*Por Helen Pomposelli
Criador da Movin, marca que incentiva o consumo consciente e cria peças com tecido 100% natural, vegano, consciente e contemporâneo, o Saia da Caixa de hoje chega com os olhos voltados para a principal tendência da moda: as mudanças de hábitos de consumo e valores nesse setor. Conversei com Pedro Ruffier, sagitariano de 31 anos, criador da Movin, marca de roupas que busca o consumo inteligente e que está com uma parceria com a Biotecam. A empresa é a criadora do texticel, um tecido biológico 100% natural e vegano. O resultado é a produção de peças como blusas, vestidos e macacões sustentáveis, com insumos simples, não-poluentes e que utilizam de pouquíssima água para serem geradas. Bacana, né?
Pedro Ruffier, formado em Marketing pela ESPM e pós graduado em Administração pela FGV, entre outras formações como MIT, e ULab, tem objetivos focados numa moda mais tecnológica, eficiente, ética e sustentável, e, por isso, trabalha com materiais como algodão orgânico, reciclado, biodegradáveis e processos sustentáveis como a prototipagem 3D e a metodologia lean, assim como aplicação do design essencial. Além disso, também é fundador da TROPIK, empresa focada em acelerar a transição da indústria de cosméticos, que respeite a natureza, os animais e os humanos, e a LOVEDSPACE, startup recém-lançada com foco na locação de espaços comerciais de curto prazo, um Airbnb para espaços comerciais. Mais “ fora da caixa” não há! “Meu objetivo sempre foi realizar o futuro que desejo. Isto explica minhas empresas e o propósito de cada. Minha maior motivação é imaginar como um segmento pode ser transformado em um modelo mais eficaz, eficiente e sustentável. Além do empreendedorismo que amo, por mais árduo que é no Brasil, gosto muito de viver na natureza, seja na fazenda ou aproveitando as belezas do Rio em trilhas e outras atividades”, diz.
Sobre o mercado gastronômico, Pedro admira os projetos inovadores que trazem como referência a sua origem, os alimentos orgânicos. “Sempre vivi no principal pólo de orgânicos do Rio de Janeiro, no Brejal, onde minha família tem fazenda. O que explica meu desejo pela gastronomia orgânica. E, claro, a influência da minha mãe com projetos sociais na região, chamado Escoteiros da Alimentação Saudável, que ensina aos filhos de agricultores e crianças da região como se alimentar sem agrotóxicos e como preparar comida vegana”, afirma.
“Meu projeto de vida é realizar o futuro. Quero realmente transformar para melhor o mundo que habito, já que somos felizardos por viver em um local com temperatura, localização no universo, condições ideais e tudo super em sintonia. Não é possível deixar de valorizar esta sorte imensurável que a humanidade teve. Como iniciativas para mudar as próximas décadas, tenho estudado e aplicado tecnologias como blockchain e automação em processos das minhas empresas. É uma tecnologia que veio a somar nossos esforços de transparência e que tornará todos os processos mais ágeis e assertivos”.
“Sou sim, uma pessoa fora da caixa, talvez por ser um sonhador. Não gosto do tradicional, do que é prática comum. Quero sempre inovar e olho o mundo de maneira diferente, tentando encontrar soluções para tudo que vejo estar fora de rota ou que não evoluiu com as novas gerações. Sou um Millenial e o mundo está tentando se adaptar a esta nova geração, que se tornará a principal geração em breve”, conta Pedro, que empreende desde os 15 anos.
“Os maiores desafios fazem parte da vida, seja acreditar nos seus sonhos e nunca desistir deles ou confiar em si mesmo, nas mudanças que quer e fazem parte da sua vida. Buscar o equilíbrio entre trabalho, família e lazer é, no meu entender, o desafio maior. E, claro, nosso custo Brasil, seja a dificuldade política e burocrática no nosso país, como uma cultura que não entende seu potencial criativo. Deveríamos incentivar um terreno de investimentos e startups, pois de acordo com a Indústria 4.0 a criatividade é um dos grandes aliados. E tenho certeza que o Brasil é o país mais criativo do mundo”.
Conselho “ Saia da Caixa”: “Meu maior conselho é tentar ver o mundo de forma diferente, tentar interpretá-lo no modo de como é feito e como pode ser diferente. Acreditar principalmente que o futuro que quer, é o que deve tentar construir e realizar. Muitas pessoa que conheço me falam de projetos incríveis, admiráveis, mas perdem força ao deixar de acreditar nos seus sonhos, achar que qualquer dificuldade não o fará bem sucedido. Vivemos em um país difícil de empreender, de ser criativo, mas não pode ser um empecilho para querer continuar. Em resumo, é olhar o que pode ser melhorado, como seu olhar do futuro é diferente do presente e acreditar nele. E óbvio, mão na massa, pois o sucesso depende do seu esforço”.
Adorei, Pedro!
Artigos relacionados