*Por Brunna Condini
Eterna musa de muitos carnavais e uma das fundadoras do posto de madrinha de bateria, em 1984, quando saiu à frente da Mocidade Independente de Padre Miguel, Monique Evans diz que hoje só deseja estar na Marquês de Sapucaí como espectadora. “Não sinto saudade daquelas horas todas antes do desfile. Amava, mas é muita mão de obra, tem que ter disposição. E outra coisa, ficou muito comercial, antes a gente aproveitava muito mais. É um espetáculo lindíssimo, então hoje vou para curtir. Assistirei os desfiles do domingo (19) em um camarote. Meu coração é da Mocidade, mas eu adoro a Grande Rio, por conta do Jayder Soares, (presidente de honra da escola), então vou torcer para as duas”.
Nos dias que antecedem a folia, Monique tem postado no Instagram imagens de carnavais icônicos seus, compartilhando com os seguidores a sua versão musa. “Muita gente não conhece essa minha fase, então esses posts são para esses seguidores saberem um pouco da minha história”. E faz questão de dizer quem é a ‘rainha’ atual que tem sua admiração: “Sou louca pela Sabrina Sato. Ela está sempre com fantasias incríveis, criativas, tem um corpo lindo e além disso tudo, é uma simpatia. Sabrina traz felicidade para a avenida! É uma coisa”.
E fala dos planos: “Atualmente faço as publis, presença VIP, mas pretendo voltar a fazer entrevistas, algo que gosto muito. Neste carnaval, eu vou para Avenida com meu celular e um microfone pequeno e pretendo começar a entrevistar de novo. Bem no modelo de como eu fazia para o TV Fama (da Rede TV!), sabe? Era muito divertido, tanto que o ‘Pânico’ copiou depois. Quero voltar com o meu canal no Youtube e colocar as entrevistas lá. Antes não estava com esse desejo, queria ficar dentro de casa, com a minha mulher, ser avó, mas despertou a vontade de fazer de forma simples, como eu fazia, sem marcar com ninguém, espontâneo”.
Monique reinou à frente da bateria da Mocidade até 1987. Depois ocupou o mesmo posto na São Clemente. E, em 1992, foi campeã com a Estácio de Sá, do enredo ‘Paulicéia desvairada – 70 Anos de modernismo‘, escola onde ficou até 1993. A apresentadora também desfilou pela União da Ilha do Governador, Grande Rio e até na Portela. Mesmo afastada da Avenida nos últimos anos, já foi homenageada pela Mocidade duas vezes. E comenta sobre o carnaval na Sapucaí hoje: “Antes tinha menos regras, quando acabava o desfile, vinha todo mundo atrás da bateria, era tudo mais livre. Nos camarotes não tinha essa história de shows. Hoje tem gente que nem assiste os desfiles, fica só vendo as apresentações dentro do camarote. Ficam fazendo stories o tempo todo e não param para ver o espetáculo, é uma pena”.
Lembro que, na concentração, ficávamos como mais um integrante da escola, bem à vontade. Não tinha essa história de ficar posando para fotos sem parar, esse endeusamento de celebridades, com um monte de seguranças ao redor. Hoje também têm as ‘queridinhas’ das escolas, com camarim exclusivo, regalias, acho meio injusto. Tem muita gente da comunidade, que está ali o ano todo, faz o carnaval e não tem isso – Monique Evans
Influência
Cada vez mais atuante em seu Instagram, Monique opina: “Fico encucada com tanta gente com milhares de seguidores e eu nunca ouvi falar. Não entendo. Às vezes, eu acho que é por causa da minha idade, mas não. Existem influenciadores com um monte de gente atrás e nós nem conseguimos identificar o que influenciam. É estranho, porque vemos gente que também tem talento, história e nenhum espaço. Mas são os nossos tempos”, avalia.
E acrescenta: “Eu mesma, acho que poderia ter até mais seguidores pela minha história (ela tem 616 mil no Instagram), mas também fiquei afastada da mídia um tempo, não queria dar entrevistas. Agora estou aceitando alguns convites. Essa juventude, por exemplo, não sabe da minha trajetória. Recentemente postei até um pouco das tantas capas de revistas que eu fiz, foram mais de 70”.
Empoderamento
“Eu saía de peito de fora todos os anos na Sapucaí, em capas de revista. E hoje em dia não pode isso nem no Instagram. As pessoas se chocam com meus vídeos, fotos, de mais de 30 anos. As fantasias eram menores e todo mundo me respeitava. Até por que sempre fui meio brava, então os caras abusados ficavam com medo. Acho que eu era bem mais empoderada naquela época. Éramos”. De lá para cá, foi muito chão para que a sociedade se alertasse para a objetificação dos corpos femininos…”Mas era natural, sabe? Por que o homem pode andar com o peito de fora e a mulher, não? Esse é o ponto. No exterior em muitas praias o topless é algo comum. O mundo encaretou. Anda muito chato. Temos que ter permissão para tudo agora, até para falar”.
Pressão estética
Há quase 30 anos, Monique dava uma entrevista falando sobre a dieta radical que estava fazendo para o carnaval daquela época. “Quero ficar bem magrinha. Para mim, corpo bonito é aquele da Barbie, que a Xuxa tem e eu tenho às vezes“, afirmou, na ocasião, aos 37 anos. Como vê isso hoje? “Essa pressão sempre existiu e ainda existe. Hoje algumas pessoas assumem o corpo que se sentem bem mais livremente, mas para você ter uma ideia, basta eu postar uma foto em que esteja um pouco mais gorda, que começam as cobranças na internet. Querem que eu tenha o físico dos meus 20 e poucos anos. Tenho 66, então não me cobro tanto. A verdade, é que não consegui me libertar muito dessa pressão, tanto que, recentemente, emagreci 20 quilos. É uma pressão até minha, gosto de estar mais leve”.
Me cobram por tudo, sabe? Pela forma, me chamam também de ‘velha botocada’, como se as jovens não fizessem botox. Mas acham que me chamar assim é xingamento. Falam que estou pegando uma ‘novinha’, porque a Cacá (Werneck, minha mulher, tem 38 anos (risos). Aí, me poupem. A maior parte dos comentários agressivos nem leio. Machucam mesmo quando falam da minha filha e netas. Mas tento não dar atenção, para não me chatear. Quando é algo muito ruim, bloqueio o seguidor. Se não gosta de mim, por que está me vendo?”.
Casamento
Monique a a DJ Cacá Werneck estão juntas há oito anos e divulgaram que vão oficializar a união. Como estão os preparativos? “Estávamos envolvidas com as festas de fim de ano, agora o carnaval, depois vem o aniversário da Ayla (sua neta, filha de Bárbara Evans) Mas esse casamento acontece até dezembro, pode anotar. Não vai ser nada demais, será algo só para a família. Minha mãe já está com 88 anos, a avó da Cacá também, então queremos elas conosco neste momento. Será algo íntimo. Vamos oficializar mesmo, casar no papel. Como manda o figurino e com um pastor dando a benção, da Igreja Contemporânea”, anuncia.
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