Jaffar Bambirra se despediu de seu primeiro trabalho profissional na novela Pega Pega, no começo do ano. O ator fazia parte do núcleo do teatro de bonecos e formava um casal com Valentina Herzage. Apesar de novo, o rapaz já possui uma longa familiaridade com o estrelato, afinal, foi nascido e criado nos palcos. Ele é filho de Nadia Bambirra, atriz e diretora, o que o fez passar a infância e adolescência prestigiando espetáculos através das cortinas dos camarins. Com um lado musical bastante apurado, o rapaz decidiu que tentaria uma carreira na música quando completou 11 anos. Quatro anos depois, ele embarcou na Escola de Atores Wolf Maya para melhorar a presença de palco. Durante as aulas, alguma chave em seu subconsciente despertou o interesse dele para a atuação. Desde que descobriu esta outra paixão, Jaffar apostas em ambas as carreiras e pretende que a antiga novela da faixa das 7 seja apenas a primeira de muitos trabalhos na telinha. “Tenho vontade de fazer qualquer personagem, seja nos palcos ou na tv, que me encante e que leve uma mensagem bonita para as pessoas. Quero fazer qualquer papel que se encontre neste local da transformação e de levar algo novo”, explicou. Com o fim de Pega Pega, ele está se dedicando aos estudos. O rapaz está no segundo período de Cinema na PUC-Rio e procurando novos cursos. Ao mesmo tempo, ele está gravando alguns singles para serem lançados em 2018.
Site Heloisa Tolipan: Como músico, você está gravando algumas canções e, agora, está se preparando para lançar o primeiro single. O que podemos esperar deste trabalho?
Jaffar Bambirra: Estamos produzindo o primeiro clipe agora e assim que acabar já iremos partir para o próximo. Estará disponível em todas as plataformas digitais. A primeira canção é romântica. Sou muito influenciado pela Música Popular Brasileira, mas ao mesmo tempo tenho uma pegada folk e pop. Sendo assim, reuni todas as minhas influências em torno deste lançamento.
HT: Pega pega foi o seu primeiro trabalho profissional como ator. Qual foi a diferença deste personagem para os outros que já havia desempenhado?
JB: O Márcio foi um dos personagens mais próximos do que sou na minha vida, então para mim foi muito estranho de fazer. Na escola de teatro, eu fazia personagens diferentes de mim. Fiquei tentando criar alguma coisa, até que me falaram para me aproximar do papel e somente assim consegui. Foi muito bom fazer.
HT: Devido à importância que o Márcio teve na sua vida, como foi dizer adeus a ele?
JB: Foi mágico, porque foi um personagem que me trouxe o teatro de bonecos. Passei quase um ano trabalhando nele, o que foi engraçado porque me peguei fazendo coisas que o Márcio faria. Foi quase uma despedida de uma vida minha.
HT: Como é ser um jovem artista em uma época tão competitiva?
JB: Tenho alguns amigos se formando e vejo que eles estão um pouco perdidos, porque não sabem como entrar no meio. Para mim ter conseguido, com 19 anos, foi algo interessante. Não foi inesperado, porque faço muitos testes desde muito cedo, mas fico feliz por estar no mercado. Tenho amigos mais velhos e outros talentosos que eu sem emprego. É muito bom ter tido o reconhecimento do meu trabalho. Agora, preciso me manter o que acho ainda mais difícil.
HT: Já trabalhou como músico, ator e assistente de direção. Além disso, fez vários cursos de teatro e dança e, para completar, está embarcando em uma faculdade de Cinema. Onde pretende ir com este caminho recheado de estudos e novos sonhos?
JB: Pretendo seguir este perfil a minha vida inteira, quero estudar sempre. Agora que acabou a novela, quero voltar para a faculdade, fazer um curso e me aprimorar. O ator e o músico não param, nós não temos férias. Estamos estudando 24 horas por dia. Estamos estudando na hora da composição de uma canção, quando leio um texto de uma peça ou quando toco o meu violão todos os dias. O nosso estudo é o nosso trabalho e a base para tudo.
HT: O fato do mercado estar pouco acessível te motiva a continuar inovando, pesquisando e se dedicando?
JB: Isto faz a gente querer mostrar mais trabalho e competência. Além disso, por causa das dificuldades, acho importante que os jovens criem as suas próprias oportunidades. Este, na verdade, é o motivo pelo qual estou fazendo faculdade, não quero depender de outras pessoas. A ideia é me produzir sozinho. Quero me fazer presente.
HT: Apesar de ter acompanhado o trabalho da sua mãe de pertinho e ter crescido nos palcos, você nunca tinha pensado em seguir na profissão dela. No entanto, quando entrou na Escola de Atores Wolf Maya algo te despertou o interesse pelo universo da atuação. O que acha que foi?
JB: Sempre gostei de teatro, mas eu ficava do outro lado, na plateia. No meio do curso, tirei a minha primeira nota ruim e uma crítica do próprio Wolf Maya. Quando isto aconteceu pensei se deveria desistir, no entanto descartei a ideia e falei ‘vamos ver no que vai dar’. Foi a partir daí que ligou uma chave no meu subconsciente para a atuação.
HT: A carreira de Nadia Bambirra, mesmo não tendo te impulsionado a atuar, aguçou a sua curiosidade pelo universo artístico. O que o fato de ter nascido nos palco te ajudou como ator e cantor?
JB: Me ajudou no impacto, principalmente, de uma novela, porque conheci algumas celebridades. Algumas pessoas me falaram para tomar cuidado com este contato para que eu não me deixasse afetar pelo estrelismo. Por ter crescido nos palcos, isto foi algo natural para mim. Vi gente se deslumbrando e caindo depois. Isto contribuiu para o meu amadurecimento na vida e chegar mais preparado para um primeiro trabalho. Todas as experiências juntas foram me lapidando para me formar como artista.
HT: A partir deste depoimento, que tipo de artista você acha que está se tornando?
JB: Ainda estou muito no início, continuo em formação. Mas acredito que sou um artista que presa pela arte. Quero poder tocar as pessoas, independente da quantidade e sem importar o meio. Se um expectador for tocado pelo meu ofício, eu já estarei feliz.
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