*Por Brunna Condini
Fábio Porchat tem arrasado na TV, na internet e nas parcerias profissionais. As escolhas acertadas, fizeram este ano inesquecível para o humorista. “Posso dizer, que 2019 foi mágico e muito gratificante para mim. Ter o trabalho reconhecido pela crítica e pelo público em diversas plataformas e projetos dá uma alegria de saber que estou no caminho certo”, vibra. “Desde a série “Homens?”, (no canal Comedy Central, criada por ele, sobre o universo masculino), passando pelo melhor ano do “Porta dos Fundos” na história, coroado com um Emmy Internacional, até o APCA e a repercussão do “Que História é essa Porchat?”. Agora jogou uma pressão para 2020”, afirma, aos risos.
Apesar do sucesso, ele não faz grandes planos para 2020: “Na verdade, quero continuar no caminho trilhado em 2019. Manter o nível dos projetos e não deixar a peteca cair”. O humorista falou com exclusividade ao site Heloisa Tolipan, direto do México, onde passará as festas de final do ano com a mulher, a produtora Nataly Mega. “Viemos só nós dois. Ficamos até 7 de janeiro. Depois desse ano, estava precisando descansar só eu e ela”.
O ano foi intenso para o apresentador, que “bombou” com seu programa de entrevistas no GNT, o “Que história é essa Porchat?”, que com formato simples, conquistou o público. Além disso, fez parte do elenco do “Papo de Segunda”, no mesmo canal, que ganhou especial de verão, com sete episódios inéditos, a partir de 6 de janeiro, gravados em Salvador e no Recife. E o “Porta dos Fundos”, que ganhou seu sexto especial de Natal, e o deste ano, na plataforma Netflix, “A primeira tentação de Cristo”, que acabou envolvido em polêmicas.
Mas nada que o ator e o grupo, o sexto maior canal brasileiro no YouTube, não tenham tirado de letra. Diz aí, que história é essa, Porchat? “ O “Porta” já fez vários especiais de Natal, por que neste agora deu problema? É homofobia o que está acontecendo. No episódio, Jesus ser gay, é uma característica como outra qualquer, não é um problema para nós. Não incitamos a violência e o ódio ali. A pessoa pode até não gostar, mas não ser intolerante”, aponta.
“Não dá para ficar nesta de “não pode”. Temos que poder tudo, claro que dentro dos limites da lei. Nossa democracia é muito nova, temos muito a aprender. Os próximos anos serão exaustivos, porque todo dia você precisa estar atento. Aquele trecho da música “é preciso estar atento e forte”, é o nosso lema. Mas isso, no fundo, só fortalece a democracia. Temos que entender que as pessoas têm opiniões diferentes e direito de dar opiniões até esdrúxulas, temos que lutar por isso. É que é difícil entender que a gente tem que defender o direito de um imbecil, por exemplo. Mas ele tem direito de ser imbecil. E eu posso ser o imbecil do outro. E quero ter esse direito”, observa Porchat, que recentemente também se engajou para que o Festival do Rio acontecesse e apresentou a festa de premiação, repleta de discursos de resistência à favor da cultura.
Feliz da vida com seu programa de histórias, ele opina sobre a aceitação do formato. Esperava esse sucesso todo? “Acreditava muito no programa. Foi uma ideia que eu tive e botei no papel junto com um grupo de roteiristas. Ali está o que eu tinha imaginado desde o início: apenas histórias. Conversar e bater papo, porque todo mundo tem uma história boa para contar”, avalia. “O que me deixa mais feliz em relação ao “Que história é essa”, é que se pensarmos, hoje está todo mundo querendo lacrar e dar opinião, volta e meia eu sentia essa história, quando tinha o talk show (o Programa do Porchat, que teve seu último episódio há um ano), que precisava tentar tirar coisas polêmicas das pessoas para gerar notícia. Com um programa de histórias, não tem essa, e mesmo assim, as histórias viralizaram e as pessoas comentam. E não por conta das declarações polêmicas dos convidados, mas por serem histórias engraçadas e todo mundo ter curtido. Então, também é um programa que mostra que dá para fazer sem ficar polemizando o tempo todo. Dá para divertir, angariar audiência, viralizar, sem discussão, por exemplo. Acho que as pessoas estão um pouco cansadas, a polarização cansa. Tudo termina em Bolsonaro. Às vezes você só quer ir ao banheiro e quando vê está falando de Bolsonaro. Acho que as pessoas estavam querendo um programa leve. Se deixar levar pelo bom papo, por isso que as pessoas compraram essa ideia”, completa, sobre o projeto que ganhará nova temporada em março, inclusive com um possível episódio ao vivo.
E quem Porchat gostaria de ver contando histórias por lá em 2020? “Ainda não tem nada fechado de convidados, até porque a agenda dos famosos não dá para fechar agora. Mas posso dizer, que algumas pessoas me mandaram mensagens querendo participar. A Fafá de Belém, disse que já tem história para o meu programa. A Xuxa (Meneghel), a Sabrina Sato, já me ligaram contando as suas. E fui no programa da Ana Maria Braga e ela disse que tem uma ótima história para contar”, revela. “Tem muita gente para ir ainda. Agora, eu encontro as pessoas e nem dou mais “oi”, só falo: ‘qual a história que você vai contar no meu programa?”.
Quem sonha mais em levar? “Meu sonho é ter o Faustão no programa, um cara que admiro muito, tanto no pessoal quanto no profissional, tenho certeza que ele tem muitas histórias”, conta o ator, e também faz graça com uma das frases famosas do apresentador. “ Tenho que falar nomes difíceis para conseguir. Queria também o Roberto Carlos e William Bonner. Depois que conseguir estes vou sonhando mais”, torce, sobre o programa que já impactou mais de 1,9 milhão de telespectadores e no Youtube do canal é o programa com mais views e engajamento e já soma mais de 25,5MM de visualizações.
Se você fosse contar uma das suas histórias hoje, qual seria? “Se fosse escolher uma das minhas principais, acho que seria a do meu carro amaldiçoado. Mas só conto lá no programa”.
E um sonho para 2020? “Que consigamos eleger melhores pessoas nas eleições”
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