Do Olodum ao Tchan, passando por Daniela Mercury, o axé toma conta do Pelô nesta terça!


Esquenta de carná: artistas tocam o rebu no evento que coloriu a Bahia, que ainda contou com Jammil e Cheiro de Amor!

*Por Junior de Paula

Enquanto no mundo era só mais uma terça-feira qualquer, em Salvador a temperatura, a expectativa e a diversão já estavam nas alturas! No Pelourinho, por exemplo, na Praça Tereza Batista, uma multidão se reuniu dentro e fora do espaço onde rola durante o verão os ensaios de um dos grupos mais tradicionais e famosos da Bahia.

No palco, cerca de 10 ritimistas davam o tom, faziam suas estripulias com os tambores e criavam aquela magia que a gente conhece tão bem e há tanto tempo. Entre um sucesso e outro, como “Faraó Divindade do Egito”, “Madagascar Olodum”, “Requebra” e “Nossa Gente”, a turma recebeu uma outra turma da pesada.

Primeiro subiu Levi Lima, vocalista do Jammil, para cantar “We Are Carnaval” e “Praieiro”, fazendo o que já estava bom ficar melhor ainda.  Depois, veio Vina Calmon, a nova e animadíssima cantora da Banda Cheiro de Amor que veio ocupar a vaga deixada por Alinne Rosa. Feliz da vida de subir naquele palco mítico, Vina fez bonito relembrando clássicos da banda, como “Vai Sacudir”, “Vai Abalar” e “Pureza da Paixão”.

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Mas nada é tão bom que não possa melhorar, certo? Certíssimo, ainda mais se é Verão na Bahia. Quando o jogo já estava ganho, e a plateia ensopada de suor, chuva e cerveja, eis que entra no palco É O Tchan. Sim, a banda que mais fez a gente dançar nos anos 1990 ainda sobrevive e, com o microfone na mão, mostra que em termos de hits, não tem para ninguém.

Emendaram uma sequência arrasadora – com direito a dançarinas loiras e morenas, como no auge do sucesso – e colocaram todo mundo para sair do chão e fazer coreôs de múicas como “Pau que Nasce Torto”, “Disque Tchan”, “Debaixo da Cordinha”, “Pega no Bum Bum”, “Bambolê”, “Paquerei”, “Dança do Põe Põe” e, claro, “É o Tchan”, música que deu nome ao grupo e que fez todo mundo segurar e amarrar o Tchan.

Acharam que era o fim, né? Nada disso, ainda teve Daniela Mercury, que, reverente, fez um bonito discurso dizendo que o Olodum é peça essencial da sua carreira e que, sem eles, tudo teria sido muito diferente. Relembrou as quatro músicas que fez em homenagem a eles e soltou a voz em “Todo Menino do Pelô”, “Swing da Cor” e ainda colocou seu filho, Gabriel Póvoas, para cantar. Uma noite antológica e uma daquelas coisas que só a Bahia faz por você! Hoje tem mais!

* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.