Por Beatriz Medeiros
Com uma hora de atraso, Justin Timberlake foi até o balcão principal do Copacabana Palace, no início da tarde deste sábado (14), para posar para os fotógrafos que o aguardavam para a coletiva de imprensa de lançamento do filme ‘Aposta máxima’, sua nova empreitada cinematográfica, na qual contracena com Ben Affleck. Assim que o cantor, ator e produtor chegou perto do parapeito, vestindo calças jeans, camisa social azul clara, óculos em tons terrosos e topete milimetricamente arrumado, cerca de 50 pessoas começaram a gritar na porta do hotel. Prontamente, o astro acenou, mandou beijos, improvisou trechos do seu sucesso ‘Mirrors’ e pediu para que sua fotógrafa particular registrasse aquele momento.
Há 12 anos sem pisar no Brasil, desde que veio aqui pela primeira vez, em 2001, para cantar no Palco Mundo do Rock in Rio com seus companheiros do *N Sync, Justin aproveitou esta visita para subir novamente ao palco do festival, desta vez, sozinho, logo após o lançamento da primeira parte do álbum ‘The 20/20 experience’, para conversar com a imprensa local sobre o longa que estreia no circuito nacional no dia 4 de outubro, no qual interpreta Richie, um universitário que se vê envolto em uma rede internacional de apostas e trapaças em cassinos online. “Cada vez que eu subo no palco, estou fazendo uma espécie de aposta – ainda mais agora que estou mais velho, alguns passos de dança são especificamente mais complicados. Afinal, estou com 32 anos e não mais 22”, disse o astro. “A experiência de alguns anos de carreira me fez perceber que o fracasso ou o sucesso têm significados diferentes para mim agora. Já não me preocupo mais tanto assim com eles”, afirmou o cantor, que intercala hits musicais e cinematográficos em seu currículo. “Eu me organizo de acordo com os projetos que vão surgindo, não penso em trabalhar um tempo só com música ou só com cinema, não fico forçando uma agenda”, explicou.
Após um longo hiato de sete anos sem um CD inédito, período no qual se dedicou especialmente à telona, Justin está pronto para embarcar em uma turnê de shows de, pelo menos, um ano. “Sinceramente, se eu achasse que tinha produzido boas músicas nesse período, eu teria as lançado. Todas as vinte faixas que integram as duas partes do ‘The 20/20 experience’ foram produzidas entre abril e junho de 2012, sem exceção, mas preferi dividir os lançamentos porque não queria encurtá-las e não seria interessante lançar um CD com 20 músicas com cerca de oito minutos de duração cada”, explicou. “E eu também fui muito sortudo. Depois que eu trabalhei com David Fincher em ‘A rede social’, tudo mudou muito para mim no cinema. A partir dali, foram surgindo as oportunidades certas. Aliás, se algum de vocês quer trabalhar com cinema e receber um convite do David Fincher, aceite-o”, aconselhou o ator, que também é fã de seu colega de cena em ‘Aposta máxima’, o neo diretor consagrado por Hollywood, Ben Affleck.
“O Ben aceitou participar do filme na mesma época que eu, e isso, certamente, foi um incentivo para mim. Ele se tornou um cineasta incrível. É um ótimo ator, mas ele consegue enxergar o filme de diversos ângulos. A presença dele no set me ajudou bastante. Se um dia ele quiser escrever alguma coisa, filmar alguma coisa ou só sair para comer carne, eu vou estar lá”, brincou Timberlake, que, se tiver um tempinho na agenda em solo brasileiro, gostaria de pegar a ponte-aérea. “Quero ir a São Paulo, ainda não conheço a cidade”, disse, levantando protestos da plateia composta maciçamente por profissionais cariocas. “Ok, tudo bem, desculpa! Não sabia que existia essa rixa tipo a de Los Angeles versus Nova York”, comentou.
Seja na TV, no cinema ou no topo de vendas do iTunes, ainda teremos muito Justin Timberlake: “Eu ainda sou novo, não gosto de pensar em nada acabando. Ainda bem que trabalhar com música ou cinema é algo que você pode fazer por muito tempo, não é como a carreira de um jogador de futebol”. A gente agradece.
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