Natal 2021: em ano de tantas tretas entre famosos e familiares, para noite feliz psicóloga dá dicas


Vamos pegar o exemplo de gente famosa, que teve suas relações íntimas expostas este ano, para entendermos o nível de estresse que pode rolar quando algumas situações não estão superadas ainda: você imagina hoje, chamar para a mesma reunião familiar Yasmin Brunet e a sogra, Simone Medina? Ou Thiago e Bruno Gagliasso? Cid Moreira e os filhos, cujo caso foi até parar na Justiça? Britney Spears que conseguiu o fim da tutela do pai, Jamie Spears, 69, sobre ela durante os últimos 13 anos? É Natal e o desejo dos encontros está latente, mas nem por isso estamos livres das relações em família com os acertos e dificuldades. E foi pensando em um ano que emendou em outro especialmente difícil para humanidade, com tantas perdas e um tanto de dificuldades ainda pairando no ar, que convidados a psicóloga Maria Rafart para comentar o assunto. Vem saber! Feliz Natal!

Natal 2021: em ano de tantas tretas entre famosos e familiares, para noite feliz psicóloga dá dicas

Mais confiantes para os encontros de fim de ano, as famílias aprenderam a se adaptar ao cenário pandêmico, mas não querem se acostumar à falta de quem se ama. E como as reuniões nunca foram tão valorizadas, é prudente pensarmos em sermos mais pacientes uns com os outros, e também em evitar os conflitos ou as chamadas ‘tretas em família’. Não é só porque o Natal chegou que as pessoas vão conseguir administrar seus ‘ranços familiares’. Vamos pegar o exemplo de gente famosa, que teve suas relações íntimas expostas este ano, para entendermos o nível de estresse que pode rolar quando algumas situações não estão superadas ainda: você imagina hoje, chamar para a mesma reunião familiar Yasmin Brunet e a sogra, Simone Medina? Ou Thiago e Bruno Gagliasso? Cid Moreira e os filhos, cujo caso foi até parar na Justiça? Britney Spears que conseguiu o fim da tutela do pai, Jamie Spears, 69, sobre ela durante os últimos 13 anos? É por aí. E por mais que a gente torça para que tudo fique em paz, nem sempre é tão simples assim. É preciso estar atento e ter dose extra de boa vontade.

Yasmin Brunet e Gabriel Medina (Reprodução Instagram)

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 as famílias planejam o tão esperado encontro para o Natal deste ano. Pensar em celebrar a data, é lembrar das doses da vacina em dia e que a máscara deve ser mantida como hábito. Especialistas também orientam que quando ela estiver fora do rosto, o distanciamento seja mantido, bem como a higienização das mãos. Afinal, o panorama mudou de 2020 para cá, mas a pandemia ainda não acabou, não é mesmo?

“Quase toda família tem um ou outro problema de convívio. Na família ampliada, a entrada de noras e genros muitas vezes mexe com o equilíbrio da composição original. Contudo, em épocas como as festas de final de ano, o convívio, que pôde ser evitado em outros tempos, torna-se quase que obrigatório. Minha principal dica é agir como na fábula dos porcos-espinhos de Schopenhauer, que mais tarde foi indicada pelo próprio Sigmund Freud como sendo a boa maneira de conviver em família: numa noite de inverno, um grupo de porcos-espinhos sentia frio na neve. Juntou-se para se aquecer. Quando ficaram juntos demais, se feriram com os espinhos uns dos outros. Quando se afastaram, sentiram frio novamente. Depois, entenderam que podiam ficar próximos, mas de maneira a não se cutucarem. Podemos ficar aquecidos pelo convívio familiar, mas não precisamos estar tão próximos de forma a nos ferirmos”, orienta a psicóloga Maria Rafart.

Se pensarmos que 2022 é ano de eleições e que vivemos uma crise generalizada no país, a política pode ser novamente um fator de atrito em uma noite que todos só desejam que seja feliz. “Sugiro que se evitem os embates com temas sensíveis, aqueles que você já sabe de antemão que serão polêmicos. Focar na festa, na alegria e em assuntos leves pode ser a forma de passar um Natal tranquilo em família. Outra dica é compreender que é, basicamente, ‘mais do mesmo’: as pessoas são as mesmas, você já conhece quem vai te cutucar ou quem ficará na defensiva. Estas situações de saia justa podem ser encaradas com mais leveza. Natal não é a época mais propícia para responder ofensas. Podemos, sim, nos controlar, em prol de um ambiente mais saudável”.

Reunir-se ou não, eis a questão
Em tempos de Farofa da Gkay e festas de famosos com muitos convidados e farta troca de saliva entre os participantes, que mal há em um petit comité familiar ou entre amigos, com medidas seguras de proteção à Covid e todos os presentes vacinados? Para algumas pessoas está tudo certo, mas ainda tem gente apreensiva. “A pandemia ainda não acabou, mas neste ano vejo que meus pacientes têm tido menos problemas em confraternizar. No ano passado, era comum que uma ou outra pessoa não estivesse de acordo em comemorar o Natal com mais pessoas além da família nuclear, e houve muita discussão sobre ser seguro ou não se reunir como era tradição”, analisa Maria Rafart.
“Em 2021, contudo, mesmo com a ameaça de variantes, como a maior parte das pessoas está vacinada, paira uma certa tranquilidade, e não tenho presenciado mais os embates que vi no ano passado. Se no final do ano passado as pessoas condenavam até uma postagem em rede social com a família sem máscara, hoje isto está mais naturalizado, as pessoas se sentem mais seguras. E estão cansadas de se isolar”.
Festa, luto e esperança
Evitar conflitos em um noite eleita para ser um alívio no meio de um ano tão estressante, pode ser mais fácil do que encarar a tristeza sobre a ausência de quem não estará em mais nenhum Natal. Quando se está de luto por causa da morte de alguém querido, as celebrações de fim de ano podem ser particularmente desconcertantes. “É inevitável que o período de festas faça com que sintamos mais falta ainda daqueles que se foram. Em um período em que as perdas foram grandes em função da pandemia, é comum ver que famílias que de certa forma tinham superado seus lutos, retornem a um certo estado de tristeza no fim de ano”, destaca a psicóloga.
“Embora o tempo de luto varie de pessoa para pessoa, geralmente o primeiro ano costuma ser o mais complicado. Datas especiais, como o Natal, trazem muitas lembranças de quem morreu. Como é a festa da família por excelência, as lembranças podem reaparecer por todo lado, e reacender a tristeza que parecia elaborada. Cada história é única e não há uma fórmula para passar ileso, pois muitas vezes, é necessário, sim, lembrar, falar e relembrar um ente querido. Isto faz parte do próprio processo de luto”.
E apesar das perdas e de 2021 parecer uma extensão de 2020, ‘o ano que não terminou’, as festas trazem calor para o coração com a possibilidade de ficarmos com quem amamos e ainda está por aqui. Também anunciam o fim de um ciclo e o início de um novo. E embora saibamos que as ‘viradas’ não carregam milagres, elas vem com doses extras de esperança, aquela do poema do Carlos Drummond de Andrade, que se atira e nos lança vida adiante. Porque mesmo cientes da crueza dos fatos e da dureza dos tempos, novos dias virão e botamos fé que sejam melhores, saudáveis e mudem o rumo dessa história.