras. Com as ações de mitigação e adaptação não existe isso de uma valer mais do que a outra, é sempre importante olhá-las concomitantemente – Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé, no Rio Grande do Sul

O primeiro passo para uma jornada de descarbonização é fazer a mensuração da emissão de gases de efeito estufa de uma empresa: o inventário de emissões. “Nós colocamos todas as ações da empresa que emitem gases de efeito estufa numa planilha. São realizados cálculos e, a partir daí, conseguimos ver quanto emite de gases de efeito estufa. Sabendo quanto a gente impacta, seguimos para a segunda etapa, que é a de gestão, que impacta na competitividade. Então, a gente traz novos projetos para tornar a empresa mais competitiva no mercado. Trazemos inovação e colocamos metas de redução. Assim, a gente consegue fazer a mitigação. Quando a gente tem essas três etapas realizadas, estamos de fato numa jornada de descarbonização”, observa a palestrante.

Para fazer o inventário de gases de efeito estufa existe um programa conhecido como GHG (Green House Gases) Protocol Brasil. Esse programa dispõe de um padrão com diversas metodologias para quantificar as emissões de gases de efeito estufa da produção de uma indústria.

O GHG Protocol trabalha, atualmente, com três escopos. O escopo 1 são as emissões diretas da organização. Ele tem uma ligação com a atividade da empresa do portão para dentro, tudo que a gente vai medir do portão para dentro da empresa. Entram aí o processo industrial, as caldeiras, os motores, os geradores, a queima de resíduos agrícolas (se tiver), os veículos da empresa, o ar-condicionado, entre outros.

O escopo 2 são aquelas emissões consideradas indiretas à empresa mas que estão relacionadas à matriz energética, à energia elétrica que chega até aquela organização. Ou seja, a energia que abasteceu a fábrica.”É uma energia elétrica que vem de onde? Tem vapor? O vapor é como? É proveniente de onde? Perguntas que devem ser respondidas segundo Gabryella.

E o escopo 3 também são as emissões indiretas e que estão relacionadas a toda a cadeia de valor. Tudo, da empresa para trás e da empresa para a frente. Tem a extração e a produção de matérias-primas, viagens e transportes dos funcionários, tem a destinação dos resíduos que aquela empresa gera (para onde está indo, como está indo, está indo de caminhão?, estão contabilizando as emissões que o caminhão movido a diesel está emitindo no planeta?). “Tudo isso nós temos que fazer e é considerada a primeira etapa para reduzirmos 53% das emissões até 2030, que é a meta do Brasil”, diz a palestrante, acrescentando que “as empresas que hoje fazem seus inventários de carbono acabam se mostrando transparentes e mostram, também, que têm um compromisso científico. E são mais abertas a receber inovação, ciência e tecnologia dentro das fábricas para o combate às mudanças climáticas”.

Hoje a gente está ouvindo muito falar sobre hidrogênio verde, que é a grande aposta global para a descarbonização, feito a partir da eletrólise da água utilizando uma energia renovável. Isso é ciência e tecnologia pura – Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé, no Rio Grande do Sul

“O desmatamento aqui vem sendo apontado como uma das causas para a grande emissão de gases do efeito estufa. A agricultura regenerativa é muito voltada para a redução desses poluentes e está diretamente relacionada ao que chamamos de segurança alimentar. Por ser uma agricultura de baixo carbono, acaba sendo uma saída para o setor do agro e eles conseguem reduzir todos os seus impactos a partir de uma agricultura regenerativa. Isso está diretamente ligado à segurança alimentar, para ver o que estamos de fato comendo, de onde vem o que estamos comendo. E, por fim, falamos muito, também, de economia circular (tem diversos projetos de economia circular que englobam ciência e tecnologia) e de conservação florestal. Tudo isso contribui para a descarbonização no Brasil”, observa  Gabryella Cerri Mendonça.

A tecnologia está presente na transição energética, na energia limpa e renovável. A gente sabe que o Brasil tem um grande potencial de ir para um novo patamar a partir da nossa energia, porque hoje o país é um dos que mais tem potencial de energia limpa e renovável – Gabryella Cerri Mendonça, supervisora de sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, graduada em engenharia química pela Universidade Federal do Pampa, em Bagé, no Rio Grande do Sul

Dentro da jornada de descarbonização, fala-se muito em economia NET Zero, que seria a neutralidade climática de fato. Com a economia NET Zero, o risco de mudanças climáticas são reduzidos e não se comprometem as gerações futuras. Mas há alguns desafios para se chegar lá. O primeiro deles é a adoção de novas tecnologias: “Por mais que a gente tenha muita tecnologia no mercado, é difícil ter uma que seja escalável, que a gente consiga colocar dentro da indústria para rodar”, explica a palestrante.

O segundo desafio é a questão da segurança energética: “Quão segura é essa nova tecnologia que está surgindo, quão seguro é o hidrogênio verde para a gente conseguir promovê-lo? A gente fala muito em substituição das matérias-primas – antes eu utilizava uma matéria-prima proveniente de um plástico que não é renovável e hoje eu utilizo um plástico biodegradável e compostável. A substituição de matérias-primas, dependendo do processo para o qual você vai utilizar, ainda é um desafio”.

Como metas, já ressaltamos que o Brasil tem que reduzir suas emissões em 53% até 2030. Existem alguns caminhos que o governo colocou para alcançarmos essa percentagem. “Um deles é zerar o desmatamento – hoje, no Brasil, a gente tem muito desmatamento ilegal, a gente tem que zerar isso até 2028. Temos que restaurar e reflorestar 48 milhões de hectares de terra até 2030. Ter uma participação de 50% de energias renováveis na nossa matriz energética (esse tópico, salvo engano, já foi cumprido, mas eu acredito que a gente consiga colocar até uns 80% de matriz energética no nosso escopo). E a ampliação da malha ferroviária, que é um assunto infinito”, diz Gabryella Cerri Mendonça.

Como esforços globais, temos o Protocolo de Kioto e o Acordo de Paris. O Protocolo de Kioto é um acordo internacional celebrado entre diversos países com metas para a redução das emissões e o Acordo de Paris é um compromisso global assinado por 195 países, voltado para evitar as mudanças climáticas. O Brasil assinou o Acordo de Paris em 2006.

O CASE DE DESCARBONIZAÇÃO DA CAPRICÓRNIO TÊXTIL

A Capricórnio Têxtil é a segunda maior tecelagem de denim do Brasil. Tem duas plantas fabris, uma localizada em São Carlos e outra em Bragança Paulista (SP). O escritório administrativo é em São Paulo, onde ficam o time comercial, o marketing, a comunicação. E também tem um showroom no Braz, na Denim City. “Nós somos uma tecelagem que faz parte do Pacto Global da ONU. Por fazermos parte do Pacto Global fazemos parte do Climate Ambition Accelerator e do Movimento + Água. E a gente faz parte também do Movimento Nacional dos ODS, no estado de São Paulo. O corante que a gente utiliza, que é o índigo, é considerado zero anilina”, comenta Gabryella.

Como ação de descarbonização, a empresa trocou, no ano passado, sua caldeira de gás natural por uma caldeira de biomassa. É utilizada é o cavaco de madeira reciclado. “É sempre uma ação que a gente busca para poder atingir, de forma positiva, as mudanças climáticas. E acaba contribuindo, também, com a nossa postura na gestão do carbono”, afirma Gabryella Cerri Mendonça.

As cinzas – tanto a leve quanto a pesada – geradas pela caldeira vão para compostagem, não para aterro: “Temos essa ação de economia circular, além de utilizar uma fonte de energia renovável. Nós temos também um veículo elétrico que faz as entregas na região do Braz. Hoje 67% da produção da Capricórnio é vendida no Braz. Fazendo o nosso inventário de carbono, vimos que o nosso escopo 3, que é onde está alocada a entrega dos nossos tecidos, representa 98% das nossas emissões. Uma das ações para reduzir que a gente encontrou foi adquirir uma van elétrica para fazer a entrega na região do Braz, em São Paulo”.

A tecelagem tem também uma linha só com tecidos sustentáveis, que engloba três temas: o primeiro, de processos sustentáveis; o segundo, de circularidade; e o terceiro, de fibras ecológicas. O de processos sustentáveis é exatamente para redução das emissões de gases de efeito estufa, redução no uso de água.

“O de circularidade é voltado para uma economia circular, então nós temos dois artigos que são feitos a partir de aparas e retalhos de jeans pré-consumo. Quando o rolo do tecido denim chega nos clientes, é esticado numa mesa de corte, onde são feitos todos os cortes, que acabam gerandodo resíduos (aparas e retalhos). Essas aparas e retalho vão para uma fiação,que transforma esse tecido em um novo fio: a Capricórnio utiliza esse novo fio para fazer um novo denim. Nós conseguimos colocar a economia circular dentro do nosso processo”, nos conta Gabryella.

E, por fim, tem as fibras ecológicas, que é para seguir padrões rígidos, tanto ambientais quanto sociais. “Hoje em dia, em fibras ecológicas, a gente utiliza muito o tencel, que surgiu como substituto da viscose (o processo produtivo da viscose não é nada sustentável, além de um elevado consumo de água ele gera muita emissão de gases de efeito estufa por conta dos produtos químicos utilizados). O tencel veio como um substituto. Ele é feito a partir da casca de uma árvore, a faia. O processo produtivo dele não gasta tanta água e não utiliza tampouco produtos químicos tão agressivos quanto os da viscose”, conclui a palestrante.