*Com Karina Kuperman
Anderson Dornelles é um dos homens mais lindos do país e está na ativa há mais de 20 anos com experiência em campanhas e passarelas nacionais e internacionais de marcas como Gucci, Giorgio Armani, Valentino, Missoni entre tantas outras. É um verdadeiro camaleão e ícone em um mercado tão competitivo. “Minha carreira começou em São Paulo e eu tinha 18 anos. Eu fui chamado para um teste na agência L’Equipe e, no mês seguinte, fui convocado para uma campanha de pasta de dente”, lembra. Três meses depois, ele foi convidado para uma seleção de modelos brasileiros para as passarelas de Milão. “Val Torres, da agência Future, estava à frente do trabalho. Só que eu era muito grande, gostava de malhar muito e precisava emagrecer. Em dois meses deixei oito quilos para trás e mandei Polaroids. Imediatamente embarquei para Milão, onde dei início a uma maratona pela Europa inteira. Meu primeiro trabalho? Gucci. Agradeço demais a todos os empresários da grife, porque foi onde tudo começou e fiz minha carreira”, comenta.
Nesse nosso flashback, Anderson conta que agências em Nova York se interessaram pelo seu perfil, mas ele não tinha o visto americano. “A Wilhelmina Models me ajudou e eu trabalhei para eles durante anos. Morei em Nova York, Miami e Los Angeles”. Apesar de tantos países visitados e o glamouroso mundo da moda dos anos 2000, Anderson conta que nem tudo foi fácil. “Muita gente pensa que é só glamour, mas o começo foi bem difícil. Tem que ter muito foco e determinação. Era uma época em que a magreza era extremamente importante e e eu sempre tive mais corpo”, diz. A questão de começar um trabalho no exterior também passava por enfrentar os altos e baixos financeiros. “Fui para a Itália com US$ 400 no bolso. Não foi fácil. Até eu conseguir o primeiro trabalho passei dificuldades para conseguir comida, pegar uma condução, mas eu seguia em frente. A realidade é difícil, mas não podemos perder a fé e a esperança”, ressalta.
Alguns “perrengues” ficam na memória e são história para contar, como é o caso da vez que ele foi fotografar em St. Barths para a Armani. “O fotógrafo era o Patrick Demarchelier. Eu estava de férias no Brasil, mas quando surgiu a oportunidade peguei um avião até Cabo de São Lucas. Cheguei todo bobo que ia fazer uma campanha para a Acqua de Gio e, quando íamos para St. Barths, fui barrado no aeroporto por não ter visto. Cheguei a chorar. Não podia perder uma oportunidade única como essa. A saída? Embarquei em um barco pesqueiro. Era fim de tarde e já estava escurecendo. Os pescadores foram incríveis e conseguimos chegar à noite. Pela praia, ainda. Todos estavam jantando à beira-mar quando eu desci do barco. Foi uma aventura e um trabalho inesquecível”, conta.
E Anderson, como é a questão da mulher muitas vezes ganhar mais que os homens na profissão de modelo? “A carreira de modelo é uma das poucas em que a mulher é mais reconhecida e bem remunerada, mas sempre achei bem dignos os cachês para homens também. No meu ponto de vista, a igualdade de direitos entre homens e mulheres deve permear todas as profissões. Eu respeito muito e tenho imenso orgulho pelas mulheres e por tudo que conquistaram e seguem conquistando. Sou contra as desigualdades de uma forma geral. O importante é ter trabalho para todos e sermos felizes”, afirma.
Depois de emprestar tanta beleza e talento para marcas gigantes, o que será que Anderson ainda sonha em conquistar? “Eu tenho enormes sonhos. O maior deles, no momento, é trabalhar como ator. E mais: fazer cinema no Brasil. Não sou de muitos luxos, gostaria de ter uma nova vivência”, revela ele, que fez cursos de ator durante cinco anos: “Mergulhei no universo da TV e do cinema, porque amo câmera. Os cursos também me renderam bons resultados para publicidade. Nos últimos tempos umas 50, entre marcas de carro, bancos, lojas de departamentos… E digo: sou um apaixonado pelas artes e adoraria me entregar de corpo e alma à TV e ao cinema”. A gente fica daqui torcendo, sempre!
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