*Por Brunna Condini
Independente da opção por credos ou religiões, ter fé em algo, acreditar em uma força superior ao entendimento meramente racional, pode fazer bem, ainda mais na atualidade, onde posições violentas e extremas se multiplicam pelo mundo. Espalhar esperança e amor pode se tornar uma missão fundamental.
É isso que o padre Marcelo Rossi, que fala com exclusividade ao site, vem fazendo há mais de duas décadas, quando foi ordenado. O que o faz feliz olhando para sua trajetória religiosa? “Fui tocado por várias devoções durante estes 25 anos, mas irei ressaltar que foi em minha peregrinação à Rússia, que conheci a verdadeira história do Terço Bizantino e, desde o começo do meu sacerdócio, tenho um programa na Rede Vida com esta devoção, rica em profundidade”, conta. “A fé é otimismo. Muitas pessoas estão preocupadas com o Brasil, mas eu creio no Brasil. Creio que as coisas vão melhorar. E oro muito pelo nosso Brasil, oro também por essa situação”.
Lançado no fim de 2019, o EP “Maria Passa à Frente e Pisa na Cabeça da Serpente”, carrega em sua mensagem a potência do exercício da oração cantada. “Todas as músicas do disco vão trazer muita fé. A fé de Maria é ter a certeza absoluta que Deus está no controle de tudo, e ele fará o melhor para nós”, diz, sobre o trabalho que tem seis músicas.
Padre Marcelo fala do acesso ao álbum que marca seu Jubileu de Prata sacerdotal, quando em dezembro de 1994, foi ordenado: “O EP completo está em todas as plataformas e também no Youtube. Tem um liryc vídeo lindo da música com o Gusttavo Lima, que se chama “Maria Passa à Frente”. Essa canção passa uma mensagem de otimismo. É linda”.
Como foi gravar com Gusttavo Lima ? “Olha, como Deus foi lindo. Eu nunca havia gravado com ele. A Sony tinha pensado no Gusttavo por saber que ele era católico, por toda a fé dele, o que é importante para mim. E ele acabou aceitando e ficou divino”, revela. “Penso aqui que fui salvo por um milagre, e eu também vejo a intervenção de Maria. Nossa Senhora também passou na frente e tocou no coração do Gusttavo para que ele cantasse como ele cantou. Vamos ser honestos. É fantástico. Eu gravei de um lado e ele de outro, e quem escuta pensa que nós estávamos juntos, mas estávamos cada um em um lugar diferente. Coloquei minha voz, ele colocou a dele e o resultado foi esse. Faço questão de o encontrar ainda e dar um grande abraço. Aqui eu tenho certeza, mais uma vez, que é o toque da graça divina”. E acrescenta, que através da música, a sua palavra de fé pode ter um alcance maior. “Sempre cantei nas missas. Quem canta, reza duas vezes”.
Ele, que já falou abertamente sobre o período de depressão que passou há alguns anos, garante que seu “amor por Deus” o salvou e que o sacerdócio é uma missão, mais do que uma simples escolha. Como avalia a experiência com a depressão? “As pessoas pensam: “ Como alguém como o padre Marcelo pode ter depressão? Se perguntam se é falta de fé. Pelo contrário, foi a fé que me salvou. É a importância da fé em um momento tão difícil. Venci a depressão pela oração”, desabafa. “Posso dizer isso, porque atendi várias pessoas com depressão e achava frescura até passar. Esse é o novo mal do milênio. A organização mundial da saúde está colocando como a doença que está matando gente. Eu passei e posso dizer que não tem classe social, não tem raça e não tem idade. De crianças a idosos. Por diversos motivos. Hoje sei a causa. Nós vivemos em um mundo de ansiedade. Acho que a grande causa são os transtornos de ansiedade que levam à depressão. O que me salvou foi realmente a oração”
Considerado pelo Vaticano o “evangelizador do milênio”, Marcelo Rossi tem quase quatro milhões de seguidores no Instagram e uma relação próxima com seus seguidores e fiéis, mas por outro lado, não abre mão da discrição em sua atividade. “Uso as redes para a evangelização. Foi um apelo do nosso amado Papa João Paulo II em sua visita ao Rio com os sacerdotes, quando pediu que os padres usassem de todos os meios para evangelizar. Minha rotina é de muita oração e completamente voltada para a evangelização”, destaca. E alerta: “Mas acho, que especialmente os jovens, precisam tomar cuidado com a utilização das redes sociais”.
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