Pegamos na mão de Gis de Oliveira, RP carioca que arrasa em Salvador, para analisar a folia baiana e lembrar as melhores história com celebs!


“E atravessar a avenida com 10 artistas eu e apenas o meu braço direito (o segurança Malone) que trabalha comigo desde o primeiro ano? Os motoristas que me deixavam na mão a ponto de ter que pagar uma kombi pra levar os artistas para o hotel e eles me falarem que foi a melhor aventura de carnaval da vida…Coisas que só acontecem na Bahia”, conta ela, aos risos, na conversa exclusiva com HT

Assim que Gis de Oliveira pousar logo mais no Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães em Salvador, estará dando início a uma nova etapa de tantas que já viveu na folia baiana. “Vou de uma forma diferente dos outros anos: como apresentadora de um programa de TV e aproveitar para fazer alguns conteúdos para o #MundoGis”, conta. Mas o lado promoter, função da qual é muito falada pela Bahia de Todos os Santos, não ficará de fora para alegria de gregos e troianos. “Vou fazer o viplist para formadores de opinião que já estejam em Salvador para o Camarote Skol Senses e do Bloco Cheiro, com a nova cantora Vina Calmon e o Bob Sinclair“. Sua história com a folia, no entanto, é antiga. Data de 2001 quando chegou naquelas terras com abadá na mão e como foliã ao lado da atriz Gisele Fraga. De lá para cá, foi promoter de carnavais fora de época em Brasília (DF), Vitória (ES) e no Recifolia (PE). “Lá, vivi o golpe do dono da Gol (Marcelo Nascimento da Rocha, um golpista, estava foragido e, se passando pelo herdeiro da companhia aérea, fez e aconteceu no camarote). Naquela festa embarquei 27 artistas sem passagem. Achei que ia ser presa”, relembra, gargalhando.

No alto do trio elétrico, Gis de Oliveira em um dos camarotes fora de época que participa Brasil afora (Fotos: Reprodução)

No alto do trio elétrico, Gis de Oliveira em um dos camarotes fora de época que participa Brasil afora (Fotos: Reprodução)

Sua estreia como promoter, no ano seguinte à estreia, tinha um objetivo por parte dos contratantes do Camarote Salvador: “Lançar um projeto inovador com o conceito de exclusividade e público AA que era o meu conceito nos camarotes dos carnavais fora de época e semanas de moda. Levei 26 artistas estourados na Globo na época”, lembra, citando uma lista que ia de Deborah Secco a Daniele Winits, passando por Bruno Gagliasso e Fernanda Paes Leme. Dali em diante, passou a mostrar serviço em outros perímetros VIP: Camarote Planeta Othon, Revista Quem (durante cerca de oito anos), Camarote Band e Camarote Skol (“considero o melhor pra quem quer viver a experiência de Carnaval de Salvador de verdade com qualidade”). Por essa lista, aliás, Gis dispensa a modéstia. “Faço parte da construção de todos que considero os melhores no Carnaval de Salvador. Acho que se a internet fosse forte como hoje eu seria uma das maiores promoters do mundo”, ri. E é com esse currículo que sobra respaldo para Gis analisar a situação da folia por lá.

“O carnaval era mais puro quando cheguei, era feito para a Bahia e por isso conquistava o mundo. Com a chegada dos camarotes de revistas e cervejarias, a cobrança dos patrocinadores que na grande maioria não eram da Bahia fez com que o carnaval de Salvador virasse um carnaval mais comercial, fosse um carnaval feito pro Brasil perdendo um pouco a identidade que era o charme”. A mudança também, bom citar, vem no quesito cachê. “Oitenta por cento dos artistas que viveram o carnaval de Salvador, de 2002 até agora, conheceram a meu convite e não lembro de pagar cachê a nenhum deles para ir curtir o carnaval comigo”. Papo de quem faz questão de levar as celebs “em cima de um trio no Circuito Castro Alves, que hoje poucos sabem a diferença” e garante: “Nunca os prendi no meu camarote ou precisei dizer para não irem em outro porque estávamos lhes oferecendo a estrutura. Já cheguei a andar com 60 artistas de grande porte sob minha responsabilidade durante um carnaval”.

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Nesse pique, Gis de Oliveira confessa: “Glamour só existe no nome do trabalho e com os artistas que convido. Quem que estar bonito na foto é o artista. Ser promoter é uma profissão séria que exige muito profissionalismo e responsabilidade por que estamos lidando com egos”. Nessa conversa exclusiva com HT, a badalada fala ainda do que viu mudar naquela folia, analisa a crise por qual dizem que o Carnaval de Salvador passa, da sua carreira e….até de “Big Brother Brasil” e suas respectivas polêmicas. Pega na nossa mão e vem.

Tuca Fernandes no Lapa 40º concedendo entrevista para Gis de Oliveira (Foto: Reprodução)

Tuca Fernandes no Lapa 40º concedendo entrevista para Gis de Oliveira (Foto: Reprodução)

HT: Acha que o Axé e o Carnaval de Salvador vivem uma crise? Como enxerga o atual formato do Carnaval da cidade?

GDO: Não considero crise. Chamo de adaptação ao mercado, que mudou muito comercialmente e digitalmente. A internet ajuda, mas prejudica muito também. Poucos enxergam alguma previsão ou planejamento de mudança em time que está ganhando e foi assim com o Carnaval de Salvador: estava ganhando e não tiveram a percepção de que o mundo estava mudando. Por isso perderam o timing do mercado – que ainda existe para eles -, só que diferente. O que há é uma reformulação em busca do resgate do carnaval que conheci logo que comecei e a renovação com a atualização digital do mundo e música.

HT: E o Carnaval de cordas?

GDO: Ainda vai mudar muito e pode ser até que acabe a comercialização dos blocos que eram o carro chefe do carnaval e que os trios virem um carnaval literalmente de rua, aberto ao público, como são os bloquinhos no Rio. Vejo que essa mudança está partindo dos próprios cantores e bandas que cada vez mais abrem espaço na agenda para tocarem dentro dos camarotes, fazendo com que o público pagante acabe escolhendo o conforto e as facilidades ao invés da diversão lúdica de pular num bloco.

HT: Quais suas lembranças mais inesquecíveis dos Carnavais que passou por lá?

GDO: (Ri). São tantas. O último ano do InterAsa com o Asa de Águia em Campo Grande e a estreia inovadora do Bloco Me Abraça com o Asa saindo nos dias oficiais no circuito Barra Ondina. Era uma loucura considerado pelos outros blocos. Tinha também o Beco do EVA com Saulo Fernandes emocionando a todos. Lembro de estar segurando o choro e quando olho para os artistas todos também estavam emocionados. E atravessar a avenida com 10 artistas eu e apenas o meu braço direito (o segurança Malone) que trabalha comigo desde o primeiro ano? Os motoristas que me deixavam na mão a ponto de ter que pagar uma kombi pra levar os artistas para o hotel e eles me falarem que foi a melhor aventura de carnaval da vida…Coisas que só acontecem na Bahia (ri). Arquitetar um plano de atender dois camarotes, dois trios com 30 artistas diferentes no mesmo dia por telefone e o meu assistente e segurança em Salvador, enquanto fazia o carnaval de Recife com outros artistas durante o dia e chegar no trio à noite na hora certa da troca dos camarotes e trios com eles. Os passeios ao Pelourinho com os artistas e as várias horas esperando eles fazerem as tranças afros, a tentativa de boicotes de outros promoters de fora de Salvador, todos os amanheceres da Quarta de Cinzas no arrastão da Ivete Sangalo e a certeza de mais um trabalho de sucesso. E a alegria e paz que só se vive na Bahia desde o caminho dos bambuzais no aeroporto.

Registro do baú: Marina Miranda, Sophia Abrãao e Gis Oliveira (Foto: Revista QUEM)

Registro do baú: Bianca Bin, Sophia Abrãao e Gis Oliveira (Foto: Revista QUEM)

HT E como está o seu trabalho atual?

GDP: Lancei um projeto de axé retrô, o “Ê Saudade”, no Bloco “Se Não Quer Me Dar, Me Empresta”, na Vinicius de Moraes, que parou Ipanema nesse fim de semana com participação do Tuca Fernandes. O projeto vai continuar pós carnaval, vamos fazer as melhores festas com a música da Bahia para o melhor público no coração do Rio. Paralelo a isso estou construindo o #MundoGis digitalmente, que vai falar de entretenimento e as exclusividades dos eventos e do mundo artístico onde terei conteúdo nacional de uma forma divertida e geralmente com acesso restrito ao grande público. Quero mostrar para o mundo o que fazemos de melhor no Brasil: o nosso entretenimento. Também estou com uma agência de empresariamento e planejamento de carreiras, a The One Br, junto com alguns sócios com um knowhow gigante nesse segmento para gerenciar de uma forma exclusiva com um direcionamento completo das carreira de atletas, atrizes e músicos, criando todo o processo de branding para cada cliente e marcas. E continuo com o meu carro chefe brasil a fora como promoter especializada em artistas fazendo o viplist dos principais eventos do país em todos os segmentos.

Saulo Fernandes e Gis de Oliveira (Foto: Reprodução)

Saulo Fernandes e Gis de Oliveira (Foto: Reprodução)

HT: Você, no fim do BBB 15, empresariou a Aline Goltschalk e o Fernando Medeiros. Por que acabou a parceria? Tem visto esse novo BBB?

GDO: Prefiro responder por que comecei a empresariar um ex-BBB, já que meu mailing como promoter é feito por artistas que já tenham uma carreira consolidada na TV. Foi por conta de um projeto social que criei para o jogador de basquete Leandro, campeão da NBA, grande amigo meu. Pela minha admiração profissional e amizade com o Fernando, pelo que ele havia desenvolvido no Afroreggae, o convidei para ser sócio desse projeto. No meio do processo, ele foi convidado para participar do programar e acabei aceitando trabalhar a imagem dele e a carreira na condição dele aceitar o convite. Com o fim programa, ele me procurou. Fernando já tinha uma carreira respeitada antes do programa e a Aline era só lapidar. Eles são os que mais repercutiram positivamente na mídia em mais tempo pós programa. Fizeram trabalhos e circularam por onde ex–BBBs são rejeitados por pré-conceito que existe na classe artística e contratantes. A Aline ficou no topo da mídia duas semanas seguidas nos principais veículos de celebridades na final do programa.Foi feito um trabalho diferenciado. Me sinto com a sensação de missão cumprida. Continuo com a parceria no projeto social com o Fernando e algumas vendas e representações comerciais como faço com qualquer artista pelo meu escritório, mas o que fica é a grande amizade e torcida que tenho por eles. Não assisti a nenhum dia dessa nova edição, apesar de ter um amigo lá dentro. Não encontrei tempo pra ver TV. Depois do carnaval vou tentar (ri).