“Penso em ter mais um filho, mas se for ter outro não quero esperar muito”, revela Camilla Camargo


Em entrevista exclusiva, a atriz fala das vivências da maternidade, de saúde e boa forma, do retorno ao trabalho e de Zezé Di Camargo e Zilú como avós: “Eles são super corujas, toda hora querem visitar, me mandam mensagens perguntando dele, querendo fotos”

*Por Brunna Condini

Mãe do Joaquim. Esse é um dos papéis que Camilla Camargo mais tem curtido desempenhar nos últimos meses. Aos 34 anos, a mãe do pequeno de 6 meses, do seu relacionamento com o diretor de TV Leonardo Lessa, se prepara para volta ao trabalho como atriz. “Já comecei a ler alguns textos. Tem projeto para TV fechada e para teatro. Acredito que até começo de março isso já estará definido”. Antes, porém ela está no longa-metragem “Intervenção”, de Rodrigo Pimentel.

“Sou uma Camilla mais madura, mais intensa, e mais sentimental também, pós maternidade” (Acervo pessoal)A filha de Zilú e de Zezé di Camargo, tem 15 anos de carreira e já fez mais de 20 espetáculos. Aliás, o teatro é o lugar onde Camilla mais esteve e gosta de estar. “Sonho em ter uma carreira estabilizada, vivendo 100% do meu trabalho”, comenta a atriz, que desde cedo faz questão de trilhar o próprio caminho.

“Sonho em ter uma carreira estabilizada, vivendo 100% do meu trabalho” (Foto: R+R)

O que nunca ninguém te perguntou em uma entrevista e gostaria que soubessem? “Nossa, que difícil (risos). Talvez quanto tempo eu tenho de profissão e quantas peças eu já fiz, por exemplo”, responde. “Já fiz muitos espetáculos com boas críticas e que tiveram temporadas de casa cheia mesmo em momentos difíceis do país. Às vezes, pelo tamanho do alcance, sempre acabam ganhando destaque só os trabalhos na TV, mas minha base foi nos palcos e eu acho que precisamos incentivar o teatro brasileiro, que é algo único. Tudo que posso fazer para valorizar a nossa cultura e o teatro, faço porque é uma paixão, e porque é onde mais trabalhei”.

“Já fiz muitos espetáculos bem criticados e que tiveram temporadas de casa cheia mesmo em momentos difíceis do país. Às vezes, pelo tamanho do alcance, sempre acabam ganhando destaque só os trabalhos na TV” (Foto: R+R)

Além da carreira, outro tema que entusiasma a atriz, é a maternidade. Que Camilla é essa hoje, pós Joaquim? “Uma Camilla mais madura, mais intensa, e mais sentimental também. Que olha mais para o lado, que busca um futuro respeitoso e que descobriu o maior amor do mundo”. E revela ao site: “Penso em ter mais um filho, mas se for ter outro não quero esperar muito”.

Ela conta que se dedicou totalmente a Joaquim nos últimos meses. “Foi importante para entender esse período da maternidade. Fiz uma escolha de ficar completamente envolvida nisso, e sinto que foi engrandecedor”, afirma. “Ser mãe é uma delícia, mas não um conto de fadas. A maternidade exige muito, mas é tudo com o maior amor. Cansa, entretanto o bem-estar do filho compensa qualquer noite mal dormida e dor nas costas”.

O que tem de melhor nessa nova fase? “Não sei se consigo escolher o que tem de melhor pois para mim tudo é tão importante. Amamentar, ter ele dormindo nos meus braços, cada sorriso que ele me dá, uma gargalhada, ver ele se descobrindo e descobrindo o mundo. Tudo isso não tem preço”, derrete-se. “Mas tem que entender também que tudo é uma fase, as noites dormindo pouco, os dias que ele está enjoadinho e querendo só colo, e até o dia da vacina, que no caso, sofro mais que ele”.

“Ser mãe é uma delícia, mas não um conto de fadas” (Acervo pessoal)

E embora acredite que a maternidade é mesmo a melhor coisa da vida, ela compartilha seus sentimentos e reflexões sobre a experiência arrebatadora, mas também desafiadora. Como quando ficou mais de um dia em trabalho de parto natural para dar à luz a Joaquim. O que passava pela sua cabeça? “Que finalmente tinha chegado o grande dia, que cada segundo era um segundo a menos que faltava para eu ter meu pequeno nos meus braços. E também, que estava conhecendo a dor mais surreal de todas em prol de um amor maior ainda e que aquilo tudo era indescritível”, lembra.

O que diria para as mulheres que sonham com um parto assim, e muitas vezes não conseguem? “Ninguém tem que se cobrar nada. É preciso respeitar seu corpo e sua saúde e focar no mais importante: que seu filho também venha com saúde e bem’, afirma, sensata. “Agora quem deseja um parto assim não desista, enquanto, logicamente, não tiver risco para o bebê. Procure um bom obstetra que acredite no parto como você e vá em frente. Vale muito a pena, e podendo escolher, coisa que sei que nem sempre é possível, não teria escolhido outro parto. E olha que meu foi super dolorido e demorado, mas faria tudo de novo”.

‘No parto dele , pensava que estava conhecendo a dor mais surreal de todas em prol de um amor maior ainda e que aquilo tudo era indescritível” (Acervo pessoal)

Você contou que ganhou 18 kg na gravidez e já emagreceu 16 kg. Como foi? “Aconteceu aos poucos, durante esses meses. Não fiz nada além de amamentar e seguir com a alimentação saudável que já era habituada. Não enfio o pé na jaca, mas às vezes me permito comer algo como um docinho. Sou formiga”, confessa. “Tudo é equilíbrio. Não faço dieta pois preciso comer bem para dar um leite nutritivo para o meu filho. O fato de amamentar acaba ajudando muito na perda de peso”.

“Tudo que posso fazer para valorizar a nossa cultura e o teatro, faço porque é uma paixão, e porque é onde mais trabalhei” (Foto: R+R)

Camilla entrega ainda, que troca muito com sua irmã Wanessa, mãe de dois filhos, sobre o tema. “Por ter sempre estado presente na vida dos meus sobrinhos vi muita coisa acontecer com a minha irmã e fui aprendendo naturalmente”. E seus pais, que tipo de avós, Zezé e Zilu são? “Eles são super corujas, toda hora querem visitar, me mandam mensagens perguntando dele, querendo fotos”.

Antes do teatro e da TV, Camilla poderá ser vista nos cinemas, no longa “Intervenção”, de Rodrigo Pimentel, que estreia ainda neste semestre, e tem também Marcos Palmeiras e Bianca Comparato no elenco. A trama fala sobre violência, segurança pública e vida nas comunidades cariocas. E revela os bastidores das UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora – e o conflito das políticas públicas na área de segurança.

 

“Dar vida à personagem e mostrar a realidade dos repórteres que cobrem esse assunto foi um desafio” (Divulgação)

No filme, Camilla interpreta Luiza Bastos, repórter que está acompanhando a rotina das UPPs e acaba lidando com os fatos diários do que acontece na relação delas com a comunidade. “Minha preparação contou com muita observação, para ver a diferença de uma repórter de rua com a de estúdio, e também, dentro do tema abordado que são as jornalistas que cobrem matérias em lugares perigosos”, comenta.  “Além disso, tive a oportunidade de conhecer e gravar na Tavares Bastos, uma favela pacificada, onde você consegue andar tranquilamente, e onde se encontra o BOPE. Dar vida à personagem e mostrar a realidade dos repórteres que cobrem esse assunto foi um desafio. O trabalho na rua não é fácil. Repórteres muitas vezes não sabem exatamente o que vão encontrar: se o local é realmente pacificado, qual é a situação para lidar. Imagina saber que vai ter que colocar um colete à prova de balas para trabalhar? Só me fez admirar mais. Todas as profissões têm que ser amadas, mas essa exige uma coragem extra.  Já tinha respeito enorme e agora muito mais, acho que a grande maioria faz o possível para ser imparcial e pesquisar a fundo o factual. E quando vai para um lado interpretativo, acho que é também, na maior parte das vezes, tentando dar luz àqueles assuntos que tentamos ver com clareza”.

“Todas as profissões têm que ser amadas, mas essa exige uma coragem extra” (Divulgação)