No Rio, Michael Bay rebate críticas sobre “Transformers” e afirma: “O objetivo é só entreter!” Ok, mas e quanto a vender bonequinho?


Diretor e parte do elenco de “Transformers: A Era da Extinção” desembarcam na Cidade Maravilhosa para coletiva e comentam sobre o abuso de efeitos especiais na franquia

*Por João Ker

Chegou às telas nesta quinta-feira (17/07) mais um filme da série “Transformers”, o longa-metragem “Transformers: A Era da Extinção” (Transformers: Age Of Extinction), o quarto da franquia dirigida por Michael Bay. Fazendo a ronda típica das megaproduções, diretor e elenco – ou parte dele, já que infelizmente Mark Wahlbergh não se deu o trabalho de mostrar o rostinho e os músculos por aqui- chegaram ao Rio de Janeiro para uma coletiva de imprensa no Copacabana Palace nesta mesma quinta, a fim de promoverem a nova produção.

Michael, o produtor Lorenzo  di Bonaventura e o casalzinho jovem do filme, Jack Reynor e Nicola Peltz (os novos Shia LaBeouf e Megan Fox, com um pouco menos de tempero ainda), tiraram as dúvidas dos jornalistas por mais de 40 minutos e preferiram focar todas as perguntas na produção. O diretor respondeu a maior parte das questões, sendo ocasionalmente acompanhado por Lorenzo ou interrompido por Jack que, ao contrário da sua parceira de tela, não se mostrou tão apático à situação. Como era de se esperar, Michael Bay e seus fieis escudeiros precisaram defender (e muito!) o abuso de efeitos especiais, o que, diga-se de passagem, souberam fazer muito bem.

Jack, Michael Nicola e Lorenzo na coletiva de imprensa (Foto: Divulgação)

Jack, Michael, Nicola e Lorenzo na coletiva de imprensa (Foto: Divulgação)

“O objetivo principal de filmes é entreter a audiência. Não há nada como participar de uma sessão de “Transformers” e ver o público aplaudindo no final. O que as pessoas não entendem é que com a melhoria dos equipamentos – como filmar com IMAX 3D, por exemplo – os efeitos especiais tornam as coisas mais reais, mas ao mesmo tempo fazem com que a produção toda seja muito mais difícil”, explica o diretor. Jack também partiu logo em sua defesa: “Transformers” é o tipo de filme que consegue prender o público o tempo inteiro. Eles sentam e assistem do início ao fim. E o mais mágico é que Michael usa efeitos muito práticos na maioria das vezes”. Milagrosamente, até Nicola participou da discussão: “Quando eu soube que ia participar da franquia, imaginei que trabalharia muito mais com as telas de fundo verde [que possibilitam a criação de imagens em CGI]. Mas depois descobri que as explosões que você vê no filme são reais, elas realmente aconteceram. E isso é muito mais excitante”, comentou a atriz, conhecida por ser a mocinha da série Bates Motel.

De fato, a declaração de Bay quanto ao entretenimento e ao posicionamento do blockbuster enquanto divertimento até é coerente, mas ele parece ter se esquecido de que a franquia é um empreendimento entre a Paramount e a Hasbro, o fabricante do famoso brinquedo. E que, no filme, se faz uma menção à pirataria, crucial ainda mais se levando em conta que gadgets para crianças (como os Transformers) são fartamente pirateados na China. Bom, parece que o cineasta se esqueceu desse segundo objetivo…

Todavia, além dessa questão, surge outra em plena coletiva: depois de colocar robôs gigantes para travarem batalhas épicas nos maiores centros comerciais e capitais do mundo, será que o Rio de Janeiro poderia ser cenário para uma guerra de robôs extraterrestres? “Se vocês quiserem que filmes de Hollywood sejam filmados aqui, vocês precisam pedir que o governo ajude”, respondeu o produtor Lorenzo di Bonaventura. “Outros países como a China já nos chamaram para filmar lá e houve uma isenção fiscal que é imprescindível para o filme acontecer. Aqui, nós já demos uma volta pela cidade e vimos que o Rio tem locações muito boas, ótimas até. Mas não dá para filmar e interferir em uma capital assim sem a ajuda do governo”, termina. Michael Bay, por sinal, disse que ainda pretende conhecer o Pão de Açúcar antes de ir embora do país. Já imaginou, Bumblebee se pendurando no bondinho?

Este slideshow necessita de JavaScript.

Fotos: Divulgação