*Por Brunna Condini
A pandemia impulsionou muita gente a se reinventar e também realizar sonhos. Acelerou ainda geração de alguns fenômenos, como a influenciadora e tiktoker Júlia Puzzuoli, que começou a produzir conteúdo ano passado, durante a quarentena, e viralizou ao postar vídeos de humor. Em tempo recorde, bem no estilo da velocidade virtual, ela acumulou mais de 11,4 milhões de seguidores no TikTok e quase 7 milhões no Instagram. Com apenas 18 anos, Júlia celebra as mudanças na vida. “Acredito que, além de ter chamado a atenção com o conteúdo viral, inovador e divertido, sempre mostrei minha rotina e quem eu realmente sou! A realidade! Acho que isso fez com que mais pessoas se identificassem com a minha forma de ser”. Experimentando os prós e contras do sucesso viral, ela lamenta os episódios de assédio que o ‘mar aberto’ da internet facilita. “Queria que todos vissem como é ser mulher nas redes sociais. Se eu abrir meu Direct agora provavelmente vão ter mensagens nojentas e invasivas de alguém! Tem que ter muita cabeça nesse sentido! Me sinto muito desconfortável e não tem o que fazer”.
Escolhida para ser uma das pioneiras do novo recurso do YouTube, o Shorts, que funciona como o TikTok, a jovem nascida na Baixada Santista, conta que apesar de já ter sentido a ‘energia’ da presença dos haters, nunca quis lidar com eles. “Não vejo necessidade em dar palco para isso. Na maioria das vezes, finjo que nem vi e prefiro dar atenção a quem está ali diariamente com muito carinho. Pensa, se eu não tenho tempo para responder todos que são meus fãs, vou ter para quem está querendo me fazer mal ? Não faz sentido”, frisa.
“Também não leio comentários em Instagram de fofocas, porque não me faz bem! Independente do post, eles costumam ser bem tóxicos. Às vezes, xingam sobre o físico, que fico ‘forçada’ ou até ‘atirada’, mas isso não me afeta, porque sei que quem acompanha sabe o intuito de tudo que faço. Tenho público idoso, adulto e criança. Famílias me assistem e é o que me impulsiona! Quase nunca me abalei com isso, tenho uma boa estrutura familiar aqui em casa o que sempre me ajudou”.
Tem receita?
Acumulando milhões de fãs e seguidores em pouco mais de um ano. Será que ela tem alguma ‘receita’ para ter tanto engajamento? “Não acho que tem uma ‘receita’, mas, sim, um conjunto de atitudes. Constância, sempre estar postando, interagindo, levar verdade, pois acredito que as pessoas do outro lado da tela conseguem me sentir. Além disso, criatividade, não pode ficar sempre na mesma, tem que girar o conteúdo para alcançar novas pessoas e despertar novos interesses, entre outras coisas que fazem parte das plataformas que nós influencers trabalhamos”, ensina.
Júlia conta que não sonhava exatamente em se tornar uma influenciadora. “Eu tinha o desejo de achar algo que eu amasse para fazer. Sempre quis ser artista, sempre fui apaixonada por tudo ligado à comunicação, mas estudava outras áreas. Não achava que teria oportunidade. Hoje, tenho metas e sonhos a serem concluídos. Por ser recente ainda, não realizei a maioria das metas, mas estou no caminho. Um sonho é um dia conhecer pessoalmente e poder agradecer às pessoas que me acompanham, me dão tão amor e mudaram minha vida. E não está longe de acontecer’, anuncia a influenciadora, que parece querer ir além dos domínios digitais.
Em família
Morando com os pais e o irmão Bruno, que participa de vídeos com ‘trollagens’ que fazem sucesso nas redes, Júlia, a nova aposta do escritório de gerenciamento artístico Brasilera Digital – o mesmo que representa a youtuber Viih Tube e a cantora Gabi Martins, ambas ex-BBBs – já tem esquema profissional na produção de conteúdos e inclui a família nela. “Não sei ao certo número de pessoas que hoje em dia me ajudam. Em casa, minha mãe e meu pai acompanham tudo. Pessoalmente, todos os dias minha equipe empresarial também me acompanha: meu empresário, assistentes, o financeiro, contador, diretores, editores, roteiristas, filmakers e muitas áreas, graças a Deus”, celebra. E não descarta participar de um reality show, como as colegas: “Dependendo do reality, claro! Mas participaria porque acredito que é uma experiência única na vida, onde eu vou poder me provar melhor e até mesmo melhorar. Uma oportunidade que é o sonho de muita gente e também o meu. Seria incrível, independente se ganhasse ou não, acho que valeria a pena”.
Júlia também exalta sua história antes de ‘bombar’ na internet. “Nasci de família simples e pais muito trabalhadores graças a Deus! Desde pequena sempre fui ‘aparecida’ (risos). Gostava de tirar fotos e fazia altas poses, era super comunicativa. Com um ano já falava mais que a boca (risos). Sempre me destacava nas apresentações de escola, teatros e as danças eram minha paixão. Ao mesmo tempo, era muito muito nerd, sempre me cobrei muito nos estudos, porque sentia o peso de que teria que lutar para conquistar minhas coisinhas um dia”, lembra.
“Quando era mais nova participei de desfiles e ganhei concursos algumas vezes, e quando surgia alguém querendo agenciar, pediam um dinheiro que não tínhamos para investir nisso na época. No ensino médio passei em uma escola estadual, ia de ônibus às 6h e estudava integralmente, ou seja, só chegava à noite em casa. Fazia curso técnico em informática, que foi um período bem difícil e corrido, mas de amadurecimento e pressão sobre o que eu ia fazer no futuro. Isso me tirava o sono. Mas no começo do terceiro ano, em março do ano passado, veio a pandemia e foi nela que meu sonho começou. Então, o que desejo hoje é influenciar as pessoas a se amarem, a saberem que são únicas e que merecem sempre o melhor, tanto delas mesmas, quanto da família ou de um relacionamento. Quero impulsionar as pessoas a levantarem de manhã e darem um sorriso, a lutarem pelos seus sonhos e acreditarem nelas mesmas”.
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