O povo estava com a macaca esta noite no já consagrado Halloween da Auslander, cuja sexta edição aconteceu no Clube Costa Brava, reduto da festa nos últimos anos. Aliás, não apenas com a macaca, mas com diabos, piratas, super heróis, Bambam, Pedrita, múmias malucas, caveiras amalucadas, Elvira, Bob Esponja, Meu Querido Pôney e o que mais desse na telha. Dessa vez, Ricardo Bräutigam – o Cadinho – recebeu os convidados incorporando William Wallace, o garboso cabeludo escocês que lutou contra a dominação inglesa imposta no reinado de Eduardo I, imortalizado por Mel Gibson no épico Coração Valente. E faz sentido. Ao lado de seu sócio Felipe Simão, Cadinho é herói da resistência, dono de uma grife que confunde seu próprio DNA de street style com o savoir faire das festas bacanas, fugindo da mesmice generalizada na cena noturna que assola o eixo Rio-São Paulo. Tanto que já se prepara para aterrissar – e aterrorizar! – em solo paulista, produzindo na próxima sexta a primeira edição de seu Halloween por lá, encerrando a São Paulo Fashion Week.
Com um som bem superior ao da última edição – com line up de DJs afinado, que foi de Nepal ao produtor José Camarano, passando por Cix & Yasmin, Bernardo Campos e pelo próprio Cadinho que, às sete da manhã deste domingo ainda fazia a pista lotada sacolejar sem parar com seu set de hits variados –, a cereja do bolo ficou a cargo da dupla de DJs americanos Leigh Lezark e Geordon Nicol, do The Misshapes, que mandaram pau. Aliás, além daqueles habituês dos badalos de Cadinho e da turma que não perde um Halloween para cobrir o rosto com quilos de pancake, mais litros de sangue feito com glucose de milho, havia uma razoável quantidade de gringos fantasiados. Parece que a turma de fora está, aos poucos, descobrindo a festa, como a rapaziada de bonitões vestida de Power Rangers que chegou logo cedo, encabeçada por Dylan, ex-acionista do Google nascido no Sri Lanka que vendeu seus papéis na Bolsa e hoje bate ponto no Rio!
Na mélange final, não contabilizamos nenhum Batman nesta divertida Liga da Justiça, mas havia 4 Supermans, 2 Robins, 1 Capitão América, 1 Homem Aranha, 1 Wolverine, 6 Mulheres-Maravilha, umas 3 ou 4 figuras saídas de Game of Thrones, vários figurantes de Walking Dead, 10 Noivas-Cadáver, 17 piratas e umas 4 Brancas de Neve, sendo que uma delas até levou os 7 Anões. No sentido literal da coisa. Nem é preciso dizer que, entre todos, havia mais Dunga do que Zangado e que, bem calibrados no álcool, os pequenos fizeram a alegria dos presentes.
A stylist Marina Franco deu vazão ao seu lado gata e compareceu toda-toda no modelito jaguatirica apresentado por Fernando Cozendey semana passada em seu desfile da Casa de Criadores. O produtor de moda Antonio Frajado punkeou e foi de saia e botas, mas errou quem acredita que ele quebrou a cabeça para montar o look. Frajado sabe o que faz e o sangue no cocoruto da cabeça era só cenográfico. Rafael Ourives pintou o sete com a maquiagem artística. Já Paulo Ferreira apostou em uma máscara de proteção de gás, mas esqueceu o calor. Astrid Monteiro de Carvalho reuniu no mesmo look, sobre hot pants, vestido em trama telada e meia arrastão. Queria arrastar quem, meu amor?!? Carolina Koeler recebeu um espírito de filme de terror japa que parecia ressuscitar outra Carol, a Dieckmann de cabeça raspada em Laços de Família. Dandinha Barbosa investiu no outro lado da moeda e se cobriu de vinténs, preferindo odaliscar, enquanto Diógenes de Queiroz resolveu fazer a alegria dos baixinhos (nada a ver com os anões presentes), se fantasiando de Xuxa. Já Ricardo Lowndes Dale se montou na montaria e veio de jóquei, com direito a calça colante branca de Doda, botas e chicote. Alguém se habilita?
Léo Muqui, óbvio, usou vestido, mas não entrevistou ninguém. O top fashion designer Thomaz Azulay assumiu a realeza do pai Simon e do tio David, envergando o manto real, ao passo que o Wally de Rodolfo Medina preferiu conferir in loco a morenice da Pocahontas interpretada por Lívia Rossi. Aliás, na ala das atrizes, Tammy Di Calafiori rejuvenesceu a Rainha de Copas, Karen Junqueira seduziu com decote poderoso e Michelle Batista estava quase irreconhecível, enquanto Carla Daniel simplificou e foi de pretinho básico. Ian Costa veio de Unabomber. Nas duplas, a modelo Winie Lourenço perdeu o unicórnio para outra top, Glenda Ludwig, e Leo Neves e Marcos Roriz provaram que viking sem peitão não é capaz de cair nas graças de Odin, enquanto o fotógrafo Marco Frossard assumiu um zumbi que flerta com a latinidade. Por outro lado, o estilista Maxime Perelmutter foi um daqueles que escolheu o fetiche da farda para conquistar o mulherio: nem titubeou no uniforme de comandante de Boeing. A consultora de estilo Mey Leng optou pela versão-espectro da badalada artista plástica Yayoi Kusama, aquela que entope atualmente o CCBB com uma explosão-exposição de bolinhas. E o ator Tiago Rodrigues plastificou no catador de lixão.
Confira o babado nas fotos de Miguel Sá.
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