*Por Brunna Condini
Aos 26 anos, Gabi Lopes faz da sua curiosidade e inquietude o combustível para experimentar novos caminhos profissionais. A atriz, que está na novela ‘Gênesis’ na Record, também é empresária, apresentadora e influenciadora digital, e acaba de se lançar em mais uma nova empreitada, agora como autora, com o livro interativo ‘Antes feito, do que perfeito’. “Compartilho hábitos e dicas que desenvolvi e que me ajudaram a ter uma rotina melhor e mais produtiva. Me tornei uma realizadora, passei a concretizar mais meus planos. Acho que o livro incentiva esse movimento para quem o ler”.
Gabi comenta ainda sobre essa rotina multitarefa em sua vida. Fazer tantas atividades ao mesmo tempo em uma época em que todos buscam desacelerar, não a angustia? “Na verdade, isso para mim é terapêutico. Sou uma pessoa hiperativa. Inclusive, diagnosticada por exame clínico. Tenho transtorno de hiperatividade avançada, então sou enérgica, elétrica mesmo. É importante que eu dissipe minha energia em muitas atividades até para que eu me organize e fique bem. Porque se não faço muitos projetos, eu tenho outros tipos de sensações que não são tão positivas. O movimento constante é algo muito natural para mim”, garante.
Sem tabus
Ao contrário de outras influenciadoras que buscam mostrar um ‘mundo perfeito’, Gabi lançou em seu canal no YouTube uma websérie batizada ‘De Cara Limpa’, na qual vem dividindo experiências íntimas com seguidores, boas ou ruins, como a vivência de um relacionamento abusivo. O que mais a marcou e em que período? “Tinha 20 anos na época. Foi a primeira vez que morei com alguém, quando conquistei a independência financeira. Passei a entender o que vivia quando amigos mais experientes me abriram os olhos, dizendo que eu também estava diferente, retraída. Quis dividir a minha experiência, porque pode servir para impedir que outras mulheres vivam o mesmo. Tem algo que percebi que é comum: geralmente quando estamos apaixonadas nos deixamos levar, nos enganamos e acabamos não identificado o relacionamento abusivo. Por isso, acho tão importante quando estamos em um relacionamento que possamos olhar para ele com alguma sabedoria, maturidade e identificar se é saudável. Se faz bem de fato, feliz, se soma na vida”.
Nem sempre é fácil fazer revelações tão íntimas, mas ao compartilhar alguns episódios como o de uma relação abusiva, ela se diz movida pelo desejo de ajudar as pessoas que a acompanham. E foi com esse objetivo que a atriz também falou de outro tema que ainda hoje é tabu. “De 2018 para 2019, eu fui diagnosticada com depressão. Me tratei, mas depois de um episódio como esse parece que ativa uma necessidade de cuidados com a saúde mental, porque sempre temos medo que a doença volte”, desabafa. “Quando fico muito triste, gosto de fazer análise e outras terapias complementares, como Reike, Barra de Access e Mesa Quântica Estelar. Todo mês estou limpando a minha energia para ficar mais tranquila, mais centrada. Porque, além de tudo, estamos vivendo um momento muito delicado com essa pandemia. Tem sido difícil a gente se manter bem sempre”.
Gabi revela também sua experiência ao testar positivo para Covid-19, em março de 2020, no início da pandemia no Brasil. “Senti muito medo. Fiquei doente por 30 dias, mas me recuperei, graças a Deus. Sempre mantive o isolamento o máximo que pude. Passei 150 dias ano passado totalmente trancada em casa. Depois precisei abrir um pouco mais, mas me cuidando”.
Ela influencia e realiza
Influenciadora nas redes sociais há mais de 10 anos, ela fala sobre a atividade tão popularizada e almejada nos últimos tempos: “Me sinto responsável por tudo que falo ou publico. Tenho consciência que muita gente que me segue se inspira realmente naquele conteúdo. Então tem que ter cuidado com o que é colocado ali”, diz Gabi, que só no Instagram tem 2 milhões de seguidores. “Se tivesse que definir o meu estilo de influenciadora seria de lifestyle com humor. Divido com os seguidores muito a rotina da minha vida, a correria. E também dou dicas de empreendedorismo e moda”.
Por empreendedora entendemos: “disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar”. E essa é bem a levada que Gabi Lopes vem dando a uma parcela importante da sua vida, com a atuação como Head de Marketing e Novos Negócios desde que foi finalista no programa “Aprendiz” apresentado por Roberto Justus, em 2019. Atualmente, ela é sócia em quatro restaurantes no Rio e em São Paulo, além de ter participação direta na Lady Driver (aplicativo de carros destinado exclusivamente para mulheres) e ser sócia do amigo Ronald Nazário, filho de Ronaldo, o Fenômeno, em um coworking paulista, o The Networks.
“Depois do programa minha veia de empresária se expandiu e as oportunidades vem surgindo. Também tem a produtora de filmes. Eu curto diversificar. Não acho que preciso atuar em apenas um projeto. Pelo contrário, sou mesmo dessas que gosta de fazer várias coisas, atuar em várias frentes”.
De novela bíblica e reality da Anitta
Se curtir e se identificar com o projeto, Gabi topa. No ar em ‘Gênesis’ da Record, a atriz tem tido uma agenda agitada desde o início do ano quando participou do badalado reality de Anitta, ‘Ilhados com Beats’. Não deu problema você fazer o reality e estar em uma novela bíblica na Record? “As pessoas muitas vezes têm dificuldade de entender que nós, atores, damos vidas a papéis. E enquanto pessoas públicas, artistas, podemos fazer outras atividades na vida pessoal, que tenham a ver com a nossa essência e com a fase que estamos vivendo. Eu não vejo nenhum problema de ter participado de um reality como este, mesmo fazendo a novela. Até porque a proposta do ‘Ilhados’ era para amigos curtirem juntos uma ilha. Essa era a premissa. Não vejo problema uma atriz participar de um reality se divertindo com amigos, enquanto não está gravando uma novela”.
Gabi não pretende pausar a sua versão atriz por conta das suas outras facetas. Pelo contrário. Além do folhetim, em que faz Feme, uma mulher forte e chamada de ‘concubina’ na época; ela também está em longas que estreiam este ano ainda como “Maior que o Mundo“, “Moscou” ao lado de Thaila Ayala e Ludmilla, e “A Menina que Matou os Pais“, a história de Suzane Von Richthofen contada em dois filmes.
Gabi interpreta Carol, que foi namorada de Christian Cravinhos. Como foi fazer uma personagem em uma trama que, na vida real, teve essa repercussão e chocou o país? “Foi um desafio grande. É uma personagem densa, porque ela existiu neste contexto todo e não está mais viva. Então, é uma carga diferente de trabalho. O clima pesado foi das cenas, que impunham isso, tinham cenas com cigarro, muita bebida, drogas, e mesmo sendo tudo cenográfico, tem o clima, a energia, o diálogo pesado. Mas a equipe era família, muito competente e isso acolheu”.
A paulista reconhece o bom momento profissional e diz que falta o coração estar preenchido: “Não estou namorando no momento. Meu último relacionamento foi com o Felipe Foguinho. Tem um ano que não namoro, mas tenho vontade de me relacionar de novo. Estou à procura de um amor”.
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