Saia da Caixa de Helen Pomposelli com o fotógrafo Luis Guilherme Todeshi


Apaixonado pela arte de se relacionar com seres humanos, para Luis, o autoconhecimento é um fio condutor para seu trabalho social, pois se diz uma pessoa que não possui medo algum. “Sou um verdadeiro buscador do autoconhecimento, do aprendizado constante, da expansão da consciência e do serviço ao próximo. Aquele que não fica apenas espelhando-se nos ensinamentos dos Mestres e busca atuar com maestria no desenvolvimento do amor incondicional. Podemos fazer muito melhor. Meu desejo realmente é ver o povo do nosso país e do nosso Planeta, assim como a Mãe Natureza,  sendo tratados com respeito”.

*Por Helen Pomposelli

O Saia da Caixa vem registrando ao longo desse tempo pessoas que se encontram nos seus propósitos de vida e que transformam isso em maneiras de viver e de se sustentar no plano material. A coluna de hoje apresenta um ser especial, libriano de 41 anos, Luis Guilherme Todeshi, que se diz humilde em reconhecer que veio pra esse mundo pra servir à fotografia, claro que não é somente isso que ele faz…somos gratos!

Atualmente envolvido em projetos de mediação das relações Humanas no Planeta para que conquistemos um futuro próspero, Luis pratica ativismo humanitário com organizações internacionais como Goodwill Ambassador Foundation e Globcal International Cooperative, governos, empresários, redes sociais, populações carentes ou em situação de risco, e com as pessoas com quem ele se relaciona nos locais por onde transita. Além disso, o fotógrafo vai participar em fevereiro da coletiva “ Meu Brasil” no espaço cultural Cloître des Billettes,em Paris, projeto criado por seu amigo e mentor Ricardo Esteves. “Nossa principal ferramenta é utilizar a arte, a espiritualidade, o conhecimento com sabedoria, a busca de soluções não tradicionais e a cultura como meio de transformação. Também tenho projetos na área de fotografia para o desenvolvimento humano, fotografia artística e documental e até terapia holística relacionada com fotografia e vídeo. Um dos projetos muito sérios que propomos e temos buscando há algum tempo parceiros e meios para o desenvolvimento chama-se “PAXXX ON EARTH”  onde de forma inédita estaríamos propondo que para a existência de um Prêmio da Paz toda a terra deveria estar envolvida”, explica Luis que também foi batizado, em Guarani, de “Kuaray Tatande” que significa fogo do sol, transparente e em saniasy, Swammy Prabodth Awadian que significa consciência profunda em meditação.

Apaixonado pela arte de se relacionar com seres humanos, para Luis, o autoconhecimento é um fio condutor para seu trabalho social, pois se diz uma pessoa que não possui medo algum. “Sou um verdadeiro buscador do autoconhecimento, do aprendizado constante, da expansão da consciência e do serviço ao próximo. Aquele que não fica apenas espelhando-se nos ensinamentos dos Mestres e busca atuar com maestria no desenvolvimento do amor incondicional. Podemos fazer muito melhor. Meu desejo realmente é ver o povo do nosso país e do nosso Planeta, assim como a Mãe Natureza,  sendo tratados com respeito”.

No seu dia-a-dia, Luis trabalha a espiritualidade na linha do Fogo Sagrado de Itzachilatlan, estuda religiões mais antigas até as novas expressões, pratica atividades esportivas como o surf e o mountain Bike, meditação transcendental e Kundalini yog.
No mercado da fotografia, Todeschi diz que existe espaço e potencial para que todos possam se desenvolver em diferentes áreas, apesar de todo o investimento de tempo, em equipamentos, aperfeiçoamento e relacionamentos para se tornar conhecido. “As necessidades de atuar comercialmente com diferencial para conseguir conquistar e manter clientes também.  Com o advento e expansão da fotografia digital em termos mercadológicos muita gente se viu prejudicada. Viver de fotografia no Brasil passou a ser algo muito complexo. Eu claramente acredito que todas as dificuldades nos forçam a reinventarmos conceitos. O que mais me chocava na fotografia documental por exemplo era ver em sua história imagens marcadas por muito sofrimento e tristeza. Imagens de culturas e realidades sociais com as quais eu não me identificava. A partir disso busquei um trabalho muito pessoal na fotografia.  De tentar mostrar ao mercado que a luz da criação deve ser valorizada. Que o belo deve ser valorizado. Que as cores devem ser valorizadas.  Que o respeito nas relações deve ser valorizado. E sobretudo que existem muitos mistérios por de trás da construção de toda imagem”.

Atualmente,trabalha em missões fotográficas, ou seja, desenvolve trabalhos voluntários e ativismo social em diversas regiões do país e do mundo.” Gosto daquela máxima: fazer o bem sem olhar a quem”. Sua infância já diz tudo, aos 8 anos sua vida mudou quando participou do movimento escoteiro e descobriu que a natureza e o ser humano é um só. “No movimento escoteiro aprendemos um juramento que se tornou minha essência na vida. Dizia o seguinte: Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para com Deus e minha pátria. Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião”

“Nasci numa cidade onde as pessoas são fechadas. Onde as relações humanas são rasas. Desde a Escola eu não entendia aquela gurizada, meus colegas só viviam em função do futebol e tinha tanta vida pulsante na nossa escola, um lindo bosque e o papo com as meninas também era interessante. Daí eu pensava… ou eles todos é que não sabem o que é bom ou eu que não sou normal. E dito e feito. Descobri com o tempo que a coisa mais importante nessa vida é fazermos, sentirmos e pensarmos o que alimenta a nossa alma.Em 2012 decidi realmente mudar o foco da minha carreira como bacharel em Administração com especialização em Marketing Empresarial e Consultoria e passei a me dedicar integralmente para a fotografia profissional e expressiva. No mundo corporativo em todos os setores eu observava muita corrupção. Conviver com isso se tornara desgastante… Pra comprar meu equipamento fotográfico e estudar a fotografia numa época de desemprego e falta de abundância eu vendi um kitnet onde morava e voltei pra casa dos meus pais. Eles me receberam bem graças a Deus”.

Qual o seu conselho “ Saia da Caixa”? “Iniciei os estudos teóricos de autores e  estratégias para a inovação no ano de 1998 com a leitura de pensadores de fora. Comecei a ler Gary Hamel, Dee Hock, J. Krhisnamurti, Osho, e muitos outros. Lia todos os livros possíveis sobre inovação, espitirualidade e sustentabilidade. Sobre o advento das novas tecnologias. Sobre a triste história das guerras e da civilização nos últimos milênios.  O tempo líquido já existe de fato de Bauman….assim como relações vazias… falsos profetas…. religiões…. culturas…… tudo que se prende aos padrões nos mantém reféns……  a questão de esvaziarmos a mente para o novo.  A meditação. Outros artifícios podem até ajudar como a vivência do mundo espiritual. São centenas de técnicas e maneiras para pensar fora da caixa….hoje temos coworkers, pensadores que pensam fora da caixa, a tal da física quântica, métodos de colaboração e construção coletiva. Design thinking.  A principal dica seria deixarmos de olharmos para a individualidade e prestarmos atenção que somos integrados em tudo que existe. Quer pensar fora da caixa? O primeiro passo é identificar que ela existe e você faz parte dela. Dae olhar de fora. Uma boa revisão sobre o que você está fazendo no mundo. O que está acontecendo no mundo. E como poderia ser um mundo mais adequado para ser uma experiência fantástica para todos. O passo seguinte seria assumir uma auto-responsabilidade de mudança. Lembrando também que pra se tornar um visionário ou uma pessoa que pensa fora da caixa é preciso coragem. Sobretudo de encarar a si mesmo. Aqueles que pensam fora da caixa já sabem que não se pode ter novos resultados com velhas práticas.

Fico feliz! On Namah Shivaya