*Por Helen Pomposelli
Recém-chegado da Croácia, Lucas Fox, 20 anos, acha importante se isolar de vez em quando para não focar tanto no trabalho, tal como ouvir opiniões diferentes de amigos e empresários e poder voltar da viagem tendo feito muita coisa produtiva, apesar de não estar perto de um computador. “A idéia é voltar de maneira refrescada, com uma nova forma de pensar. É sempre bom ouvir a opinião de outras pessoas, pois no dia-a-dia nós desenvolvemos a mesma cortina de pensamentos e nossas passagens neurais acabam se repetindo muito. Quando você vai para longe, enxerga as coisas de formas diferentes. Acho sempre bom fazer esses retiros”, sugere nosso “Sai da Caixa” de hoje que já está dando dicas de como pensar diferente!
Lucas começou a faculdade em 2015, cursando robótica na Inglaterra, mas saiu rapidamente, porque se deu conta de que o ensino da faculdade era muito lento e atrasado, pois não havia mudado a forma de e ensinar nos últimos 150 anos! “Mesmo sendo na Inglaterra, quem estuda robótica gosta de criar sites, programas. Quando você é alguém que aprende a fazer algo sozinho, as coisas da faculdade são lentas. A forma de aprender é muito mais rápida quando você tem a experiência própria. Concordo em aprender as bases fundamentais com o professor. Não é inútil. Mas achei um caminho mais apropriado para mim, que é aprender fazendo”, diz Lucas, que hoje está 100% focado no trabalho: a empresa Dadivar, uma plataforma social, fundada no inicio do ano, que tem como objetivo reunir as maiores vozes do país, personalidades mais influentes e poderosas para causas sociais. Uma empresa social que tem como objetivo criar campanhas de arrecadação com celebridades que em busca de doações para quem precisa. Mas Lucas, da robótica para causas sociais? “Quando sai da faculdade, que fiquei menos de um ano, fundei uma empresa de tecnologia e vendi. Foi aí que eu comecei a pensar em trabalhar com impacto social e reunir a tecnologia com isso”.
Segundo Lucas, primeiro ele convida a celebridade para fazer parte de uma campanha da Dadivar, depois conversa com ela para saber quais são as causas que elas realmente se identificam, junto de uma equipe de consultores de impacto social e, aí, ele apresenta quais as que precisam de apoio. Depois de decidido, a empresa define uma série de experiências e recompensas que a celebridade quer oferecer para os fãs, que fazem parte de uma espécie de clube no site, como um almoço, passar a tarde vendo filme ou ligação, se for jogador de futebol, jogar bola com ele. “Lançamos promoções feitas pelas celebridades como peças de teatro para os fãs que entram no site e fazem doações. A Dadivar também faz uma contribuição de um percentual para a instituição escolhida, pois é uma forma de apoiar causas sociais também”, explica Lucas, que sempre foi alguém que quis ajudar amigos e família. Segundo ele, desde pequeno se importava muito com os outros e foi uma criança independente cedo, tanto financeiramente como e emocionalmente.
“Eu me dei conta que era uma oportunidade grande para gerar processos de mudança na sociedade. Temos um projeto de empoderamento juvenil onde convidamos a atriz Claudia Raia para participar em que apoiamos Aldeias Infantis SOS e o Retiro dos Artistas. Quero viver como uma forma de gratidão. Esse sentimento me deixa feliz, positivo e faz agradecer a vida. Muitas vezes quem está atrás de uma empresa está apenas querendo sucesso, reconhecimento e dinheiro, mas acaba esquecendo da parte do social da vida”.“Me sinto cidadão do mundo, não tem como ser diferente”… Lucas nasceu no Rio tal como seus irmãos e morou até seus sete anos na capital fluminense e tem uma família que não é brasileira. Com mãe venezuelana e pai americano, que nasceu na França, com avó nicaragüense, avô americano e outro italiano. “Pretendo estudar em vários países na vida, morei em Madri por 10 anos. Morei na Inglaterra e depois me mudei de volta pra o Rio e passei um tempo em São Francisco. Hoje fico entre o Rio e São Paulo. Procuro ir a São Francisco pelo menos duas vezes por ano, um lugar único no mundo para quem trabalha com tecnologia”, explica Lucas, que acha bom sair da “bolha” do Brasil para ver coisas novas.
“Sempre gostei de me sentir independente e do sentimento de liberdade. De não depender de outras pessoas, aprender muito mesmo com 11 anos poder viajar sozinho e desenvolver meu próprio negócio cedo. Meu novo foco sempre era aprender coisas, aos 16 anos fui focar na tecnologia. Tive a sorte de ter cedo muita liberdade e soube fazer um bom uso”, diz. Lucas é daqueles empresários que adora o Brasil e não quer investir em outro país. “Tem muito brasileiro que vai e não volta, eu volto porque vejo que tem muita oportunidade aqui. Apesar de problemas e atraso, e quando enxergo problema eu vejo solução. Eu quero estar aqui, posso contribuir mais aqui do que lá. Acredito muito no Brasil, devemos fazer acontecer, não esperar o outro fazer. Tenho um passaporte americano, mas quero ficar transitando para poder me atualizar nas inovações”, finalizou.
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