#SaiaDaCaixa de Helen Pomposelli conta a trajetória de iluminação da yogini Kirtika


Há vinte anos, Kirtika mora fora do Brasil e deixou para trás sua vida material desde que escolheu trilhar um novo caminho na Índia ao conhecer seu guru, Swamiji Kapri, e seguir como sua discípula no Pushkar Meditation Temple

*Por Helen Pomposelli
Coach de imagem e terapeuta energética vibracional (@helenpomposelli)

A yogini Kirtika encontrou seu caminho na Índia

O “Saia da Caixa” desta semana conversou com a yogini Kirtika, que pela primeira vez está organizando o roteiro de uma viagem espiritual e cultural para um país onde tem um verdadeiro encontro de boas energias, a Índia. Há vinte anos, Kirtika mora fora do Brasil e deixou para trás sua vida material desde que escolheu trilhar um novo caminho na Índia ao conhecer seu guru, Swamiji Kapri, e seguir como sua discípula no Pushkar Meditation Temple. Ao compartilhar uma vida ao lado de seu mestre, Kirtika descobriu que contentamento e felicidade não se encontravam na esfera material, mas, sim, realizando a verdadeira essência da Yoga: como uma disciplina espiritual. E foi através da vida de Seva (serviço), que experimentou o crescimento espiritual, desapego e simplicidade como o caminho para a felicidade e a paz de espírito. Além da Índia, a essência da Yoga tem sido difundida ao redor do mundo através de retiros, palestras e cursos.

Depois de uma passagem de um ano pelo Brasil com um propósito: de expandir no seu país de origem o processo de aprendizado da Yoga de Patanjali Raja (a Yoga real), a meditação Soham Sadhana (prática), entre outros. Hoje Kirtika esta na Europa fazendo o mesmo até voltar para India em Setembro de 2018. “Hoje sou uma pessoa em busca da realização da verdade, sei que sou essencialmente alma e que meu corpo é um mero instrumento para que realize minha real existência, mas ainda tenho muitos obstáculos pessoais que impedem que eu realmente sinta essa essência”, conta a yogini, que hoje vê a vida como uma jornada e oportunidade para descobrir quem realmente somos e o nosso propósito.

Segundo Kirtika, ela está num momento em que se vê meio que perdida tentando se desprender totalmente do mundo material e seguir a jornada espiritual. “Trabalhei com turismo online durante mais de 10 anos. Eu gostava do trabalho, mas, ao mesmo tempo, não estava satisfeita por completo”. E foi nesse mesmo trabalho que a yogini abriu seu caminho para onde está agora. Ela foi para Índia a trabalho e se encantou com as pessoas e com a cidade onde estava. “Tive a oportunidade de conhecer alguns lugares, mas foi rápido e as sete semanas foram intensas de trabalho. Já havia pensado em ir para Índia fazer um curso de yoga por vontade do meu então na época marido e também para melhorar minha saúde já que não estava na minha melhor época”, explica.

A viagem ajudou a yogini a decidir a tirar um ano livre do trabalho e da rotina e embarcar para a Ásia começando com a Índia. “Fui em busca de uma aventura cultural jamais pensando que me encontraria espiritualmente. Por trabalhar com turismo acabei indo com um ano de viagem toda programada. Na minha primeira parada encontrei Swamiji Kapri que foi meu primeiro professor de yoga lá. Esse encontro para um curso de formações de professores que mudou a minha vida totalmente. Acabei ficando na Índia para ajudá-lo a começar o curso de formação e o Yoga Home do Pushkar Meditation Temple”.

Após poucos meses, a vida de Kirtika tinha se transformado e ela começou a se sentir realmente como uma Yogini. “ Minha jornada espiritual tinha como objetivo descobrir minha verdadeira identidade, e quem sabe um dia ajudar, inspirar outros a descobrirem a sua, conforme fui inspirada por Swamiji. Foi quando minha prioridade passou a ser o Bhakti (devoção) a Deus, a escola, aos alunos e a Swamiji”.

Desde a infância, a yogini nunca havia sonhado com casa, casamento e família e ainda nova foi embora do Brasil. “Já desde nova tive que me acostumar com desapego e aprendi a viver longe das coisas e pessoas que amo. Descobri que a distância física não importa, só não sabia que era isso que era a explicação de nunca me sentir home sick”. A yogini lembra que na adolescência sempre, mesmo sem saber que estava buscando a espiritualidade, acabava me envolvendo com pessoas que de alguma forma eram espirituais. “Nunca precisei buscar. Deus sempre veio até mim. Mas eu só entendi que estava me buscando quando mudei a minha vida na Índia”.

A yogini Kirtika e seu guru, Swamiji Kapri, do Pushkar Meditation Temple

O maior desafio de Kirtika é dar o pulo final, ou seja, deixar de ter que tentar conciliar o mundo material com o espiritual. “Descobri nesse último ano e tenho certeza que esse é o motivo de ter tido que ficar longe da Índia. Com a minha curta, porém mais intensa experiência na vida simples, de serviço e não material e como quero continuar minha caminhada. Tenho que me esvaziar totalmente para poder aí sim ser preenchida completamente pelo amor por Deus. como dizia Swami Satyananda Saraswati (Guru já não mais encarnado que admiro e respeito muito)”

E o conselho “ saia da caixa”? “Siga seu coração! Se realmente conseguirmos acalmar a nossa mente e olhar para dentro, todas as respostas serão reveladas, Deus nos dá sempre todas as respostas, o único problema e que quase 100% das vezes não estamos quietos suficientes (vazios) para ouvir as respostas. Então tenham fé, determinação e paciência, porque se realmente a mudança for para o seu melhor ela acontecerá, não vou dizer mais cedo ou mais tarde, mas acontecerá na hora certa. Tudo que nos acontece é para o melhor, podemos não entender ou até gostar no momento que as coisas acontecem, mas um dia tenho certeza que os mistérios irão se revelar. Deus trabalha de forma misteriosa. Cabe a nós estarmos dispostos a nos esvaziar. Virar uma flauta”!

Gratidão!