*Por Brunna Condini
Prestes a completar 46 anos no próximo dia 29 de agosto, Luana Piovani falou com exclusividade ao site direto de sua casa em Cascais, Portugal, onde vive há quase quatro anos. E divide de cara um desejo de aniversário. “A novela que estou fazendo por aqui (‘O Segredo‘, produzida pela SIC) vai estrear em outubro, então espero que até o fim deste ano esteja fazendo muito sucesso, porque pretendo terminar 2022 vislumbrando o início dos ensaios da minha peça e realizar esse sonho de formar público aqui em Portugal”, diz Luana, que recentemente esteve no Brasil para lançar ‘Maior que o mundo‘, já está em cartaz nos cinemas. “Não falta mais nada na minha vida. Profissionalmente, o que desejo é realizar esse monólogo. Pretendo colocar em cena intimidades, cantar, contar curiosidades, vai ter muita diversão. Tenho essa coisa das pessoas se enxergarem em mim. Nesses 30 anos absorvida pela mídia, me mantive humana. E acho que as pessoas vão se identificar porque me exponho”.
Outra novidade são as lives que a atriz fará com frequência em seu Instagram, e as batizou de Alive. “É literal mesmo, para se estar bem viva. A ideia é trazer mulheres que passaram por grandes dificuldades em suas vidas, mas o objetivo não é ficar nas mazelas. O desejo é pensar, e convidar pessoas a pensarem em como melhorar a vida delas. Vamos falar sobre dons, aptidões, sonhos, em como eu posso ajudar a divulgar algo bacana para ela. E aí vamos jogando luz nesse caminho, e também uma ‘purpurina’ de empoderamento, acolhimento. Tecendo redes. Outra coisa, se quiserem patrocinar, o dinheiro é da entrevistada. Pretendo fazer uma live a cada 10 dias”, revela Luana, que anunciará em breve sua segunda convidada, Mirtes de Souza, mãe do menino Miguel, morto após cair de um prédio em Recife.
Sobre a relação com as mulheres que a procuram nas redes, ela observa: “Sempre tento ter algo bom para dizer, até porque tenho muita fé em Deus, muito amor em minha vida. Mas choro lendo várias histórias que me comovem demais. E tenho uma dor dentro de mim chamada Mirtes. Estou em contato com ela sempre, a gente se segue, por isso o convite para a live. Ao mesmo tempo, dá uma sensação de impotência isso tudo, porque nada que se faça por ela vai fazer com que sua dor diminua, ela perdeu um filho. Isso não tem volta. E como ela, tantas outras mães brasileiras”.
Quero trazer para as lives mulheres que passaram por grande dificuldades, mas o objetivo não é ficar nas mazelas, e, sim, empoderar, acolher – Luana Piovani, atriz
MATERNIDADE POR VOCAÇÃO
Mãe de Dom, 10 anos, e dos gêmeos Bem e Liz, de 7, de sua união com o surfista Pedro Scooby, a atriz desabafou nos últimos dias no Instagram sobre suas apreensões, já que os pequenos estão de férias com o pai, e fazendo alguns passeios um tanto ‘radicais’. “É o que eu disse, tem que ter ‘coração de ferro’. Graças a Deus estão voltando dia 8. Não confio no bom senso do Pedro, porque a referência dele é a morte. Ele pega ondas de 25 metros. Então, se você não teve traumatismo craniano e não morreu, está tudo bem. É muito difícil pra mim, mas não posso mudar, fui eu que escolhi. Preciso me adaptar e sou extremamente inteligente e analisada. A realidade é essa, então procuro fazer coisas para melhorá-la. Confio em Deus e converso com o Pedro, já faço esse exercício há algum tempo. Não adianta brigar, isso só cria inimizade e acaba chegando nas crianças. E ele será o pai delas a vida toda. Converso muito com ele. Fora isso, estou no pé de Deus o tempo todo”.
E analisa: “Tem essa outra parte também bem difícil de quando eles voltam, porque saem do pai como se estivessem indo praticamente para a casa da bruxa. Tem todo um momento de indagações, preguiça, é difícil, viu? Mas tudo bem, gosto de ser a primeira aluna da classe e estou aqui firme. Eu oro o tempo todo pensando nos meus filhos. Para Deus dar saúde e protegê-los sempre. É o que eu mais faço, falo muito com Deus”.
Não confio no bom senso do Pedro com nossos filhos, porque a referência dele é a morte. Ele pega ondas de 25 metros – Luana Piovani, atriz
Namorando o empresário Lucas Bittencourt, Luana frisa que a vontade de ser mãe novamente se mantém. No entanto, esse pode não um ser um plano para o casal. “Esse é um desejo meu. E como agora estou me relacionando com uma pessoa, isso não é para agora, até porque meus filhos ainda são muito novos. Quando eu achar que é a hora, vou olhar a situação. Até porque acho que vou precisar estar sozinha para adotar uma criança, não sei”, reflete.
E se o Lucas topar? “Eu se fosse ele não toparia (risos). É o meu desejo, não o dele. Seria um filho meu e de todas as pessoas que permeiam a minha vida. Tenho uma vida bastante preenchida de amor. Tenho pais maravilhosos, filhos amorosos. Tenho amigos- irmãos. Então, na verdade, já falo de uma grande família. Toda pronta para amar uma criança que está sem esse sentimento na vida. Gosto do papel de mãe. Tenho vocação, e acho que quando Deus dá isso é um pecado não usufruir”.
Preciso morar em um país onde eu não me sinta mal existindo – Luana Piovani, atriz
Em relação ao namoro, Luana garante que vai tudo muito bem, obrigada: “Namorar é bom demais, é o verbo. Fazemos um exercício muito bom que é não pensar, vivemos. A gente vive um dia de cada vez. Queremos estar juntos todos os dias e estamos. Nosso planos são de viagens, de comidas que desejamos provar. Ele é um homem muito inteligente, me entende, conhece, até porque sou um livro aberto. Eu não cobro nada dele e nem ele de mim”.
Em busca de paz
Voltar para o Brasil não está nos planos, mas viver em Portugal pode não ser algo definitivo. “Sabemos que os filhos são para o mundo, e quando eles forem, talvez eu queira experimentar outro lugar para morar. Mas preciso morar em um país onde eu não me sinta mal existindo. É difícil se sentir privilegiado em um lugar onde as diferenças são muito cruéis. Estava pirando no Brasil. A dor do outro me consome. Tinha crises de ansiedade, pesadelos”.
A atriz diz lamentar a situação atual do Brasil. “O país está passando por um momento difícil. Tem ressaca, rebordosa desses dois anos de pandemia. E falta de empatia de um presidente e dos que estão à sua volta que deveriam acolher o povo. Muita gente morreu, passa fome. Acho que o brasileiro não sabe votar, parece o ‘cachorro correndo atrás do rabo’. Até acredito que o restauro disso tudo um dia vai acabar acontecendo, porque falta pouco para chegar a um ponto que não dá para piorar. Não é preciso mártires e salvadores, tem é que mudar tudo”.
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