#SaiaDaCaixa de Helen Pomposelli com a artista visual e estilista Stephanie Sartori


Nossa colunista apresenta Stephanie, que acabou de realizar uma instalação no festival Burning Man, que acontece no deserto de Nevada, uma espécie de epicentro da criatividade mundial. “Eu sou uma mulher em amadurecimento solidificando a minha voz criativa”, diz

*Por Helen Pomposelli

Stephanie Sartorie em ação no deserto (Foto: I Hate Flash)

O Saia da Caixa adora entrevistar pessoas criativas! Pois para sair da caixa haja vocação! Conversei com Stephanie Sartori, estilista e artista visual, que acabou de realizar uma instalação no festival Burning Man, que acontece no deserto de Nevada reunindo pessoas do mundo todo. “Eu sou uma mulher em amadurecimento solidificando a minha voz criativa principalmente através da moda e também explorando caminhos dentro das artes visuais. Ou seja, sou estilista e também procuro outros meios para me expressar através da arte”, conta.

Stephanie Sartorie em frente à sua instalação no Burning Man 

Segundo Stephanie,  ela não tem medo de arriscar e isso permite que ela siga sem saber se está no caminho certo ou não. “A minha instalação One, que foi apresentada e nasceu no Bruning Man, foi sobre a união de eu e nós. Um estudo sobre as palavras me e we, que são palavras uma dentro da outra, dois conceitos opostos, que vivem juntos. Eu realmente acredito que no final todos somos um. Todos nós partimos de uma matéria só e uma energia só. Até as palavras existem dentro da outra! Queria mostrar, com uma prova lingüística da nossa união, que realmente somos um!”, explica.

A obra ME, de Stephanie Sartorie

A instalação One de Stephanie foi uma escultura espelhada de grande escala e no chão tinha um outro espelho grande, que, quando você olhava, o me refletia em we, e o espectador logo entendia essa existência do we dentro de me. “ O resultado foi uma aventura, pois à noite iluminava e refletia melhor. O significado mais importante foi sobre a união entre nós. Sobre a razão, sobre existir uma necessidade de honrar, de nos honrar como indivíduos, de nos amar. Quanto mais a gente consegue desenvolver o eu, de autoconhecimento, de cuidado com si, mais a gente consegue compartilhar o nosso eu com os outros e consegue chegar mais longe. O que fazemos por nós é uma contribuição pela sociedade”, sintetiza.

Alessandra Ambrosio é uma das apaixonadas pela arte de Stephanie

Formada em história da arte e ciências políticas na Califórnia, Sartori nunca estudou moda, porém desde pequena  já sabia de sua vocação. “Quando eu tinha doze anos, decidi que ia fazer um vestido para uma festa e já sabia usar a máquina de costura. Comprei um tecido e fiz. Ficou mal feito, mal acabado, mas bonito”, lembra. Stephanie se diz ter um dom natural de corte e costura, de modelagem e tem conhecimento tridimensional bom que lhe permite fazer modelagem. “Depois que me formei, eu trabalhei, mas decidi voltar para o Brasil e tentar ter uma marca de roupa. Só que eu era muito nova e não sabia direito o que estava fazendo e me desiludi com a moda, aí eu fui trabalhar no site NOO, como jornalista, e lá fiquei por três anos escrevendo com foco em arte e cultura, o que me permitiu aproximar a artistas, me fazendo entender o que era o processo criativo. Depois disso, trabalhei na Art Rua, onde eu agenciava os artistas e onde fiquei por duas edições, depois de lá eu comecei a minha jornada sozinha”, enumera.

Stephanie Sartorie em ação no deserto (Foto: I Hate Flash)

“Continuei escrevendo como freela para me sustentar, mas para ter renda suficiente para fazer meus projetos artísticos, comecei a criar roupas para a minha marca Santa Maria, de fantasias de carnaval, com idéias mais autênticas. Isso faz a gente focar e canalizar. Santa Maria é uma mulher historicamente mais famosa e conhecida de toda história. Quis fazer uma homenagem à figura da mulher como mãe, Deus, mãe de Deus, prestigiar a mulher como Deus e geradora de tudo”, enfatiza.

“Atualmente, meu maior desafio é a organização do meu tempo. Ainda não tenho benefícios monetários e a organização disso é sempre uma questão para mim, ou seja , como transformar meu trabalho mais comercial para ganhar dinheiro”.
Conselho Saia da caixa? “ O meu maior conselho é o não deixar o ‘nunca fiz’ se transformar no que você nunca faça. Entender o que realmente quer fazer e achar uma forma de executar aquilo e pelo menos iniciar. O iniciar não precisa ser tudo de uma vez. Dê a chance de dar o primeiro passo. Foca no que pode executar hoje para se aproximar do que quer”.

Boa, querida!