*Por Helen Pomposelli
Handmade, Nature e Slow Design, essa semana a coluna “Saia da Caixa” veio cheia de conexões com o Oriente. Conversamos com Laura Sugimoto, 32 anos, que está por trás do Wabi Sabi, atelier que tem uma profunda conexão com a natureza e o design contemporâneo em objetos, paisagismo e projetos. “Sou uma mistura dessas duas coisas e isso me transforma. De uma forma prática trabalho tanto no desenvolvimento de peças como no serviço do paisagismo. O nome Wabi Sabi quer dizer uma visão de mundo, um olhar sensível para as coisas que contêm três elementos: a imperfeição, impermanência e a incompletude. Procuro valorizar esses três elementos, que representam no meu ponto de vista na filosofia oriental mostrando o essencial na vida e a aceitação do ciclo do tempo”, explica Laura.
Segundo a designer, o ponto forte do seu trabalho são os elementos naturais e processos artesanais, como vários objetos feitos à mão, e, por isso, contam histórias. “Se alguém fez aquela peça com as próprias mãos, temos elementos que tem uma conexão emocional durante a sua fabricação. Isso oferece mais singularidade e significado para os objetos que são admirados. Tudo que é feito a mão nunca é perfeito, então a idéia é valorizar o que é imperfeito e é por isso que são bonitos e contam uma história”, ressalta.
Laura desenvolve projetos que envolvem o universo das plantas como, por exemplo, trazer as plantas para dentro de casa, do escritório, para perto de si. “Com esse olhar, quero transmitir que as pessoas conheçam melhor a natureza e que, com isso, façamos uma pausa, respiramos e nos conectamos com o verde. O resultado do trabalho de uma forma emocional não é só o objeto”, enfatiza.
Publicitária, Laura sempre trabalhou com direção de arte em escritório, sempre foi ligada em estética, mas não estava satisfeita com o tipo de trabalho que estava fazendo, não tinha a ver com seus valores. “Percebi que sempre gostei de natureza de um modo geral, não era jardineira, mas quando resolvi criar objetos artesanais, uma das minha primeiras peças era um vaso e isso me fez conectar com as plantas e me especializar no assunto”, lembra Laura, que há 6 anos, resolveu colocar as plantas em sua vida.
“Eu sempre gostei do lado criativo,. Desde criança estudei artesanato e fazia escultura de vidro e madeira. Hoje lembro que a minha avó fazia arranjos e pegava galhos na rua e eu me vejo fazendo a mesma coisa diariamente”, recorda. Para Laura o maior desafio é lidar com as atividades que o empreendedorismo demanda, ou seja, fazer funcionar uma micro empresa e se desdobrar em todos os departamentos como financeiro, logística, marketing e ainda gerir um negócio como um todo para conseguir colocar seu trabalho no mundo.
“Um dos meus projetos preferidos é o restaurante Pippo do Felipe Bronze que foi feito em conjunto com a Bel Lobo, ambos muito importantes na minha carreira, acreditaram em mim enquanto eu tinha um portfólio pequeno e juntos criamos um resultado incrível. Eu adoro fazer restaurante, foram aparecendo outros e eu consigo colocar o que eu estudei de direção de arte, design. O outro é o Dona Desirré, onde o desafio foi transmitir através das plantas e vasos a essência que eles estão buscando, a casa de avó com gastronomia contemporânea. Assim, misturamos porcelana com cestas de palha”, enumera.
Conselho para Sair da caixa? “Você querer fazer e de fato agir. Tirar do papel e continuar acreditando e não desistir. Vai existir muito obstáculo, um pouco clichê falar isso, mas a mudança radical de você mudar de carreira e empreender, passa por e aproveitar o processo, senão vira um sacrifício”. Boa, Laura!
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