Monique Evans: “Cobrança de padrões já me incomodou muito, hoje não mais. Mas a bunda continua empinada”


A ex-modelo e apresentadora fala sobre a nova fase da sua vida. Monique tem priorizado o bem-estar e a saúde. Além disso, aborda a experiência com a depressão e a síndrome do pânico, e o impacto que dividir essa vivência e algumas dicas diárias, tem impactado na sua relação com os seguidores. “Me chamar de “velha botocada” é fácil, difícil é chegar na minha idade com SAÚDE”, publicou ontem em suas redes sociais. .Monique também conta sonhar com uma vida cada vez mais simples e revela um projeto para 2021: “Essa semana vou ter uma reunião com um diretor sobre um programa no YouTube. Estou insegura, porque não tenho mais a rapidez de raciocínio de antes, mas vou em frente. Vai ser um programa de sexo, mas vamos falar sobre tudo. Gosto muito de saber como as pessoas pensam. Gostaria sempre de ter um famoso e um especialista. Gostava de fazer os programas de sexo no passado, porque era um assunto que eu queria conhecer mais, aprender. Sou curiosa”

*Por Brunna Condini

Monique Evans anda apaixonada, mas por ela mesma. Desde que se separou há pouco mais de dois meses da DJ Cacá Werneck, com quem estava a cerca de cinco anos, a ex-modelo e apresentadora mergulhou em um movimento de autocuidado: “Estou bem, feliz e de boa. Não quero mais falar de separação. Quero serenidade. Antes de conhecer a Cacá fiquei quatro anos sem ninguém, nem beijo na boca dava e não sentia falta. Me traumatizei um pouco com os homens. Daí a conheci. Ela me ouvia, também éramos amigas. Mas agora estou mesmo fechada para balanço. Quero é me amar cada vez mais e cuidar da minha saúde”, garante Monique, que foi diagnosticada com a Covid-19 recentemente, mas já está recuperada.

“Estou bem. Não quero mais falar de separação. Quero serenidade” (Reprodução Instagram)

Ela falou com exclusividade ao site sobre esse momento, comentou sobre a relação com fãs e seguidores nas redes, e também da sua experiência com a síndrome do pânico e a depressão, que tem compartilhado com eles. Aos 64 anos, ela quer paz, mas também quer mais. E planos de um novo programa estão no roteiro dos dias que virão.

Você tem se cuidado mais ou tem dividido isso mais com os seguidores? Ou ambos? “Na verdade, eu não dividia muito nas redes. E começar a me cuidar, me deu vontade de compartilhar. Desde que eu voltei da casa da Bárbara (a filha está casada e morando no interior de São Paulo), mudei meus hábitos. Estou malhando e fazendo uma dieta absurda. Minha filha é muito ligada à saúde e autocuidado. Ela cozinha em casa para comer melhor. Vai até mandar uma airfryer para mim (risos) e sempre me dá umas receitinhas”, conta.

“Engordei muito nesta quarentena, tinha as crises de depressão e não malhava. Voltei a fazer aeróbico, sei que com a minha idade é difícil perder peso. Por exemplo, depois de malhar na semana toda passada, fazer dieta, ganhei massa muscular e não perdi peso. Às vezes, desestimula, mas vou seguir. E não é só por vaidade. O último exame estava dando que eu estava ficando pré-diabética. Quero viver bastante”.

“Desde que eu voltei da casa da Bárbara, mudei meus hábitos. Estou malhando e fazendo uma dieta absurda” (Reprodução Instagram)

Falando abertamente

A ex-modelo e apresentadora nunca foi de ter ‘papas na língua’. O amadurecimento vem deixando-a ainda mais dona de si e com liberdade de fala. Tanto, que nesta terça-feira, respondeu em um ‘papo reto’ os haters que criticam sua aparência: “Me chamar de “velha botocada” é fácil, difícil é chegar na minha idade com SAÚDE. Velha eu sou, e ñ entro mais em fila.. Prioridade kkkkkkkkkkkkk. E não é segredo pra ninguém que faço Botox.. e quem não faz??? Então pra os recalcados, mando uma mensagem nessa foto Kkkkkkkkkkkkkkkkkk”, no post abaixo.

(Reprodução Instagram)

Sobre essa relação estreita nas redes, Monique comenta ainda. “Não tenho tempo para ler todas as mensagens, mas recebo muito carinho, muito mesmo. Tem muita gente me dando força. Recebo mais carinho que qualquer coisa”, afirma. “Claro que tem uns adolescentes que ficam me chamando de ‘velha’, mas não estou nem aí. Todo mundo se não morrer, vai ficar velho”.

Você tem medo de envelhecer? “No fundo, todo mundo tem. E para as pessoas famosas é mais complicado, porque muita gente te cobra que você seja como era aos 30. E isso não dá. Faço procedimentos sim, fiz harmonização facial e adorei o resultado. Já fiz botox. Na verdade, não faço há muito tempo, mas vou fazer novamente. Mas nunca fiz, por exemplo, aquela plástica no abdômen, então minha barriga é flácida. Tenho milhões de pessoas que querem fazer a plástica em mim de graça. Mas não quero sentir dor. Tenho medo e preguiça disso. E no rosto também, não quero mudar minhas feições, não curto isso” diz.

“Esta história da cobrança de padrões já me incomodou muito, hoje não mais. Claro que, quando me olho nua no espelho, vejo que a velhice é uma merda (risos). Mas faz parte. Tem coisa que não será mais como antes. É normal. Só quero envelhecer bem. Mas a bunda, segue empinada (risos). Foram muitos anos de ginástica. Tenho é prezado mais o meu conforto. Feito as coisas para mim mesma. Pela minha saúde, para ficar melhor. Não vou fazer por conta da cobrança dos outros. Mas não me sinto confortável usando roupa justa, braço de fora. E isso é a aceitação de como sou e de como fico à vontade”.

‘Tenho é prezado mais o meu conforto. Feito as coisas para mim mesma. Pela minha saúde, para ficar melhor. Não vou fazer por conta da cobrança dos outros”(Reprodução Instagram)

Sonho de vida

Recentemente Monique foi encontrar com a filha Bárbara Evans e com o genro Gustavo Theodoro no município de Adolfo, interior de São Paulo, onde eles estão morando. É verdade que você planeja ir morar com a Bárbara? “Essa é uma vontade, sim. Quero morar perto dela lá. Ela quer ter filhos logo e eu quero ficar perto dos meus netos”, conta. “Ela e meu genro moram a uma distância de 60 minutos de São José do Rio Preto. É um lugar maravilhoso. É calmo, muito família. Desejo realmente que minha velhice seja ao lado dos meus filhos e netos. Neste caso, da filha, porque o filho (Armando Aquinaga) está morando com minha nora (Lucia da Vila) e a minha neta Valentina, 12 anos, em Barcelona, na Espanha. Quando for liberada a vacina, vou visitá-los”.

Monique com os filhos Armando Aquinaga, que está morando em Barcelona desde o começo do ano e Bárbara” (Reprodução)

Ela também salienta o tipo de ligação que tem com a filha: “É importantíssima essa relação com a Barbara. Ela é minha companheira. Me liga o dia todo, me acorda. Me deu força para falar mais com o meu público e isso tem me feito bem. Aliás, desde que voltei da casa dela estou me sentindo melhor, mais disposta. Acordando mais cedo, fazendo minhas comidinhas, me cuidando. Estou mais animada”. E que tipo de avó Monique Evans é/será? “Sou do tipo louca (risos). Daquela que deixa fazer tudo, comer sorvete antes da comida. E se Bárbara tiver menina, vou brincar de Barbie com ela, passar minha coleção que adoro”.

Sonho de projeto

Na TV, os últimos programas que a apresentadora participou foram o ‘Fofocalizando’ (2017) e ‘O Melhor do Brasil’ (2013), de lá para cá Monique fez participações esporádicas. “Fiquei desempregada, tenho dinheiro para viver, mas não está sobrando. Estou aposentada sem aposentadoria. Não fiz e me ferrei (risos). Até andaram me convidando para participar de uns programas, mas não achei que valia a pena, não fui”. E aproveita para anunciar: “Essa semana vou ter uma reunião com um diretor sobre um programa no YouTube, com cenário e tudo. Estou insegura porque não tenho mais a rapidez de raciocínio de antes, mas vou em frente. É um projeto para 2021. Vai ser um programa de sexo, mas vamos falar sobre tudo. Gosto muito de saber como as pessoas pensam. Gostaria sempre de ter um famoso e um especialista. Gostava de fazer os programas de sexo no passado – ela apresentou ‘De noite na cama‘ (1998-2000), na TV Shoptime e ‘Noite Afora‘ (2001-2004), na Rede TV – porque era um assunto que eu queria conhecer mais, aprender. Sou curiosa”.

“Estou elaborando um programa de sexo para o YouTube, mas vamos falar sobre tudo. Gosto muito de saber como as pessoas pensam.” (Reprodução Instagram)

Superação diária

Diagnosticada com depressão desde a adolescência, ela também já sofreu com crises de pânico. Inclusive recentes, durante o isolamento social. “Teve um período desta pandemia, onde era só em casa mesmo e foi muito difícil. Não queria nem atender telefone. E fui dividindo com os seguidores os meus hábitos para melhorar, muitos que estavam passando por algo parecido se identificavam. Perguntava se tinham acordado, tomado banho, trocado de roupa. Parece simples, mas para quem está deprimido ou com crise de pânico, ações simples são custosas. Recebi muitos depoimentos de gente dizendo que precisava ouvir o que eu dizia. Com essa pandemia, muita gente ficou com o lado emocional e mental abalados. Tenho superado todo dia, me amando mais, me empurrando quando vejo que vou cancelar algo. Tudo são ganhos, tudo é superação”.

Monique também faz questão de esclarecer: “A depressão é um distúrbio mental que também pode ser hormonal. Por isso muitas mulheres na adolescência e pós menopausa sofrem da doença. Estou tomando minha medicação certinho, está controlada. Também tenho transtorno de Boderline, então preciso cuidar mesmo. Mas independente disso, como na vida de todo mundo, têm dias melhores e outros nem tanto, né?. Estou diariamente fazendo uma espécie de ‘agendinha’ para me fazer bem, me organizar. E isso tem feito toda a diferença”.

Ela garante que os sonhos hoje são outros e bem mais simples do que já teve algum dia. “Ter paz é o mais importante. Tendo paz e estando feliz com você mesma, até a saúde fica melhor. Tristeza, rancor, tudo isso traz doença. Quando ia na igreja evangélica sentia muita paz. Parei de ir porque não acredito em algumas coisas, penso diferente em relação à grana, dízimo, por exemplo, mas minha conexão com Deus existe e é muito forte. No momento estou feliz de dividir com as pessoas experiências que podem ajudá-las. Meu pai morreu há muitos anos, mas sempre foi sábio. Ele dizia que as pessoas que eram famosas, tinham visibilidade, deveriam usar isso para coisas do bem. Então, fico feliz que a minha vivência esteja de alguma forma ajudando pessoas que estão no escuro. Quem está em volta de quem tem depressão, muitas vezes não acredita na seriedade da doença. Acho importante falarmos cada vez mais disso, é algo muito sério. Já tentei me matar e tive que me tratar. Mas estou aqui e querendo ficar cada vez melhor. Acho que Deus me deu isso para me comunicar cada vez mais com as pessoas e ajudar da maneira que eu puder, isso me faz bem. Sei o que estão passando”.

O que é o melhor de envelhecer? “Não precisar entrar em fila (risos). Uso dos meus direitos. Acho que além do conhecimento que vamos ganhando, é a única coisa boa (risos). A orelha murcha, o nariz aumenta. E não dá para ficar consertando tudo, é o tempo que está passando. A gente tem que ir trabalhando o amor próprio e a aceitação. É o que tenho feito”.