“Gosto muito do universo de mistério e ação”. Foi com essa declaração que Cleo Pires contou como se preparou para dar vida a Francis, uma policial honesta no filme “Operações Especiais”, na pré-estreia nessa segunda-feira (28), no Cinépolis Lagoon. Junto de Marcos Caruso, Fabrício Boliveira, Thiago Martins e o diretor Tomás Portella, a atriz frequentou a escola da Polícia Civil no Rio de Janeiro e participou de treinamentos intensos, porém, gostaria de fazer ainda mais. “Nós treinamos com policiais, com o CORE e aprendemos progressão e montar e desmontar armas. Não acompanhamos invasão, nada disso. Eu adoraria, mas não foi o caso”, disse.
O desejo se justifica. O fascínio por armas vem desde cedo, quando brincava com um primo de quem gostava muito. A habilidade rendeu-lhe, ainda nova, o apelido de “delegada”. “Desde criança adoro o universo militar, sempre brincava disso. Não gosto da violência em si, das pessoas se machucando, mas amo ação, perigo, improviso do momento. Acho que policial tem essas características. E eu adoro pegar uma arma. Acho ruim viver em um mundo em que exista isso de matar alguém. Ainda assim, o universo de armas me fascina”, explicou. Viver uma policial foi pedido dela. Segura e excelente profissional, não tem medo de requisitar papéis. “Soube do filme de ação e perguntei se podia fazer um teste. Se eu estou com vontade, eu vou e falo, porque, às vezes, a pessoa está em um universo que tem tanta gente que não te vê. Acho que vale chegar e falar que gostou. Eu pedi no filme do José Aldo também. Já fiz isso com outros que não deram certo. Não vejo vergonha nisso, pelo contrário, é mérito ir atrás do que quer. Acho muito legal”.
Além desses, tem outro papel que gostaria de fazer? “Eu quero muito interpretar uma stripper ou prostituta, acho que faria bem. Gosto desse universo misterioso e tem coisas muito humanas ali que as vezes enxotamos, porque a sociedade tem um preconceito moralista. Tenho vontade de mergulhar e entender mais. É bom poder fazer através do trabalho”, confessou ela, que geralmente não gosta de se ver atuando, mas em “Operações Especiais” experimentou um sentimento diferente. “A ação me liberta . Normalmente me vejo nas telas e odeio, mas quando estou em ação as coisas que eu detesto não ficam tão grandes. Gosto de me ver fazendo algo forte, ativo, agressivo. Acho que vou fazer ação sempre, porque dessa vez amei me ver”, brincou.
Enquanto sua personagem lida com o machismo na corporação, a vida pessoal de Cleo é bem diferente. Ela, que sempre teve amigos homens, revelou que tem um espírito masculino. “Me dou muito bem com homens. O maior tempo da minha vida tive mais amigos. É a primeira vez – agora adulta, que tenho grupo de amigas mulheres. Tenho energia masculina que foi muito positiva em vários aspectos e dificultou em outros na vida. Mas, de fato, estando perto de homens sempre me senti mais acolhida, me expressava melhor”. O grupo de amigas a que se refere conta com a sua assessora e empresária, Piny Montoro, sua irmã Antonia Morais e outras. “Estou em um momento muito feliz com o universo feminino, amando ser mulher. Acho que estou fazendo as pazes com esse lado, digamos assim. Sempre achei chato, agora estou gostando muito”, disse. Perguntada se já sofreu com machismo, afirmou que sim. “Já tive que lidar com machismo muitas vezes, acho que todo mundo. Na vida, lidamos com vários ‘ismos’ o tempo todo”.
Sexy em um look poderoso e com os recentes dreads presos em um rabo de cavalo, a atriz explicou que o novo penteado a faz ainda mais cuidadosa com o visual. “Na verdade com os dreads fiquei até mais ligada na aparência. Requer certo cuidado. Não me despi de nenhuma vaidade”, contou ela, que já revelou não ter problema com mudanças por personagens.
Além do cinema, a atriz poderá ser vista em breve na série “Supermax”, da Rede Globo, ao lado de Mariana Ximenes, Erom Cordeiro e outros. A série com um quê de mistério, suspense e ação também foi um trabalho desejado. O talento de Cleo não se restringe à atuação e tiros. Ela revelou que adora a profissão de cantora e já teve até uma banda. “Eu amo música, mas, como atriz, deixei um pouco de lado”, disse ela, que recentemente soltou a voz ao lado do pai Fábio Jr. na canção “Sempre que estamos juntos”, feita especialmente para a ocasião. “Foi uma coisa mais familiar do que profissional”, explicou. Com seus talentos múltiplos, revelou outras profissões que gostaria de exercer. “Acho que levaria jeito para ser pilota de avião, investigadora, cientista e marceneira, amo trabalhos manuais”. Essas são só algumas das muitas facetas da atriz, uma intensa libriana de conversa fácil e interessante. O bom papo aliado à excelente performance nas telas nos faz querer conhecer ainda mais todo o resto.
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