Filha de Gilberto Gil, Ministro da Cultura entre 2003 e 2008 – período dentro da Era Lula -, Preta Gil não tem mais “estômago para o Partido dos Trabalhadores”. Para ela, o partido errou “feio em muita coisa”. Em transmissão ao vivo na internet, ela disse: “Eu não votei para a Dilma para presidente nenhuma vez. O ideal, na minha opinião, era que fossem convocadas novas eleições. O que a gente viu na televisão (no dia da votação pelo impeachment na Câmara dos Deputados) foi um show de horror. O que são aqueles deputados federais falando de Deus, de religião? E ninguém falava sobre as tais pedaladas fiscais. Eu não gostaria que (o mandato da Dilma) acabasse dessa maneira, porque é uma atentado à democracia. Eu, como disse, não suporto o PT, mas a minha crítica maior é sobre a real situação política do Brasil. Digo não ao impeachment”.
A saída para Preta, porém, está em Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, também na Era Lula, no mesmo período de Gilberto Gil. “Torço para que ela possa se organizar politicamente. Quero que a Rede (Sustentabilidade, partido que Marina criou após saída do PT), seja um opção nossa”, falou. A cantora aproveitou também para criticar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), com quem já protagonizou uma queda de braço na justiça por acusação de que o parlamentar foi racista para com ela em um programa de televisão – o Supremo Tribunal Federal arquivou o caso. “Não tem como defender ele. Ainda mais depois da votação. Ele homenageou um torturador (Bolsonaro dedicou seu voto, em alto e bom som, ao já falecido Coronel Ustra, torturador da presidenta Dilma à época da ditadura militar). Meus pais foram presos, torturados e exilados. Isso não é possível”.
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