Continuando com o FESTOLIPAN, nossa coluna semanal que traz sempre um bate- papo com um novo talento do entretenimento e, em sua estreia, falou com a atriz e cantora Bruna Caram (como você viu aqui), HT agora conversa com Romulo Neto, o modelo que se transformou em ator, teve seu pontapé inicial em “Malhação”, teve passagem pela Rede Record em novelas como “Bela, a Feia” e “Os Mutantes”, e conquistou o Brasil como o atrapalhado e querido Robertão, de “Império”.
Filho do nadador, cantor e figura carioca, Romulo Arantes (1957 – 2000), o artista de 28 anos está pronto para investir alto na sua carreira de ator e já adianta para HT que tem sido cuidadoso com os projetos que aceita daqui para a frente. No bate-papo que você lê abaixo, ele conta como é tomar a frente da antiga banda do pai (que você já tinha visto por aqui), a sua relação com a namorada Cléo Pires, as músicas que eles têm feito juntos, como a carreira de ator ajuda a de modelo (e vice-versa) e muito mais. Uma coisa é certa: com tamanho empenho e dedicação, o futuro do rapaz é mais do que promissor.
HT: Como foi deixar um pouco de lado a carreira de modelo para perseguir a sua veia de ator?
RN: Eu amava modelar, porque amo viajar, falar línguas e conhecer gente do mundo inteiro. A receptividade com o brasileiro, lá fora, é muito grande: quanto mais trabalhos você faz, fica mais conhecido no meio e acaba tendo mais amigos. Então, quando você aparece, por exemplo, em um casting da Louis Vuitton ou do Roberto Cavalli, já encontra a mesma galera que trabalhou contigo antes. A relação fica muito mais íntima e pessoal. Mas, quando cheguei nesse status da carreira de modelo, foi quando recebi o convite para participar de “Malhação”, em 2007, e não pensei duas vezes.
HT: Um dos seus grandes colaboradores no mundo fashion é o fotógrafo Mario Testino. Como é a dinâmica de vocês?
RN: O Mario é um grande amigo, foi ele o responsável por me apresentar para o mundo. Ele ligou para o Sérgio [Mattos, diretor da agência da 40º Models] e falou: ‘eu quero o Romulo para a campanha da Adidas‘. E então eu fui para Nova York pela primeira vez, sozinho, em 2005. Eu tenho total confiança nele, é um cara com um trabalho excepcional. Recentemente, nós fizemos algumas fotos e eu nem sei dizer para o que são. Mas, para mim, é muito importante essa parceria, porque ele não escolhe qualquer ator para fotografar, são pessoas específicas em quem ele acredita. É muito prazeroso ter um artista do porte dele chegando no Rio e falando que quer trabalhar comigo.
HT: Então você não parou totalmente de fazer campanhas publicitárias?
RN: Como eu fui modelo por muito tempo, os trabalhos acabam se misturando. Agora virei ator, então não sou mais ‘aquele modelo’, sou alguém que tem um nome. Com isso, os projetos se dificultam para algumas marcas e facilitam para outras. Nos últimos meses, tenho feito algumas campanhas, desde marcas high-fashion até as mais populares. O Robertão fez muito sucesso, então posso participar de muitos projetos, mais ainda por ele ter sido um personagem humano: eu fiz questão de interpretá-lo assim.
HT: Como tem sido se apresentar com a banda R.N.P.A., que era do seu pai?
RN: Tem sido incrível. Eles me contam várias histórias que eu não tinha a menor ideia que aconteciam. É muito bacana poder ver como meu pai era, pelos olhos deles. E tenho conseguido colocar em prática meu lado de escritor – já tenho cinco letras minhas na banda.
HT: A Cléo [Pires] disse em uma entrevista que vocês dois produzem muita música juntos. Como é essa dinâmica e há alguma pretensão de transformar o projeto em algo mais sério?
RN: Ela adora escrever e eu também. Às vezes pego algumas letras dela e transformo em melodias que nós dois cantamos juntos. A gente sempre fez muita coisa no violão, mas, recentemente, compramos um equipamento mais profissional para gravarmos. É um projeto bem caseiro – nós mesmos quem produzimos -, mas tem muita música linda. É tudo verdadeiro, de coração.
HT: E qual o estilo musical que vocês seguem?
RN: Não tem bem uma definição. Fica entre o rock e o indie… A melhor maneira de definir é como algo verdadeiro e visceral, que vem de dentro. Um dia, provavelmente, faremos alguma apresentação, nem que seja para amigos íntimos. Por enquanto, não temos o intuito de profissionalizar esse projeto interno.
HT: Quais os próximos planos na sua carreira, depois desse sucesso todo?
RN: Tenho um filme com o [diretor] Afonso Poyart (“2 Coelhos”, 2012), alguém que eu gosto muito porque tem uma proposta inovadora dentro do cinema brasileiro. A produção conta a história do José Aldo, lutador de MMA que será vivido pelo José Loretto. Eu faço o antagonista. Começaremos a rodar em julho, para lançar provavelmente no ano que vem.
HT: E teatro, está trabalhando em algum projeto?
RN: Para entrar em um projeto, agora, ele tem que ser muito legal. Eu tenho um argumento que quero desenvolver com calma, para 2016. Não quero escrevê-lo, porque acho que isso pede mais experiência e não tenho a intenção de dar um passo maior do que a perna. Mas quero, possivelmente, produzi-lo e poder acompanhar o autor, participando de tudo. Comecei a escrevê-lo no ano passado, em Buenos Aires. Acho, que à medida que você vai amadurecendo, você começa a desabrochar e se sensibilizar mais. Você permite a sua criatividade e deixa que ela venha à tona. Mas isso tudo faz parte do processo de crescimento, né?
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