Para as mulheres ele pode ser uma dor de cabeça. Para os maridos, uma fonte de energia e diversão. Esse é o papel de Veloso, personagem que Marcos Veras interpreta em “Um Namorado Para Minha Mulher”. No longa que está em cartaz e ganhou o prêmio no 20º Brazilian Film Festival of Miami , como contamos, Veras tem a função de ser aquele amigo festeiro que todo homem tem. “O Veloso é aquele amigo fanfarrão, que só quer saber de futebol, de ficar botando pilha para o marido deixar a mulher em casa e ir para o bar beber etc. Todo homem tem ou já teve um amigo Veloso em algum momento da vida. Não tem jeito”, contou Veras que reconhece a importância desta figura nos relacionamentos. “O Veloso não deixa o personagem do Caco Ciocler, o Chico, ficar depressivo e triste neste momento da vida em que ele quer terminar o casamento. De uma forma irreverente e meio torta, ele sempre coloca o Chico para cima com muito amor, porque ele gosta do amigo. Ele às vezes pode até se arrepender do que fez, mas ele é do bem”, adiantou.
Apesar de afirmar que existam diversos Veloso por aí, Veras brincou ao dizer que não assume essa posição fora das telonas. Como disse em entrevista ao HT, o ator teve “pouquíssimas fases de Veloso”. “Eu sou um cara extremamente responsável e trabalhador. Não sou como o Veloso, não. Por mais que eu tenha 36 anos e ele uns 35, acho que não somos muito parecidos. Mas, realmente, o homem demora um pouco mais para amadurecer. E o meu personagem no filme é um símbolo disso”, avaliou Marcos Veras que acredita que na “superioridade” feminina. “Mulher é mais inteligente que o homem, né?”, completou. Gostamos!
Não é só nos cinemas que Marcos Veras brilha com seu humor. Nos teatros, o ator estrela o monólogo “Acorda Pra Cuspir”, que está em cartaz no Teatro Leblon, no Rio. Desta vez, com um humor mais ácido, Veras interpreta o texto do americano Eric Bogosian e aborda temas como política, religião, diferenças sociais, violência e sexualidade. Em cartaz há algumas semanas na urbe, o ator contou que a repercussão tem sido positiva e surpreendente para o público. “As pessoas vão querendo rir do começo ao fim por causa do meu histórico de comédia. Mas isso não acontece, o que é muito bom. O público também se diverte, claro. Mas o enredo propõe uma reflexão e dá sustos. A peça é uma montanha russa de emoções. Ainda é humor, porém, com um caráter muito mais provocativo e ácido. Eu acho que a pizza que a pessoa vai comer quando sair da peça vai render um papo muito bom e diferente. Eu estou muito feliz com essa temporada no Teatro Leblon”, contou.
Assim como no teatro, este também é um momento de reflexão na vida de Marcos Veras. Insatisfeito com o atual panorama político do Brasil, ainda mais depois do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o ator acredita que em breve viveremos tempos de transformação. “Eu acompanhei muito pouco desses últimos acontecimentos porque o que eu estava vendo já vinha ocorrendo há um tempo. Eu acho que vai haver uma mudança, e eu espero que seja para melhor. Eu sou contra o impeachment, mas isso não significa que eu seja a favor da Dilma. Só que isso é muito difícil de as pessoas entenderem. Ela saiu sendo responsabilizada por atitudes que nem houve confirmação de que, de fato, ela teve. Por isso, eu acho que o Temer também deve sair porque ele não foi eleito por nós. Então, se vivemos em uma democracia, o certo é que ele também seja afastado, porque eu não votei no Temer. E também não votei na Dilma. Ou seja, há algum tipo de armadilha nisso tudo que eu não sou a favor”, declarou o ator Marcos Veras.
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