*Por Brunna Condini
Musa da Acadêmicos da Grande Rio, pelo sétimo ano consecutivo, Monique Alfradique, esteve linda e cheia de samba no pé no último ensaio da escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, esta semana.
Em entrevista exclusiva, a atriz, conta que a relação dela com o samba e com a verde, branca e vermelha, é para lá de afetiva. “É uma história de anos e repleta de amor, respeito e gratidão. Tenho orgulho de fazer parte da família Grande Rio uma escola formada por pessoas batalhadoras, profissionais e que sempre me enchem de amor e boas energias”, se declara.
Com enredo “Tata Londirá: O canto do caboclo no Quilombo de Caxias”, que vai contar a história do pai de santo mais famoso de Duque de Caxias, Joãozinho da Gomeia, a escola vai colocar a intolerância religiosa no centro do debate ao longo do desfile na Marquês de Sapucaí.
E o que ser musa da escola significa? “Acho que estamos todos lá para somar, compartilhar energia do bem, alegria e vestir a “camisa” da escola não me apego ao título. E o samba enredo deste ano aborda o candomblé e a questão social importante, que é a intolerância religiosa. Vivemos em um mundo plural, as pessoas têm crenças e interesses diferentes e somente com o respeito pela opinião e posicionamento do outro podemos ter uma convivência saudável”, destaca.
Qual é a sua preparação para estar bem no grande dia? “Costumo me alimentar melhor, de forma mais saudável e equilibrada para dar conta da maratona (risos). Além de fazer aulas de samba e intensificar a malhação”, revela. “Me exercito pelo menos quatro vezes na semana, alternando entre musculação e aeróbico para resistência na avenida. Eu como bem, de forma saudável, o que tenho feito é aumentado os cuidados em ingerir alimentos que me deem mais disposição e vitaminas”.
Ela revela que a comunidade a recebe com muito amor e que faz questão, de sempre que pode, estar nos ensaios da agremiação. O que tem a dizer para as pessoas que ainda têm algum preconceito com uma loura, de olho azul, no samba? “Que preconceito nunca é legal, seja da forma que for”.
E para os que acham que as “musas” só deveriam ser da comunidade? “Musa é só um título, o carnaval é mais que isso, é múltiplo, é cultural e pertence a todos, e deve ser sempre democrático”.
Para você, quem são “as musas das musas” de todos os carnavais? “Difícil escolher uma, são tantas. São as porta-bandeiras, as baianas com suas performances encantadoras e sincronizadas, a mulher batalhadora que existe por trás de cada uma de nós e que no carnaval se permite ser feliz e se vestir do jeito que ela quiser”.
Na melhor vibe “minha carne é de carnaval, o meu coração é igual”, trecho da letra eternizada pelos Novos Baianos, a atriz, nascida em Niterói, há 33 anos, lembra que a folia sempre esteve misturada à sua vida. “Sou de uma família que adora carnaval. Desde pequena, minha mãe me levava aos bailes infantis, brincava, jogava serpentina, espuma, dançava e era uma alegria escolher a fantasia que iria usar que muitas vezes minha avó Gessy, que é costureira, fazia para mim”, conta. “Cada ano era uma odalisca, havaiana, baianinha, até de vampira Natasha (personagem de Claudia Ohana na novela “Vamp”) me fantasiei! ”, recorda, com alegria.
Para quem é musa, um evento só é pouco. Tanto, que Monique espalhou sua “musice” também no Bloco da Favorita, em São Paulo, ontem, e no Bloco das Poderosas, da Anitta, dia 29, aqui, no Rio de Janeiro. E como vai dar conta? “Haja disposição, não é mesmo? ”, diverte-se, e diz que também pretende ficar juntinho do namorado, o empresário baiano Gabriel Drummond.
O que pode adiantar das produções? “As duas dos blocos têm brilho, têm franjas. A da escola tem uma menção importante ao enredo e ao candomblé, o nome da fantasia é “Cores da Noite” interpreto uma entidade de mulheres ativas, fortes e independentes. O Bruno Cesar é quem está assinando e está ficando incrível”.
E se tivesse que vestir para sempre uma fantasia de super heroína, qual seria? “Difícil dizer, mas se a fantasia acompanhasse os poderes da super heroína, eu escolheria a Capitã Marvel, uma mulher forte e poderosa, capaz de extinguir os males que assolam a humanidade e ainda por cima dá um baile nos homens que não respeitam as mulheres”, diz Monique, arrasando na resposta.
Ela é fã da alegria, da fantasia e do lúdico. Mas também do trabalho, de criar e de produzir. Gravando a quarta temporada de “A Vila”, do Multishow, também está em cartaz com o monólogo “Como Ter uma Vida Quase Normal“, em São Paulo. “Tem sido uma correria fazer tanta coisa ao mesmo tempo, mas eu amo esse movimento, amo o que eu faço. Principalmente, por seu meu primeiro monólogo e também pela primeira vez produzindo. Pretendemos levar a peça para o Rio, em breve”, diz, a atriz, sobre o espetáculo em que colocou dinheiro do próprio bolso. “Quero continuar produzindo. Precisamos correr atrás e fazer acontecer para a cultura e a arte”.
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