* Por Carlos Lima Costa
O ator André Segatti e a mulher, Louise Nagel, celebraram as Bodas de Estanho de união da forma mais especial, com o nascimento do primeiro filho desse relacionamento: Bryan, em seis de março. “Estamos há dez anos juntos, casados. O Bryanzinho foi superprogramado e veio com toda graça de Deus. O parto foi lindo. Eu estava lá acompanhando, filmei tudo. A maior bênção que o ser humano pode ter é o nascimento de um filho, assistindo tudo desde o primeiro contato dele com o mundo externo. Isso é mágico. Fiquei muito emocionado, parecia um bezerro desmamado de tanto que eu chorei, inexplicável. Não tem preço. Só quem já foi pai e mãe sabe da magnitude desse momento tão lindo”, se desmancha Segatti, que viveu esta experiência pela primeira vez, apesar de ser pai também de Kauã, 23 anos, de outro relacionamento. “Naquela época não dava para ver e filmar”, lamenta. Assim, só o viu e pôde pegá-lo no colo depois que foi para o berçário.
Segatti está literalmente recomeçando nessa jornada paterna. “Por mais que eu já fosse pai, é como se eu não tivesse tido, porque faz muito tempo. É tudo novo, as experiências são novas, é a primeira vez da mãe”, aponta. E conta que faz questão de participar de tudo. “Todo dia, sou eu que dou banho de manhã. Eu acordo de três em três horas na madrugada, se tiver que trocar a fralda, eu limpo. Eu e Louise nos ajudamos de todas as formas. Faço questão de curtir cada segundo desse momento, porque é precioso demais e passa muito rápido, nossa, daqui uns dias já vai fazer oito meses”, explica o ator, que planeja mais um herdeiro para daqui dois ou três anos.
O pequeno Bryan até já viveu experiência que é um costume na família. “Monto, ando a cavalo desde que me entendo por gente. Acho que eu comecei a andar a cavalo antes de andar. É uma tradição na família desde bebezinho, papai nos colocava para experimentar, porque ele é um apaixonado por animais. Então, igual ao que fiz com o Kauã, eu o coloquei com meses de vida, e o Bryanzinho também já amou”, conta o ator sobre o fato que aconteceu no Haras Segatti, que pertence a família, em Igaratá, município de São Paulo. “Meus pais, Jamil e Nilza, compraram quando eu e meus irmãos éramos novos. Nos últimos anos, eu reformei toda a fazenda, construí uma casa bem bacana de 300 metros quadrados que era o sonho de papai e mamãe. Construí para eles e graças a Deus agora é só curtição”, conta.
No passado, a família até já participou de competições com cavalos da raça Mangalarga Marchador. “Não fazemos mais isso profissionalmente, nem usamos este espaço como fonte de renda. É uma paixão, um hobby. Aqui é um lugar de lazer para a nossa família e os amigos que vem aqui passear. Esporadicamente vendemos algum cavalo ou égua para algum amigo”, ressalta. “Aprendi com meu pai a adestrar cavalo, a fazê-lo deitar, ajoelhar no comando de voz, é lindo de ver. Conseguimos isso com a linguagem do amor, com a forma com que tratamos os animais”, realça.
A família chegou a permanecer no Haras, durante um certo período da quarentena imposta pela pandemia do Covid-19, que começou uma semana após o nascimento de Bryan. Independentemente da quarentena, os primeiros meses com o bebê seriam mesmo mais reclusos. “As vacinas foram dadas em casa. Só saímos depois de dois meses para levá-lo a pediatra. Foi bom, porque nós estávamos cuidando do bebê, um elemento novo. Eu ouço muitos relatos de casais falando que se separaram por causa da pandemia. Não concordo muito com isso, porque assim ou você está junto ou não. Até hoje, eu e minha mulher convivemos diariamente. Trabalhamos juntos na nossa produtora. Então, para mim, não foi novidade continuar mais próximos. E foi bom no sentido de ter mais tempo para o bebê. O lado preocupante foi ter que se precaver aos extremos por estar com um bebezinho de colo. Graças a Deus, passamos bem por tudo isso e estamos seguindo em frente. A gente se isolou no Rio, depois no Sul e em seguida, após o grande auê da pandemia, viemos para a fazenda. Mas tudo dentro de um cuidado extremo, em família e nos precavendo, nos protegendo para proteger os outros também. Nossa família é muito unida, a gente comunga de um amor mútuo um pelo outro”, relata.
Profissionalmente, André viu o filme E.A.S. – Esquadrão Antissequestro, realizado, entre 2004/2005, e para o qual ele e o ator Carlos Machado captaram recursos, chegar aos streamings do Now e do Vivo Play. Depois de muitos adiamentos, o longa-metragem seria lançado nos cinemas este ano, mas isso não aconteceu devido a pandemia e foi direto para as plataformas digitais. “Então, agora, estamos começando a concorrer nos festivais do mundo inteiro”, diz. O longa acabou de participar da 13ª edição do Los Angeles Brazilian Film Festival, que aconteceu de forma online. Além de André e Carlos, o filme, dirigido por Marcus Dartagnan, tem no elenco ainda nomes como Humberto Martins, Murilo Rosa, Roney Villela e Carol Castro. Mesmo com baixo orçamento, segue padrões americanos. “Meu maior foco, hoje, é o cinema. Este é um filme brasileiro americanizado, por conta de ter uma pegada das cenas de ação e parte dele é falado em inglês. O nosso filme é bem atual, parece que foi filmado ontem, porque é muito pertinente a toda realidade política que a gente vive no Brasil”, aponta. A ideia é fazer uma trilogia. “Tanto que o fechamento deste primeiro dá uma abertura para o segundo. E já estamos trabalhando em cima de ideias”, conta Segatti, que estreou na televisão na novela O Amor Está No Ar, em 1997, na Globo, onde entre 1998 e 2001, teve destaque no programa A Turma do Didi, com Renato Aragão.
Em termos de novela, sua atuação mais recente foi Balacobaco, na Record, exibida até maio de 2013. Depois, de volta à Globo, participou do Zorra Total e do Tá No Ar, em 2018. “Tenho me dedicado ao meu lado empresário. Não recebi convites que mexeram comigo para eu realmente fazer um trabalho. Graças a Deus, nos últimos anos, consegui fazer personagens de frente, com grande expressividade, então, a essa altura, espero ser convidado para fazer personagens que sejam mais intensos e inteiros dentro das obras, não somente uma participação. Então, estou aguardando sem aguardar, fazendo as minhas coisas. Sinto falta, porque televisão, teatro e cinema representam o meu amor maior. Mas enquanto não houver um convite a altura, que faça meus olhos brilharem, prefiro continuar me capacitando. Não vou dar uma de caranguejo, andar para trás, fazer papéis que não sejam significativos, que não venham a acrescentar na minha carreira. Fazer por fazer eu não faço mais nem por dinheiro nem por nada”, destaca. André estava produzindo teatro, a peça Malvadas. “Infelizmente a pandemia me prejudicou demais, tive que parar tudo. Investi dinheiro e acabei não conseguindo o retorno”, conta.
Segatti mora no Rio desde sua estreia nas novelas, mas nesse momento está retornando para São Paulo, onde nasceu. “Estou vendendo tudo no Rio, onde encerrei um ciclo. Estou mexendo com outros negócios, em São Paulo. Acabei de lançar o aplicativo, Bora Brasil Mobilidade Urbana. É como o Uber e o 99, só que ele é nosso, é brasileiro, então, serão 350 franquias espalhadas pelo Brasil. Nós já vendemos 53, e eu estou na sociedade de três”, revela ele, que está envolvido também com a malharia da família, a Segattinho Baby. “Estou com 48 anos e a empresa tem mais ou menos a minha idade. Meus pais começaram essa história chamando Malharia e Confecções Dedé, que era o meu apelido. Depois que me tornei conhecido mudamos o nome para Segattinho Baby, que é a moda dos gatinhos e das gatinhas. Agora, quem está na linha de frente é o meu irmão, a minha irmã, eu e o meu filho. Kauã está trabalhando na parte do site, do designer, de criação. Eu, agora, auxilio mais a parte de divulgações, mas trabalhei na empresa em todos os seguimentos. Fui estampador, carregador de caixa, vendedor, administrador da empresa, desenhista, designer, um pouco de tudo até a minha carreira dar o start. Quando eu tinha acabado a Oficina de Atores da Rede Globo, em 1996, entrei para uma novela, O Amor Está no Ar, e aí acabei fincando pé no Rio”, relata. A família possui uma loja na fábrica, em São Paulo. “Vendemos para atacado e varejo para o Brasil inteiro. A gente faz macacãozinho, roupinha de bebê, é roupinha mais mijãozinho”, finaliza.
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