Tati Quebra Barraco tem um orgulho em sua carreira: “Eu comecei com a putaria em 1999. Sou a percussora da putaria no funk”. E continua bebendo dessa fonte até hoje. “A sociedade é hipócrita. Todo mundo gosta de fazer e de falar putaria. Se não desse dinheiro, eu não estaria nessa pegada até hoje e, além disso, eu canto o que eu quero. Ouve quem quiser”, disparou em entrevista exclusiva ao HT. Discurso de quem continua fazendo jus ao nome artístico e aos versos de “Boladona”, seu maior sucesso: “Vou soltar a minha fera, eu boto o bicho pra pegar”. Mesmo passada mais de uma década do grande estouro. “Não tem como deixar de ser quebra barraco, porque está no sangue. Até que hoje estou mais calma. Porém, se pisar no meu calo ou me olhar torto… eu falo o que penso na hora que quero, doa a quem doer. Todo mundo que me conhece sabe como eu sou: se vier vai ter”.
Nem os cultos evangélicos que passou a fazer esporadicamente em sua casa – regados a muita comida, ela sempre frisa – mudaram sua essência, quiçá seu jeito de ser. “Continuo a de sempre. Temos que adorar a Deus de alguma forma. Estou vendo ‘Os Dez Mandamentos’ (novela bíblica da Rede Record) e aprendendo muito”. Enquanto aguarda a abertura do Mar Vermelho na trama sobre a história de Moisés, Tati se prepara para lançar o clipe da música “Chama sem fim”, depois de ter entregue “Se Liberta”, com uma pegada mais pop, ao mercado. “Teve uma grande aceitação do público e, por isso, estou vindo com um novo clipe, mais sensual, da música ‘Chama Sem Fim’ que eu acho que vai chocar”, adiantou, abrindo um parêntese para não deixar dúvidas quanto ao seu pancadão: “Não acho que ‘Se Liberta‘ seja pop. Acho mais dançante”.
Feitos os devidos esclarecimentos, Tati também deixa em pratos limpos a sua relação com a funkeira Valesca Popozuda. Em sua última ida ao programa “The Noite” (SBT), mesmo após insistência, Quebra Barraco só se referiu à Valesca como “um ser humano. Ponto”, o que gerou certo noticiário sobre uma relação espinhosa entre as duas. “Eu e Valesca não somos amigas, mas também não somos inimigas. Ela é ser humano, assim como eu sou, você também é. Recentemente, em uma grande emissora de rádio aqui do Rio de Janeiro, a Valesca disse ser minha fã e até cantou um trecho de uma música minha”, explicou, recorrendo a uma história do passado. “Já fui a um programa de televisão no qual ela era minha convidada e a produtora do tal programa não deixou ela entrar no palco. Por causa disso eu também não entrei. Se ela era minha convidada e não podia entrar, eu também não entraria!”.
O motivo, então, para o burburinho? “A mídia às vezes é hipócrita. Precisa vender e eu aparecer. Então, se eles querem criar essa rixa entre a gente, deixa falar…”. A concorrência, Tati justifica, “existe não só no funk, como no pop, sertanejo, pagode, em todos os lugares”. Mas não só de panos quentes viveu essa conversa. A cantora, certa vez, já disse que “tem mulheres no funk que acham que só elas podem fazer sucesso”. Para quem foi o recado, afinal? “Os homens no funk se juntam para jogar bola e fazer churrasco. Já as mulheres não. Pensa um pouco que você vai entender de quem estou falando”, deixou no ar a indireta. Mais direta, no entanto, Tati foi ao comentar a atuação de crianças como MC Brinquedo e MC Melody, cantando letras provocantes e sexuais. “Antes de qualquer coisa lugar de criança é na escola. Se eles estão cantando, mas estão indo para escola, sem problemas. Meu filho Yuri tem uma faixa no CD ‘Boladona’. Ele tinha sete anos na época, mas sempre cobrei o estudo como cobro até hoje”.
Se ela, em pleno 2015, continua feia e na moda, como sempre soltou desde que entrou para o showbiz? “Isso sempre serei. Até porque quem está comendo não esta reclamando”. Sem mais.
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