Prepara! Temperatura no Rio sobe mais ainda: Rodrigo Penna volta com Bailinho e diz que vai investir no teatro!


“Eu não queria na minha pista todos aqueles partidários do recalque, seja ele em qual instância ou da forma que vier”, revela o DJ e empresário

* Por Junior de Paula

Preparem-se cariocas, porque o clima promete ficar ainda mais quente. E a culpa, a gente adianta, vocês podem colocar toda sobre os ombros de Rodrigo Penna, que, neste domingo, volta com tudo com a festa que mudou paradigmas na noite carioca: Bailinho. Vão ser oito domingos – todos os de janeiros e fevereiro – com tudo a que se tem direito, como a chuva de prata com distribuição de guarda-chuvas na pista, as coroinhas, os biscoitos da sorte e as colagens divertidas pregadas em lugares inesperados do MAM. Sem contar a cabine do DJ, que sempre é dividida entre Penna, Markinhos Meskita e algum convidado surpresa, com sua decoração sincrética-futurista, assinada por Sérgio Marimbá. A maior novidade, entretanto, é a abertura de uma segunda pista, indoor, onde vai rolar ‘Chuveiro in Concert’ – uma espécie de karaokê com banda e tudo, comandada pela cantora Erika Martins,  e formada por Fred, na bateria, Kiko Ramos, no baixo, Alê de Morais, na guitarra,  e Alberto Mattos,  no teclado.  Animados que somos, chamamos Rodrigo Penna em um canto – com ar condicionado, claro – e puxamos um papo para saber um pouco mais sobre tudo o que ele está planejando para 2014.

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– O Bailinho virou um Bailão, com turnê nacional e outros desmembramentos. Como manter o espírito de quando ele começou no Zazá?

– Mantendo a chama acesa, fazendo com a mesma paixão que sempre foi feito e que, enquanto eu continuar vivendo disso, será feito. O Bailinho é o meu filhote, a minha paixão, o meu maior legado. Caso eu me esvaísse hoje, implodisse, sumisse, desaparecesse do mundo, é o que eu deixei, é a minha sementinha. Como só uma festa, só como uma grande farra, ou mesmo que seja com uma frase escrita em um canto, ou uma música que te comova, de alguma forma, mudar o mundo um pouquinho que seja, tijolinho por tijolinho. Então, como ele é tão precioso e tão marcante na minha vida, ele só vai ser feito enquanto tiver essa puta chama dentro de mim. O dia que isso virar um ganha-pão, aí já foi. Eu já mudei de vida várias vezes, já mudei de profissão, e ainda pretendo mudar mil vezes, não pretendo ser DJ o resto da vida, então, para mim, muitas coisas são difíceis, a vida é dura para todo mundo, mas mudar, jogar tudo para o alto e começar uma outra coisa, só para me sentir mais vivo e mais feliz, não é tão difícil. O Bailinho é o que é, ainda é ‘inho’, mesmo sendo ‘ão’, porque ele é feito por mim e por cada um envolvido com essa mesma paixão, como ele era lá atrás, como ele nasceu, tanto no Zazá Bistrô como hoje no Museu de Arte Moderna, ele ainda tem o ‘cheiro de um quintal’, ainda é feito artesanalmente. É uma festinha no play. É assim que ele tem que soar para o convidado, para o público que pisa ali dentro. Então, esse cuidado com o público quase como uma obsessão, é o que faz com que a gente esteja sempre se renovando, melhorando, e se aperfeiçoando. Eu entendo que pareça que o tempo passa e as coisas percam o sentido e cresçam. Mas o Bailinho, ele ainda é ‘inho’, ele tem esse nome, porque tem esse espírito. Ele é só um Bailinho. Para a gente, um grande circo, um imenso espetáculo, mas ele é só um Bailinho.

– Top 3 das músicas que vão bombar neste verão do Bailinho

– O Bailinho é uma festa que mexe com o retrô, o ontem, o hoje, o amanhã, o novo, o velho, o brega, o hype, o ultra chique, o último remix, sim, ou aquele super hit dos anos 70. Para este verão no Bailinho, tem remix que eu fiz do Marvin Gaye, os clássicos e bons da Black Music, a Beyoncé, a Rihanna, o próprio Michael Jackson, o Barry White, os grandes blacks que sempre marcam a festa. Alguma coisa de hoje, como ‘Too Much’ do Drake, um puta cara ainda não estourado, até clássicos como o Marvin Gaye, que é para sempre.

– Além do Bailinho e do Barzinho, o que podemos esperar do Rodrigo Penna “empresário” para 2014? E do Rodrigo Penna artista?

– Será essa eterna comunhão e a continuação deste, digamos, ‘abraço’ do empresário com o artista. Acho que é a grande prerrogativa do ano. Foi desse que passou e será do próximo – como equalizar dentro de uma mesma alma um empresário e o artista, ‘o pé no chão e os olhos nas estrelas’, como diz a tag do colar do Bailinho. Eu não separo tanto. Como eu comecei a trabalhar com menos de 10 anos, na minha vida sempre foi um mito essa coisa de separar o profissional do pessoa. Então, como para mim isso é tudo a mesma coisa, sou eu, isso é tudo que eu sou, que eu faço, que eu sonho. É o mesmo quanto ao empresário e o artista. É tentar equalizar, achar uma medida entre este dois personagens, porque também dentro de cada um há multidões. São alguns dos meus milhares e milhões de personas, então eu não sei se vai haver alguma coisa para um e alguma coisa para outro, não sei exatamente se existe essa separação, e se vai existir. Pelo contrário, eu quero que não exista. Mas o que eu posso adiantar é, quem sabe, outros ‘inhos’, novos formatos destes ‘inhos’ que já falamos, e sem dúvida nenhuma, um projeto teatral.

– Quem você gostaria de tirar para dançar em um Bailinho?

– Olha, eu mesmo, eu adoraria me tirar para dançar! Porque eu fico focado, concentrado, assim, aturdido por essa persona que é o DJ no Bailinho. Existe um DJ por aí, freelancer, que é o Rodrigo Penna, mas o Rodrigo Penna DJ foi, é, e sempre será uma prioridade do Bailinho. Tocar no Bailinho é a minha parada. Eu não sou, eu não me vejo e não quero ser um DJ, eu sou o discotecário, além do diretor artístico do Bailinho. Então, tocar no Bailinho para mim é uma paixão, um mergulho, um santo quase que baixa. Então, quem dera eu tivesse a oportunidade que alguém me tirasse para dançar, ou eu mesmo, que eu me pegasse pela mão e falasse: ok, agora fica aí tocando que eu vou levar o outro para dançar (rs)!

– E quem você não gostaria de ter na sua pista?

– Eu não queria na minha pista todos aqueles partidários do recalque, seja ele em qual instância ou da forma que vier.

Qual a sua ideia de um verão ideal?

– Sorrisos e brilhos nos olhos na pista do Bailinho, da primeira a última festa. E paz no meu coração. Trabalho cumprido.

– Você é bom de karaokê? Se arriscaria no microfone da pista nova? Que músicas cantaria?

– Nem com todo o dinheiro no mundo, nem mesmo se a belíssima e querida amiga Erika me convidasse, não há a menor possibilidade, eu já tenho personas demais, e eu sei o meu limite, eu acho que cada um faz o que sabe, ou pelo menos acredita que sabe fazer. E cantar, definitivamente, não é a minha praia.

* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.