Em 20 anos de vida, o melhor conselho que Olin Batista ouviu foi de seu pai, o milionário Eike. “O meu favorito é: ‘Filho, sem qualquer esforço e trabalho, o sucesso não vem por si só. Você trabalha, trabalha, trabalha muito e então um pouco de sorte faz a coisa toda'”. Um “verdadeiro herói” para Olin, Eike também é um dos responsáveis por fazer do playboy em potencial um menino que está na labuta. “Ele é um homem trabalhador e não iria me deixar viver uma vida preguiçosa. Ele sempre me ensinou a correr atrás”, diz. E foi mesmo.
Desde os 12 anos, Olin começou a olhar para a e-music com outros olhos (“O quarto do meu irmão, Thor, fica ao lado do meu e eu ouvia o trance que vinham de lá. Foi amor à primeira vista”). A primeira turnê como DJ foi três anos depois. “Senti que tinha conhecimento suficiente para ficar na frente do público. Toquei nos melhores clubes do Brasil. Mas com o passar dos anos a música eletrônica tornou-se tão grande no mundo que eu senti que precisava me desenvolver para alcançar outro nível. Em 2013 eu comecei a aprender a produzir música. Fiz alguns bootleg, mashup”, lembra.
De lá para cá, dois anos ele ficou ausente das carrapetas para agora retornar com tudo e com uma música em homenagem à sua mãe, a modelo Luma de Oliveira. Admirador de medalhões como Axwell, Diplo, Skrillex, Shapov, Chocolate Puma, Above & Beyond e Eric Prydz, Kryder; Olin é daqueles que segue o discurso do “é difícil classificar meu som dentro de um gênero só”. Ele acha que “música boa é música boa” e ponto. “Hoje em dia a demanda é muito maior e isso se torna cada vez mais difícil para novos talentos e para quem quer entrar no mercado. O lado bom é que isso fecha as portas para os Djs fakes. Música é uma profissão que se você entrar por dinheiro, você não vai a lugar nenhum”, acha.
A seguir, a continuação do papo exclusivo de Olin Batista com HT. O mantra do menino? “Não seja um prisioneiro de seu próprio estilo”. Mexe.
“Gostaria de deixar a minha própria marca na história como DJ e não como o filho de Eike Batista e Luma de Oliveira”
“Não foi muito fácil ser um (de Oliveira Batista) no início, pois todo mundo achava que eu me tornei DJ apenas por causa dos meus pais e não pelo meu talento e dedicação. Mas graças a Deus depois as pessoas começaram a perceber que tenho talento nisso e que eu amo o que faço, aí, tudo mudou. É claro que algumas pessoas ainda fazem a minha conexão com os meus pais, o que não é algo ruim para mim, mas eu gostaria de deixar a minha própria marca na história como o DJ e produtor Olin Batista e não como o filho de Eike Batista e Luma de Oliveira. E é por isso que a cena internacional é tão empolgante. No exterior ninguém sabe o meu nome, então posso ser eu mesmo, conseguir as coisas através do meu esforço. Eu quero ser uma referência em termos de pensar grande, realizar grandes coisas. O trabalho duro compensa”.
“Meu pai não iria me deixar viver uma vida preguiçosa”
“Meu pai é minha melhor faculdade. Ser apenas DJ não é o suficiente o bastante. Você tem que produzir sua própria música, o que é realmente uma coisa difícil. Você também tem que manter contato com as pessoas através das redes sociais e tem que ser interessante para eles no dia a dia. Além disso, tem que seguir as tendências reais, você vai ter que ser mais preciso, antenado. Ser DJ é um trabalho realmente difícil, isso é algo que o meu pai entende e essa é uma das razões pelas quais ele me apoia tanto. Ele é um homem trabalhador, ele não iria me deixar viver uma vida preguiçosa. Ele sempre me ensinou a correr atrás”.
“A crise financeira não afetou meu cotidiano”
“Olha, a crise financeira não afetou meu cotidiano, não. Mas com certeza foi um momento tenso para todos nós. Minha vida toda, a maioria das pessoas só se aproximavam de mim por algum tipo de interesse e ganância, bom, em momentos como este você vê rapidinho quem realmente está do seu lado. É triste mas é a verdade, a minha vida me ensinou a ser assim, infelizmente não posso confiar em ninguém, tudo tem seu lado bom e seu lado ruim, dinheiro não é tudo”.
“Posso dizer claramente que não confio em ninguém. Ando 24 horas por dia sempre com o pé atrás”
“Sem dúvida nenhuma eu tenho que lidar com gente interesseira. Eu tenho sérios problemas de confiança, posso dizer claramente que não confio em ninguém, por conta da vida que tenho obviamente. A vida me ensinou a ser assim. Temos um longo histórico com pessoas de má influencia. Acho que todos nós temos. O ser humano é um ser ganancioso e a maioria das pessoas só pensam em dinheiro, fama em primeiro lugar. É triste, mas é verdade! Por isso ando 24 horas por dia sempre com o pé atrás e olhos bem abertos”.
“Eu e minha mãe temos uma relação bonita”
“Com uma música dedicada à minha mãe eu queria seguir a filosofia de que ela me trouxe à luz e agora eu estou dando vida à minha carreira com uma música dedicada para ela. Nós temos uma relação bonita e que simboliza a nossa forte ligação um com o outro, eu apenas a amo e a respeito muito”.
“Prefiro programas tranquilos. Viajo todo ano com meu pai para esquiarmos”
“Ao contrário do que a maioria pensa e minha profissão leva a crer, sou uma pessoa muito caseira e namorador. Prefiro programas tranquilos, como sair para jantar, assistir filmes. Vou ao cinema praticamente toda semana. Hoje em dia não tenho muitos hobbys, até pelo fato de que nos últimos anos tenho dado 100% de mim à minha carreira, não sobra tempo para muita coisa. Quando pequeno, pratiquei durante seis anos aulas de piano, o que foi uma grande de uma ajuda hoje em dia em termos de produção musical. Sempre achei um instrumento lindo, sorte a minha dos meus pais terem me colocado para fazer essas aulas. Ah e claro, meus esportes favoritos são esqui na neve e tênis. Viajo todo ano com meu pai para esquiarmos. E pratico tênis cinco vezes por semana na quadra que tenho em minha casa. Ambos pratico desde pequeno. Hábitos que amo e nunca pretendo perder”.
“Quero construir meu perfil musical internacional”
“Estou cheio de planos agora. Quero construir meu perfil musical internacional, com shows em todo o mundo, liberando boa música em boas gravadoras, colaborar com outros produtores. Quero também começar o meu próprio programa de rádio chamado ‘Spirit of sound’ para conhecer e encontrar com novas pessoas e também há um plano para através da minha música fazer parte de alguma forma dos Jogos Olímpicos 2016 aqui no Rio”.
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