*Por Helen Pomposelli
“Mover a energia, focar e colocar a intenção naquilo que você quer”. A coluna “Saia da Caixa” de hoje fala de música, café e trocas de boas energias. Conversei com Flávia Torga, percussionista, musicista e empresária, dona do Gaia Art & Café , especializado em gastronomia vegetariana, que busca estimular o prazer gastronômico, visual e sensorial se dividindo entre empresária e artista. “Atualmente estou tentando ser mais artista, são mundos muito diferentes. Uma hora no palco e tocando e outras administrando as contas, recebendo e vendo cardápio. Tento ser 60% empresária e 40% artista. O bacana é que eu posso tocar aqui dentro, nos shows da própria casa”, diz Flavia.
“Um café é lugar para encontros. Abri o Gaia com a intenção de ser um lugar não só pela gastronomia, mas pela experiência de comprar produtos locais, ler um livro, ver uma exposição. A sustentabilidade não só ecológica mas também social, eu faço parcerias com pessoas da comunidade local e vendo os produtos deles, então é bem essa pegada de trabalhar os sentidos. A pessoa chega aqui e tem estímulos visuais, paladar e os aroma” , diz a empresária cujo o nome Gaia nasceu do próprio significado, é mãe terra na mitologia grega.
Flávia começou tocando e estudando, em 1998, na Escola de Música com formação musical e teórica e se desenvolvendo. Profissionalmente já tocou com Baby do Brasil e a banda Blitz. Morou na Europa, lá viveu do jazz e foi onde criou o projeto Círculo de Tambores, ligado em musicoterapia, que pretende, agora, trazer para o Rio de Janeiro. “A idéia é colocar os instrumentos no centro da roda e cada um pega o que mais se identifica. Vou direcionando e as pessoas vão criando música de acordo com a energia das pessoas. Comecei esse projeto sendo chamada para fazer alinhamento de grupos”. A empresária e musicista, toca na Orquestra Lunar, orquestra de música instrumental de dez mulheres que estão com uma agenda intensa esse ano.
“Sou a primeira musicista da minha família. Tudo começou numa viagem à Salvador com 15 anos e eu conheci alguns músicos percussionistas na praia. Eu já gostava da batida do Olodum e eles me falaram para eu ver o ensaio da Timbalada. Fiquei no meio dos tambores tocando, tomei algumas aulas básicas e quando voltei pra o Rio, fiz aula de percursão, tambores latinos, e estudei no Villa Lobos., em 1994. Naquela época era novidade ver uma mulher tocando percussão” .
A empresária não estudou somente música, mas também ficou quatro anos na faculdade de Turismo, e já tocando no final do curso, descobriu num trabalho de ecologia, uma ecovila, onde conheceu de perto a permacultura, uma técnica que foi criada na Austrália que trabalha na agricultura permanente, ou seja, por exemplo, reutilizar a água da chuva e para gastar menos energia e ser mais eficiente.
“Meu maior desafio é conseguir conciliar as atitudes das novas propostas econômicas e novos padrões. Estamos vivendo uma transição, a economia antiga em conflito com a nova. O consumo mudou, tento trabalhar com novas idéias e conceitos quando as pessoas ainda estão ligadas nos velhos padrões. As pessoas devem se permitir se abrir para o novo”.
E para quem quer começar a pensar diferente e ter uma forcinha para sair da caixa? “Nunca parar de sonhar e acreditar. Colocar a intenção nas coisas e o universo conspira. Segundo é o foco e muito trabalho, organização, verdade naquilo que você acredita, no que você faz. Se você sonha, move energia para isso, não tem como não dar certo”. Show, Flavia!
Gaia Art Café: R. Gustavo Sampaio, 323 – Loja A – Leme, Rio de Janeiro – RJ,
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