Marcos Palmeira comemora papel de vilão na segunda fase de “Velho Chico”. “Cícero é matador, é um personagem bem diferente do que venho fazendo”


Parceria entre o ator, de 52 anos, e Benedito Ruy Barbosa já rendeu bons frutos para a dupla. “Eu nem perguntei sobre o que seria e já aceitei o trabalho”

A parceria entre Marcos Palmeira e Benedito Ruy Barbosa só pode dar em cheiro de mato, certo? No ar na segunda fase de “Velho Chico”, o ator vive Cícero, um vilão cabra da peste que assume o lugar de Clemente (Julio Machado) como braço direito do Coronel Saruê (Antônio Fagundes). Silencioso, matuto e introspectivo, o sujeito vai dar o que falar por sua tirania, diferentemente de outros personagens escritos por Benedito para o galã. Desde os anos 90, a dupla já emplacou sucessos que ficaram na memória do público brasileiro. Olha só: entre eles, o ingênuo Tadeu, em “Pantanal”, da TV Manchete, e o dedicado filho de Zé Inocêncio em “Renascer”, na Globo.

Marcos Palmeira (Foto: Divulgação)

Marcos Palmeira (Foto: Divulgação)

“Essa parceria é antiga. O Luiz Fernando Carvalho – diretor artístico – me ligou dizendo que me queria para um personagem. Eu nem perguntei sobre o que seria e já aceitei o trabalho. Benedito e Luiz Fernando juntos fazem uma experiência imperdível”, contou o ator. “O Cícero é matador, é um personagem bem diferente do que venho fazendo”, celebra o ator o ator que também está no ar em “E aí, comeu?”, filme que virou série no Multishow.

Interpretando seu segundo vilão consecutivo na telinha, Marcos ainda adianta que Cícero será bem diferente do político Aderbal, de “Babilônia“. “Ele é amargurado pelo amor que sente por Maria Tereza. Uma paixão platônica, que o corrói por dentro e que, ao mesmo tempo, o deixa obstinado para ser correspondido”, adianta ele, que ainda aproveitou o tema para mostrar sua indignação sobre a indiferença das pessoas sobre os direitos de cidadão. “Os políticos prometem coisas o tempo todo e que se não são cumpridas tudo bem, sabe? A gente está acostumado com isso. Os tratados indígenas, por exemplo, nunca foram cumpridos. A gente vive da mentira até hoje. Estamos passando por isso. Está faltando esse olhar de integração e revolta das pessoas. Sair do lugar comum”, alertou.

Marcos palmeira como Cícero, de "Velho Chico" (Foto: Divulgação)

Marcos palmeira como Cícero, de “Velho Chico” (Foto: Divulgação)

Sempre engajado em projeto sociais e ecológicos, o ator, de 52 anos, destacou a importância dos cuidados que o homem precisa ter com o planeta. Segundo ele, já existem diversos projetos de reflorestamento no Brasil e no mundo, mas ainda é preciso fazer mais. “Além dos projetos que eu participo, ainda estou fazendo uma campanha agora pro Rock in Rio muito bacana. Eles vão plantar um milhão de árvores. Eles vão reflorestar o Parque Nacional do Xingu. O Xingu antigamente era o suprassumo da preservação e, hoje, ele está sumindo. A gente acabou com tudo. Está faltando o espírito de autopreservação e coletividade”, finalizou.