“A favor da comunidade, que espera o bloco passar, ninguém fica na solidão, embarca com suas dores pra longe do seu lugar”. Versos como o de “Girassol”, popularizados por Toni Garrido, dão o tom do reggae que pede uma sociedade sem barreiras, que olha para frente e na qual, de fato, ninguém solta a mão de ninguém.
Foi justamente sobre isso que conversamos ontem com Toni, que havia chegado do Carnaval de Recife (PE) direto para uma apresentação no camarote Folia Tropical, o mais democrático e brasileiro da Marquês de Sapucaí. “Eu venho falando sempre por onde passo que o futuro do mundo é a diversidade. É se livrar de amarras e evoluir. Precisamos respeitar o passado, mas não podemos fechar os olhos para o fato de que dele veio uma cultura preconceituosa. É o passado e os antepassados que não aceitavam cores e estilos de vida diferentes”, disse.
“Precisamos, portanto, entender, coletivamente, que evoluímos a partir disso e precisamos ir pra frente sem medo. Momentos como o Carnaval são ideais para isso, uma vez que o futuro do mundo é a diversidade. É hora de se libertar! De liberar! Perdemos o tino, a mão da liberdade, do respeito aos outros! E por isso precisamos acordar os caretas. A sociedade careta começou a despertar de um sono profundo e a provocar. É preciso avançar”, ressaltou.
É que, para Toni, o rumo ideal é uma sociedade livre para pensar e viver como quiser. “Por isso precisamos de novas misturas, novos resultados. O ser humano necessita se misturar entre si. E eu falo de povo. Quanto mais a gente se misturar, melhor. Vamos caminhar para a frente, menos caretas, mais cientes de um mundo livre em que a diferença do outro seja respeitada”.
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