*Por Brunna Condini
Maíra Charken é uma mulher corajosa e faz questão de expor sua humanidade. Tanto que fez um desabafo em seu stories no Instagram recentemente, e nele, muito emocionada, reforçava a necessidade de ter a vida financeira mais estabilizada, e que para isso, precisava de oportunidades de trabalho. O que Maíra, ex-apresentadora do extinto Vídeo Show, na Globo, não imaginava, era a repercussão que o episódio teria. “Essa tela, virou um canal amigo, seja por meio dos stories, do Zoom, das vídeo chamadas. E aí, em um momento em que estamos querendo desabafar, é a tela do celular que está mais fácil. Além disso, já estou acostumada, desde a minha gravidez. Tem uma rede de apoio virtual, muito forte, que fiz com outras mães, por exemplo. Essa rede de apoio virou amizade, são tipo ‘amigas de sofá’ desde então, falamos de tudo”, relata.
E ainda revela: “Dificuldades financeiras encaro desde que nasci, vi na minha família, mas sempre aquela história de fases boas e ruins. Hoje, eu já estou melhor, porque já tenho mais consciência de tudo, mais educação financeira, visão das possibilidades. O que preciso, claro, é de mais fontes de renda. Quero exercer a minha profissão, me sentir realizada. Hoje é complementar esse meu pilar, mas tenho certeza que daqui para frente vou colher os frutos deste aprendizado”.
Mas ela não se lamenta e no movimento das mudanças na vida, encontrou a jornalista Nathalia Arcuri, musa das finanças e idealizadora da ‘Me Poupe!’, maior plataforma de entretenimento financeiro do mundo. “Voltei agora de São Paulo, fui gravar o programa da Nathalia. A acompanho há algum tempo e para quem deseja entrar em um mundo novo de finanças, ela é a pessoa ideal, caíram muitas fichas em nossas conversas”, diz Maíra, acrescentando: “Tracei uma meta com a Nathalia e daqui há seis meses tenho certeza que estará tudo incrível”.
A atriz comenta que a proporção de um desabafo pode ter um “alcance inimaginável”. E conclui sobre o episódio: “De qualquer forma, acabou sendo bom até pelo o feedback que tive das pessoas. Muita gente passa pelo mesmo o que estou enfrentando. Você se sentir representado em um âmbito maior que a sua ‘bolha’, traz um aconchego, um alívio. Então, acho que de certa forma, esse desabafo trouxe identificação para pessoas que vêm falar comigo sobre representatividade neste tema”.
Maíra Charken revela que, após o desabafo, oportunidades já pintaram: “Não era minha intenção alarmar, preocupar as pessoas, mas de alguma forma, o universo ouviu minhas preces diárias, de uma forma não planejada, mas que teve os resultados que eu queria. Tive vários convites, muitas pessoas que por conta da correria não estavam tão próximas, me procuraram. Foi muito positivo. Tudo que chegou foi muito positivo. Tenho que agradecer a Deus, ao universo, que fez esse barulho que acabou sendo providencial”.
Esta semana Maíra também usou as redes para informar que estava tendo problemas com seu Instagram, fonte também de trabalho. “As ações repetitivas acabam sendo identificadas pelo algoritmo e a conta sendo bloqueada. Tem gente até que perde a conta. Estou sem conseguir fazer umas funções por lá e não sei por quanto tempo vai ficar assim. Já tem 24 horas. Estou tirando um tempo off que veio a calhar. Mas sou tão dependente da internet quanto a maior parte das pessoas, ou seja, 100% (risos). Sério, hoje é profissionalmente também, trabalho com isso. Desde que comecei a empreender também, todo trabalho é online. Se cai um Wi-Fi, você já fica sem comunicação, não faz vendas. Ainda mais durante a pandemia”.
Aprendendo na dor
Ela fala sobre o histórico de dificuldades para lidar com dinheiro. “A pergunta não é quando as dificuldades financeiras começaram, é quando elas não existiram. Desde que eu saí da casa dos meus pais e vim para o Rio de Janeiro, passei por muitas situações difíceis. Era uma época que fazíamos muitos testes e eu dependia do ‘cachê teste’, inclusive para a condução. Muitas vezes ia a pé para o teste, até para bairros distantes. E quando receberia o ‘cachê teste’, conseguia voltar de ônibus. Isso era rotineiro”, recorda.
“É difícil lidar com dinheiro quando você não tem educação financeira. E dou como exemplo, artistas, que como eu, nunca pegaram um trabalho gigante e emendaram em outros, não viraram atores de novela das 21h, ou seja, são pessoas que têm uma vida de altos e baixos. Vivendo de contrato em contrato. Já tive contratos bons, mas isto não é estar bem financeiramente, é uma ilusão, hoje sei disso. Estar bem neste sentido, é pensar que se você parar de receber hoje, tem um fundo de reserva que vá te sustentar com o mesmo padrão de vida, seis meses, um ano para frente. E nunca estive neste ponto, porque não me foi ensinado. Como não é ensinado para a maioria das pessoas, e deveria ser algo ensinado desde a escola. Estou até chata de falar disso, repetitiva, mas é importante. Quando você não sabe como o dinheiro pode ‘trabalhar’ para você, você vai trabalhar eternamente para o dinheiro. E tem horas que você não consegue ‘trabalhar para o dinheiro’. Seja porque não te dão oportunidade, seja porque você se machuca, seja porque você engravida, por exemplo”.
Maíra vem estudando sobre o tema ‘educação financeira’ e compartilha alguns aprendizados. “Não é que administrei mal o dinheiro, simplesmente não administrei, como tantas pessoas, que como eu, recebem e gastam. Mas nunca fui ‘gasteira’, era uma pessoa que não pensava um palmo na frente, no futuro. Achava que era algo que estava muito lá na frente. Acho bacana viver cada dia intensamente, mas quando vivemos cada dia como se fosse o último, isso é prejudicial quando falamos em finanças, segurança. Achamos que nunca vai faltar, que a ‘torneira’ vai estar sempre jorrando em cima da gente, mas temos que pensar que ela pode parar por muitos motivos. E isso não é ser negativo. Crises vem e vão. Adversidades acontecem, por isso é bom ter planos, estratégias, ‘cartas na manga’. Meu erro foi não ter pensado nisso antes, porque já ganhei muito dinheiro na vida e se eu tivesse feito esse dinheiro ‘trabalhar’, hoje eu poderia fazer o que eu quisesse da minha vida”.
E ainda reforça: “Tenho problemas financeiros, mas, como classe média, tenho acesso à educação e sei o quão privilegiada sou. Tem gente que me manda mensagem pedindo o que comer, então sei onde estou inserida nesta sociedade, mas também onde quero chegar. Acho que quanto mais nós, que temos consciência das desigualdades, conseguirmos nos estabilizar, ter esse equilíbrio financeiro, mais pessoas conseguiremos ajudar”.
E após todo esse papo franco, Maíra também divide com o site, os sonhos daqui para frente. “Amaria estrelar uma série com uma história de superação, que transforma outras vidas, vidas de outras mulheres. Hoje temos as plataformas de streaming, fiz participação em ‘Impuros’, da Globoplay, foi incrível. Mas estar em uma série com personagem do início ao fim, é um sonho”, revela. “Se fosse pensar em um programa, para estar como apresentadora, seria um em que todo mundo tenha voz, um baita bate papo. O ‘Saia Justa’ ,por exemplo, é um programa dentro deste contexto e atemporal. Adoraria fazer”.
Artigos relacionados