Gaúcha, Vitória Strada fala sobre família e promove vakinha: “Pessoas incansáveis salvando vidas. É o povo pelo povo”


Extremamente tocada e envolvida com os últimos acontecimentos envolvendo o Rio Grande do Sul, em entrevista exclusiva ao site HT, a atriz fala sobre seus pais, que como ela, são de Porto Alegre. Vitória também chama a atenção para a real noção do tamanho do desastre que está acontecendo, e compartilha as demandas mais urgentes, destacando a importância de uma mobilização constante. “Estou junto com um grupo de amigos, como a Luísa Sonza, que também é gaúcha, e criamos uma vakinha que está na bio do meu Instagram. Destinamos diariamente os valores doados para as questões mais urgentes. Estou sempre divulgando pontos de coleta que recebem doações, e deixei no destaque do meu Instagram várias informações confiáveis para quem quiser e puder doar”, destaca

*Por Brunna Condini

A tragédia com as chuvas no Rio Grande do Sul vem mobilizando o Brasil. Artistas e personalidades têm unido esforços usando sua visibilidade em auxílio da população afetada, indo dos pedidos de doações às ações in loco. Depois de dias de chuvas recordes, em que as inundações superaram em duas vezes o marco histórico registrado em 1941 em Porto Alegre, o estado vem sofrendo agora também com o frio. E embora até a tarde desta quarta-feira (15) o nível do Guaíba apresentasse relativa estabilidade, com 5,18 metros – cinco centímetros a menos do que na terça, quando marcou 5,23 metros – a previsão para esta quinta-feira é que as chuvas retornem. O clima de alerta é constante para quem vive por lá, e para quem tem gente amada no estado, a angústia e a preocupação também não dão trégua. Assim tem sido para Vitória Strada que tem familiares na região. “Meus pais (Marisete e Jorge) moram em Porto Alegre, mas conseguiram a tempo seguir para uma cidade que não foi tão afetada. Ver o meu estado debaixo d´água é devastador. Estou a todo momento recebendo informações sobre pessoas próximas, conhecidas, que perderam tudo o que levaram uma vida inteira para construir. A realidade do Rio Grande do Sul hoje é: quem não perdeu tudo – e até mesmo muitos que perderam tudo – está trabalhando dia e noite para salvar vidas. É o povo pelo povo”.

A atriz ,que fez recentemente uma participação em ‘Fuzuê’, acaba de rodar um filme de suspense/terror no Recife, reforça a conexão com seu estado natal e onde passou boa parte da vida. “Nasci e cresci em Porto Alegre. Quem é gaúcho tem muito orgulho da sua origem, somos um povo muito acolhedor e guerreiro.  Vim morar no Rio de Janeiro por causa do trabalho, mas o Rio Grande do Sul é onde estão as histórias da minha infância e adolescência… minhas raízes estão lá”.

Vitória Strada fala da situação da família no Sul do país, sobre a mobilização popular e o cenário devastador (Foto: Reprodução/Instagram)

Vitória Strada fala da situação da família no Sul do país, sobre a mobilização popular e o cenário devastador (Foto: Reprodução/Instagram)

Acho que as pessoas não têm a real noção do tamanho do desastre que está acontecendo. São mais de 200.000 desabrigados, 90% do estado afetado que precisará ser reconstruído – Vitória Strada

“O meu apelo é para que as pessoas doem o que puderem. Para que as grande empresas se sensibilizem. O estado precisa muito de roupas de frio, pois a sensação térmica pode chegar a zero graus. Precisa de remédios, tanto para os animais resgatados, como para tratar doenças que podem surgir devido ao contato com essa água contaminada, como a leptospirose .. são demandas sem fim. E existem organizações que fazem um trabalho sério, que estão recebendo doações, tanto de alimentos e roupas, como doações financeiras, e que eu tenho acompanhado diariamente”.

Vitoria Strada com sua mãe Marisete , que mora em Porto Alegre (Foto: Reprodução/Instagram)

Vitoria Strada com sua mãe Marisete , que mora em Porto Alegre (Foto: Reprodução/Instagram)

Diante da sensação de tristeza, e muitas vezes de impotência, que nos invade ao ver tanta devastação, Vitória fala de grupos que estão fazendo a diferença e precisam de apoio para continuarem suas ações. “A CUFA tem sido muito importante. Estou em contato com o diretor da CUFA e eles estão fazendo um trabalho lindo. E tem a Deise, que está ajudando os animais”, diz, e conta como tem se mobilizado em prol dos irmãos gaúchos: “Estou junto com um grupo de amigos, como a Luísa Sonza, que também é gaúcha, e criamos uma vakinha que está na bio do meu Instagram. Destinamos diariamente os valores doados para as questões mais urgentes. Estou sempre divulgando pontos de coleta que recebem doações, e deixei no destaque do meu Instagram várias informações confiáveis para quem quiser e puder doar”.

"Ver o meu estado debaixo d´água é devastador. Estou a todo momento recebendo informações sobre pessoas próximas, conhecidas, que perderam tudo" (Foto: Reprodução/Instagram)

“Ver o meu estado debaixo d´água é devastador. Estou a todo momento recebendo informações sobre pessoas próximas, conhecidas, que perderam tudo” (Foto: Reprodução/Instagram)

Precisamos ficar atentos, pois vivemos em um mundo onde as tragédias climáticas não são mais tão distantes de nós, e serão cada vez mais comuns, infelizmente. Precisamos cuidar da natureza e eleger pessoas responsáveis e preocupadas de fato com o nosso planeta – Vitória Strada

Ela afirma que desde o final de abril, quando as enchentes começaram, sua atenção e movimentos estão voltados para o Rio Grande do Sul. “Não tem um dia que eu não passo envolvida nisso. Com um aperto no peito, ansiosa, com uma sensação de impotência. Tenho buscado informar meus seguidores com fatos verdadeiros e atualizados. Estou em contato com um médico responsável pela triagem dos resgatados em Porto Alegre, e com pessoas resgatando animais. Tenho articulado todas as opções possíveis para ajudar”, diz.

Quem é gaúcho tem muito orgulho da sua origem, somos um povo muito acolhedor e guerreiro (Foto: Reprodução/Instagram)

Quem é gaúcho tem muito orgulho da sua origem, somos um povo muito acolhedor e guerreiro (Foto: Reprodução/Instagram)

E conclui: “Tem sido bem difícil descansar em um momento como esse. Acho que estou aprendendo como trabalhar diariamente para ajudar, até porque sei que não é algo passageiro, a água ainda não baixou, tendo o risco de voltar a chover e subir o nível novamente. Fora isso, é a época em que a temperatura está caindo. É um estado inteiro que precisará ser reconstruído, com muitas demandas a serem atendidas ao longo de muito tempo. Por isso,  continuamos pedindo doações e pensando em projetos que ajudem o Rio Grande do Sul a longo prazo”.