Cristão ou não, a história é a seguinte: Jesus Cristo, que já vinha sendo perseguido, foi entregue ao exército romano por Judas, até então seu discípulo, por algumas moedas. O tempo passou – e muito! -, mas o episódio continua em voga em praças e postes do nosso Brasil afora. É que, sempre no sábado que antecede a Páscoa, populares vão às ruas e queimam bonecos que representam alguém que merece o mesmo castigo que, para os católicos, caberia à Judas, o traidor. E foi munido dessa tradição que HT foi atrás de gente que faz o mundo do entretenimento balançar para saber: “Quem você malharia no Sábado de Aleluia?”. As respostas e as críticas foram muitas. Um spoiler? A turma lá no Planalto Central que abra os olhos ao saracotear pelos corredores do Congresso Nacional. O motivo é óbvio. Desce, vai.
Cláudia Ohana, que está dando o que falar ao surgir em cena de sexo com Mariana Ximenes no longa “Zoom”, prefere se apegar ao caráter religioso do “sábado de aleluia”. “Já que estamos na Semana Santa, eu fico com as palavras de Jesus Cristo: ‘Atire a primeira pedra quem nunca pecou’. Não quero malhar ninguém”.
Jorge Vercillo, que, com músicas inéditas, está trabalhando com o novo álbum, “Extra Físico”, disse que vai malhar o “sistema político do Brasil”, que “é atrasado e corrupto por inteiro”. “Esse sistema criado pela ganância individualista a cada emenda e a cada lobby em benefício próprio viciou e sujou as mãos dos principais partidos de direita e de esquerda”, criticou.
A humorista e atriz Nany People, que roda o país com seu espetáculo “3 em 1” – um compilado divertidíssimo de suas histórias -, “malharia o cinismo e a canalhice dos políticos brasileiros”. O motivo? “Por causa do jogo de gato e rato na política, de tantas Comissões Parlamentares de Inquérito. Justiça é coisa que não se faz aqui. O Lula aceitou ser Ministro da Casa Civil para ajudar o país e a a presidente, diz ele. Pode isso, produção?”.
Otávio Muller, que está descansando depois de participar de “A Regra do Jogo” com um personagem cômico, quer malhar as pessoas radicais da nossa sociedade. “A hora é de cautela, de saber ouvir outras opiniões diferentes, de paz”, pediu.
O humorista Wellington Muniz, o Ceará, que ganhou até programa solo no “Multishow”, malharia “todos esses políticos corruptos e corruptores, sem escrúpulos, vendidos, que sempre foram coniventes com toda essa situação vergonhosa do nosso país e que, infelizmente, já virou até chacota”. Para Muniz, o que estamos passando “é uma vergonha”. “Não podemos deixar que tripudiem do Brasil”, finalizou.
Alberto Hiar, dono da Cavalera, da Barbearia Cavalaria, sócio do restaurante Jamile e da K2 – que acabou de comprar a marca Zoomp -; quer malhar a “impunidade” e a “todos os que tornam este Brasil pior”.
Sarah Oliveira, que fechou a temporada de seu “Calada Noite” no GNT e já está preparando um novo projeto audiovisual, nos disse que malharia o deputado Jair Bolsonaro (PP) e o pastor Silas Malafaia, um dos líderes da igreja Vitória em Cristo. “Eles pregam a homofobia de maneira nefasta. É inadmissível o discurso destes caras em pleno 2016. Triste demais”, opinou.
Para Rodrigo Sant’Anna, em cartaz nos cinemas com o longa “Um Suburbano Sortudo” e no ar com um quadro no “Big Brother Brasil” (onde interpreta a sua Carol Paixão), o que merece fogo em praça pública é a “nossa política em geral”. O motivo, Rodrigo? “Acho que não precisa de justificativa, né?”, gargalha.
O estilista Walério Araújo malharia Jorgina de Freitas, que organizou um esquema de desvio de verbas de aposentadoria. “Quando ela foi presa, estava muito chique, com colar de pérola, rindo da cara do povo. Rica para a jaula e ninguém podia fazer nada! Foi uma das grandes iniciantes dessa, descaradamente, safadeza”, disparou.
Maíra Charken, que estreou há pouco no “Vídeo Show”, dividindo bancada com Otaviano Costa, quer malhar a intolerância. “Nesses tempos em que estamos vivendo, o nosso grande inimigo é esse. As pessoas estão cheias de ódio e não toleram o que é diferente de si. Bora malhar isso!!!”.
Luís Miranda, que se prepara para voltar ao ar na próxima temporada de “Mister Brau” (Globo), foi direto: “Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, o juíz federal Sérgio Moro e Michel Temer, vice-presidente da República”. Por que? “Cunha traiu a pátria, roubou o país e manipulou o Congresso para evitar sua cassação e agora está patrocinando o golpe. O Temer é um velho leva e traz em cima do muro, passeando de governo em governo sempre se dando bem e todo comprometido com acusações. O Moro, por sua vez, é parcial, perigoso à democracia e tem métodos questionáveis. Ele deve ter o rabo preso ou acordo com alguém que um dia a história vai revelar”.
Carlos Tufvesson, presidente do Conselho Municipal da Moda do Rio de Janeiro, Coordenador Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio e estilista renomado, disse que quer malhar “todas as pessoas que usam as redes sociais para, através de informações falsas, estimular o ódio em nosso país”. E não só. “Malho também aqueles que não lutam pelo melhor de um mundo coletivo, e, no lugar, tratam as pessoas como se existisse uma monarquia”, criticou.
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