*Por João Ker
A marca de cosméticos Jequiti anunciou nesta semana o lançamento de mais uma fragrância promovida por uma celebridade internacional, desta vez o perfume USHER For Men, do cantor responsável por hits como “Yeah” e “My Boo”, com Alicia Keys. O produto segue a nova linha de marketing da marca que, para quem não sabe, vivia às sombras da Avon e da Natura desde quando foi fundada em 2006, apenas atingindo o grande público recentemente.
Começando no mesmo esquema que suas concorrentes, a Jequiti galgou um longo caminho até sair do padrão de consultoras e revendedoras autorizadas. Hoje, o mini-império cosmético do Grupo Sílvio Santos já tem um catálogo com mais de 1000 produtos, 774 funcionários, um programa no SBT e fragrâncias exclusivas de celebridades nacionais como a apresentadora procuradora de dedinho Eliana, Adriane Galisteu, Isabella Fiorentino e até uma das maiores cantoras do país, Cláudia Leitte.
Sílvio Santos, além de distribui dinheiro e constranger seus convidados,é um marqueteiro e homem de negócios com visão e faro ímpares. Após ter que vender a sua primeira perfumaria, Chanson, ele reabriu anos depois a Jequiti e se recusou a ver os negócios afundarem de novo. Dessa vez, o plano de marketing seguiu os moldes do SBT e atingiu a massa da Classe C com o truque mais antigo do caderno: a aquisição de produtos internacionais que já fazem sucesso. Se na emissora a fórmula foi adquirir filmes e séries hollywoodianas de grande audiência, no setor de cosméticos e perfumaria é o mundo da música que segura o tino comercial. No catálogo, nomes como Britney Spears (“Midnight Fantasy”), Madonna (“Truth or Dare”), Beyoncé (“Pulse” e “Heat”) e até o perfume negro de Lady Gaga, “Fame”, já tem previsão de lançamento por aqui, em curiosíssimo portfolio de produtos.
A jogada atende aquela demanda popular que tem vontade de adquirir cosméticos com a cara de seus ídolos pop, mas não tem como arcar com os impostos de importação, nem viajar para o exterior e publicar um instagramzinho básico fazendo pose com sacolas de compras no Free Shop.
A estratégia, a princípio, tem funcionado. No ano passado, a Jequiti conseguiu um aumento de 10% nas vendas e faturou R$88 milhões. Só o “Fame” também já teve sua parcela de faturamento global, arrecadando U$1 bilhão ao redor do globo graças à esquizofrenia criativa e conceitual de Gaga. Sílvio pode ser cafona e sem graça, mas é integrante contumaz da colônia judaica. Logo, se tem uma coisa que ele sabe fazer é ganhar dinheiro em cima dos desejos da – tão temida! – Classe C.
Propaganda de FAME
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