*Por Iron Ferreira
O produtor musical André Midani morreu na noite de quinta-feira (dia 13), aos 86 anos, vítima de um câncer. Ele estava internado na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea. Midani foi muito influente no cenário musical entre os anos 60 e 90. Além de ajudar a consolidar a bossa nova nos anos 50, a estimular um dos movimentos musicais mais importantes do Brasil, a Tropicália, durante os anos 70, e popularizar a MPB, ele teve forte participação na carreira de grandes nomes e grupos como Jorge Ben Jor, Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Nara Leão, Gilberto Gil, Elis Regina, Kid Abelha, Titãs, Ira!, Lulu Santos, dentre outros.
Pelas redes sociais, amigos e admiradores lamentaram a sua partida. A consultora de moda Gloria Kalil, através de suas redes sociais, escreveu: “Foi-se um amigo de mais de 40 anos, André Midani. Junto com ele, um pedaço irrecuperável de minha memória”. “Adeus André, querido amigo, guru, “patroni”, sua presença tocou profundamente minha vida pessoal e artística. Descanse em som!”, declarou Paula Toller.
Gilberto Gil também deixou sua homenagem ao amigo: “O homem da música André Midani descansou. O chefe amigo vai deixa muitas saudades”. O também produtor Liminha usou o seu perfil oficial do Instagram para expressar seu pesar: “Nosso querido André Midani se foi. O mestre dos mestres. Com ele aprendemos muito. Eu não teria feito tudo que fiz, sem seus ensinamentos e a liberdade que me deu para criar. A música no Brasil, não seria o que foi sem a sua presença, seu entusiasmo, seu olhar artístico, sua sensibilidade e sua firmeza de não permitir ingerências de fora”.
Erasmo Carlos também fez questão de ressaltar a importância do profissional. “Saudades do meu Guru que foi conhecer a imensidão do Universo…aprendi com ele a situar minha arte e sentir a dimensão das minhas possibilidades…eterno ombro amigo e menino de sempre…sua sabedoria e seus ensinamentos farão falta a todos…Tenha Paz”, declarou. Através do Twitter, Lobão compartilhou: “André Midani, o único homem da indústria fonográfica que foi me visitar na cadeia. Que Deus o tenha”.
Emocionada, Zélia Duncan, escreveu um texto dedicado ao amigo: “André Midani… essa eu vou ter q postar… obrigada por tudo, por me ver, por me dizer, por me trazer pra perto, por ter sido gentil comigo e com minha música. Te beijo como na foto, te beijo com meu coração”. Outra artista que também fez questão de demonstrar o carinho pelo falecido produtor foi Preta Gil. “Meu amado, que falta você fará! Eu para sempre levarei na minha memória o seu carinho comigo desde a infância quando passava horas na sua sala na Wea do Jardim Botânico e você deixava eu brincar de telefonista com os telefones super modernos, cheio de luzes que só na Wea tinha! Quando meu pai e Flora falavam que iríamos no seu escritório eu amava, você fazia todas as minhas vontades, me dava bala, pipoca, refrigerante! Isso pra uma garotinha de 7 anos com pais macrobióticos era o paraíso! São tantas histórias! Descanse em paz por aqui nos continuaremos te amando”.
Em 2015, em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Midani declarou: “O meu papel era o de um administrador que tinha de cuidar da grana, da fabricação e do talento dos diretores artísticos para que eles achassem artistas. E eu participava disso de muito perto porque achava que o que dava valor à companhia era o artista. Tenho que desfazer uma voz corrente: eu não descobri ninguém. Caetano já estava lá, Gil já estava lá, Elis já estava lá, Jair já estava lá. O que eu fiz foi constatar que a companhia não estava organizada e equipada para vender a música que ela gostaria de vender”.
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